Terça, 1 de abril.

Quando falamos em energia nuclear, é comum pensar em gigantescas usinas com enormes torres de resfriamento. Mas o futuro do setor pode estar em miniatura. Os pequenos reatores modulares (SMRs) prometem revolucionar o setor com instalações capazes de abastecer cidades médias ou grandes centros de dados. Confira nesta edição os investimentos que os EUA andam fazendo nesta direção.

E mais: suspeita de fraude no programa Pé-de-Meia, nova era na prevenção do HIV, o fenômeno que prejudica os relacionamentos amorosos a longo prazo. Vamos nessa!

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PEQUENAS USINAS

EUA correm para atrair indústria de novos reatores nucleares

Com a promessa de uma energia nuclear mais barata e eficiente, estados dos EUA disputam investimentos para sediar a nova geração de reatores modulares pequenos (SMRs) e microreatores. Essas usinas menores e flexíveis são vistas como uma alternativa confiável para abastecer centros de dados, complexos industriais e redes elétricas locais.

Atualmente, mais de 30 projetos estão em análise, impulsionados por bilhões de dólares em subsídios e incentivos federais. Em 2024, 25 estados aprovaram legislações de apoio à energia nuclear avançada, enquanto em 2025 já foram apresentados mais de 200 projetos de lei para facilitar a implementação dessa tecnologia. Governadores como Bill Lee (Tennessee) e Greg Abbott (Texas) anunciaram investimentos milionários para atrair a indústria.

Apesar do entusiasmo, desafios permanecem. O primeiro projeto de um SMR nos EUA foi cancelado em 2023, e especialistas alertam para dificuldades na cadeia de suprimentos e na regulamentação. Além disso, as energias renováveis continuam se tornando mais baratas e eficientes, representando concorrência direta para os novos reatores.

Para que a indústria se consolide, os primeiros projetos precisam entrar em operação conforme prometido. Caso contrário, a viabilidade dos pequenos reatores pode ser colocada em xeque, deixando a energia nuclear fora da corrida pelo futuro energético dos EUA.

LEVANTAMENTO

Pé-de-Meia: beneficiários superam número de alunos matriculados em algumas cidades

Um levantamento do Estadão revelou que o programa Pé-de-Meia, criado para reduzir a evasão escolar no ensino médio, tem mais beneficiários do que alunos matriculados em pelo menos três cidades: Riacho de Santana (BA), Porto de Moz (PA) e Natalândia (MG). Além disso, em 15 municípios, mais de 90% dos estudantes recebem a bolsa.

Casos de pagamentos a pessoas com renda acima do permitido também foram identificados. Professores e servidores municipais com ganhos acima de R$ 5 mil aparecem como responsáveis por alunos que recebem a bolsa, contrariando as regras do programa.

O MEC nega irregularidades e afirma trabalhar com os Estados para corrigir possíveis erros. O Pé-de-Meia, que atende mais de 4 milhões de estudantes, tem custo anual estimado em R$ 12,5 bilhões e pode garantir até R$ 9,2 mil para cada aluno que conclui o ensino médio.

SAÚDE PÚBLICA

Os avanços da PrEP: uma nova era na prevenção do HIV

A profilaxia pré-exposição (PrEP) tem evoluído e pode revolucionar a prevenção do HIV. Atualmente, a PrEP é oferecida no Brasil via pílulas diárias pelo SUS, com 119 mil usuários registrados em 2025. No entanto, novos antivirais de longa duração, como o lenacapavir, podem tornar a prevenção ainda mais eficaz e acessível.

Recentemente, um estudo mostrou que uma única dose de lenacapavir pode proteger contra o HIV por um ano inteiro, aproximando-se do efeito de uma vacina. O cabotegravir, outro medicamento injetável, já aprovado no Brasil, também tem apresentado alta eficácia em estudos.

A grande questão agora é o acesso. O preço inicial do lenacapavir, de US$ 42 mil por dose, é impraticável para sistemas públicos de saúde. Para ser viável, especialistas apontam que o custo deveria cair para cerca de US$ 100. O governo brasileiro avalia possibilidades de produção local e negocia a ampliação da oferta de PrEP injetável.

Com 43 mil novas infecções anuais, a expansão da PrEP pode ser decisiva para controlar a epidemia. Especialistas defendem que o Brasil inicie negociações para tornar os novos tratamentos acessíveis e transformar a prevenção do HIV.

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RELACIONAMENTOS

Quando a qualidade que te atrai se torna um problema

Você já se encantou por alguém exatamente por uma característica que, tempos depois, se tornou insuportável? Chamado de “atração fatal”, o fenômeno é mais comum do que se imagina.

Pessoas que se apaixonam por parceiros atenciosos podem acabar incomodadas com pedidos excessivos de desculpas. O humor que antes divertia pode parecer imaturidade. A ambição pode virar obsessão pelo trabalho. A psicóloga social Diane Felmlee, da Universidade da Pensilvânia, explica que, quanto mais intensa é a atração inicial, maior a chance de um traço passar de fascinante a motivo de conflito.

Isso acontece porque, na fase da paixão, tendemos a enxergar apenas os aspectos positivos daquela característica marcante, ignorando os desafios envolvidos. Com o tempo, as dificuldades se tornam evidentes.

No entanto, nem sempre isso significa o fim da relação. A solução passa por autoconhecimento e ajuste de expectativas. Além disso, casais que compartilham traços semelhantes têm mais chances de se adaptar ao jeito de ser do outro, e se focar nessas semelhanças pode ajudar.

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