Quinta, 1 de maio.

Hoje revisitamos o impacto do 4chan, um dos fóruns mais controversos da história da internet e que acaba de voltar ao ar depois de quase duas semanas sem funcionar. Sua influência ainda está por toda parte: nas redes sociais, nos memes e até no discurso político global. Confira nesta edição.

E mais: alta de juros deve custar R$ 126 bilhões extras às empresas até 2030, o que jovens dizem que poderia torná-los mais felizes, saiba como laços fracos impulsionam carreiras. Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min53s

CULTURA DIGITAL

Após ataque, 4chan volta ao ar e reacende debate sobre ambientes online

O 4chan voltou ao ar de forma parcial após quase duas semanas fora devido a um ataque cibernético. A plataforma ainda opera com funções limitadas, mas seus administradores afirmam que o site não será abandonado.

Criado em 2003, o 4chan é um dos fóruns mais antigos e controversos da internet. Baseado em sites japoneses e com publicações anônimas, o fórum rapidamente virou referência por dar origem a memes clássicos como os LOLcats — imagens de gatos com legendas engraçadas e gramaticalmente erradas, como “I can has cheezburger?” — que dominaram a cultura digital dos anos 2000. Também foi o berço do coletivo hacker Anonymous.

Dividido por fóruns de discussão temáticos, o site reúne tópicos sobre cultura pop, animes, política, tecnologia e conteúdo adulto. Mas seu maior diferencial — o anonimato irrestrito — também o tornou um espaço infame. Ao longo dos anos, o 4chan foi associado a campanhas de assédio, discurso de ódio, vazamentos de dados e teorias da conspiração.

Com linguagem agressiva e estética de provocação, ele formou a chamada “cultura 4chan” — marcada pelo cinismo, pela provocação e pela estética do choque — que influenciou outras redes como o Reddit, o X e YouTube. A atual fase instável reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão em espaços anônimos e como moderar ambientes digitais que nasceram para ser, justamente, incontroláveis.

ECONOMIA

Alta de juros deve custar R$ 126 bilhões extras às empresas até 2030

O aumento dos juros iniciado em 2024 vai gerar um custo adicional de R$ 126 bilhões às empresas brasileiras até 2030, segundo estudo da consultoria Alvarez & Marsal. Só em 2025, o impacto será de R$ 26 bilhões. O levantamento analisou 3.780 títulos de dívida atrelados ao DI, de 1.130 empresas.

O cenário é especialmente preocupante: metade das companhias listadas na bolsa pode não gerar caixa suficiente para cobrir os juros, e 62% devem enfrentar dificuldades para refinanciar suas dívidas. A taxa básica de juros (Selic) chegou a 14,25% em março, pressionando ainda mais o setor privado.

Setores como indústria, tecnologia e telecomunicações estão entre os mais afetados. Empresas como Braskem, Cosan, CSN, GPA e Klabin têm recorrido à venda de ativos e corte de custos para reduzir a alavancagem. Analistas alertam para a fragilidade do setor corporativo, agravada pela pandemia, oscilações políticas e o cenário eleitoral de 2026.

BUSCA POR FELICIDADE

O que jovens dizem que poderia torná-los mais felizes

Considerada a geração mais infeliz segundo o World Happiness Report de 2024, a Geração Z expressa descontentamento com trabalho, relações sociais e qualidade de vida. Jovens entrevistados relatam que gostariam de ver mudanças estruturais: empregos dignos, moradia acessível, acesso à saúde de qualidade e reconstrução de laços comunitários.

O desânimo crescente se relaciona à precarização das condições de vida, ao isolamento digital e às injustiças sociais. Mais do que reclamar, muitos afirmam querer resistir à normalização do sofrimento e propor alternativas para um mundo mais justo e humano.

Especialistas apontam que a busca por propósito e comunidade se torna central para esta geração que não aceita adaptar-se a uma realidade que considera falha.

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TEORIA DOS LAÇOS

Conexões distantes, oportunidades reais: como laços fracos impulsionam carreiras

A teoria dos laços fracos, proposta pelo sociólogo Mark Granovetter em 1973, sugere que conexões mais distantes, como conhecidos ou contatos esporádicos, são mais eficazes do que amizades próximas na hora de conseguir um novo emprego.

A explicação é simples: essas conexões nos colocam em contato com redes sociais diferentes da nossa, ampliando o acesso a informações novas e oportunidades que normalmente não circulariam entre amigos próximos ou familiares.

Recentemente, a teoria ganhou novo fôlego com uma pesquisa de larga escala envolvendo 20 milhões de usuários do LinkedIn, conduzida por equipes de universidades como Stanford, MIT e Harvard.

Os dados confirmaram que essas conexões casuais seguem sendo decisivas para a mobilidade profissional, principalmente em setores digitais, como tecnologia, dados e trabalho remoto. Já os laços fortes — amigos próximos, familiares e colegas com quem há mais interação — mostraram mais impacto em áreas menos digitalizadas da economia.

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