Sexta, 2 de maio.

Em um mundo saturado de informações, entender o que realmente ressoa com os consumidores é um desafio crescente. Em 2025, marcas precisam ir além das métricas instantâneas das redes sociais e focar em tendências com base em análise crítica e evidências. Confira nesta edição.

E mais: a tendência do “super-agendamento” para manter as amizades, estudo mostra que 2 semanas sem internet no celular melhoram saúde mental, a redação sugere livros que vão surpreender aqueles que não estão habituados a ler poesia. Uma edição cheia de coisas interessantes para sextar com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min47s

RADAR CULTURAL

Como distinguir tendências reais de modismos?

Em um cenário de crescente ruído informacional, a capacidade de diferenciar tendências duradouras de modismos efêmeros tornou-se um diferencial estratégico para marcas e empresas em 2025.

Especialistas recomendam uma metodologia baseada em evidências que transcende a superficialidade das métricas de redes sociais. Mariana Santiloni, da WGSN, enfatiza a necessidade de uma análise holística que integre dados de e-commerce, desempenho em lojas físicas e padrões comportamentais recorrentes.

Os verdadeiros sinais de tendências sustentáveis emergem quando filtrados pelos cinco pilares fundamentais: contexto sociocultural, avanços tecnológicos, cenário político, indicadores econômicos e dinâmicas industriais. O movimento "underconsumption core" (consumir apenas o necessário), por exemplo, demonstra potencial de longevidade por responder diretamente às pressões econômicas globais atuais.

Em contrapartida, fenômenos virais momentâneos raramente resistem ao teste do tempo. Danças coreografadas, filtros de imagem e desafios online que dominam feeds por algumas semanas frequentemente desaparecem sem deixar impacto mensurável no comportamento do consumidor.

A análise crítica exige que as organizações resistam ao apelo do FOMO (fear of missing out) e priorizem sinais que demonstrem consistência demográfica e cross-platform ao longo de múltiplos ciclos de mercado. Isso significa buscar tendências que transcendam não apenas plataformas isoladas como TikTok ou Instagram, mas que demonstrem ressonância em diversos ambientes digitais e físicos, atravessando diferentes segmentos etários e socioeconômicos, e mantendo relevância mesmo durante flutuações sazonais ou econômicas.

A diferenciação bem-sucedida entre tendência e modismo não está na velocidade da adoção, mas na profundidade com que o fenômeno se conecta às necessidades humanas fundamentais e às forças macroeconômicas persistentes.

CONEXÕES NO CALENDÁRIO

Quando a amizade significa agendar com antecedência

Qual foi a última vez que um amigo te disse: “Estou aí perto, posso passar para tomarmos um café?”. Ou quando foi você que se sentiu confortável para enviar uma mensagem assim a alguém do seu círculo?

Em um mundo onde o tempo parece um luxo, algumas pessoas estão recorrendo ao “super-agendamento” para manter suas amizades. Com vidas atarefadas, recheadas de trabalho, família e obrigações pessoais, os americanos estão cada vez mais agendando sua vida social com semanas ou até meses de antecedência. Usando ferramentas de agendamento como o Calendly, alguns apreciam a estrutura, outros lutam contra a falta de espontaneidade.

Para quem vive com horários apertados, o super-agendamento é uma forma de priorizar amizades sem caos. No entanto, alguns amigos podem se sentir negligenciados por esses planos distantes. Ainda assim, para muitos, coordenar encontros, mesmo que meses antes, pode ser uma maneira de mostrar que se importam e manter as conexões vivas.

DESCONECTAR FAZ BEM

Estudo mostra que 2 semanas sem internet no celular melhoram saúde mental

Um estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, publicado na revista científica PNAS Nexus, mostrou que duas semanas sem acesso à internet móvel podem gerar melhorias significativas na saúde mental, atenção e bem-estar — com resultados superiores, em alguns casos, até ao uso de antidepressivos.

Durante o experimento, os participantes usaram o celular apenas para ligações e SMS, reduzindo o tempo médio de tela em mais de 50%. Parte deles passou a investir o tempo livre em atividades físicas, contato com a natureza e interações presenciais. Mesmo aqueles que não conseguiram seguir a restrição integral relataram benefícios psicológicos.

Psiquiatras alertam que o uso excessivo de telas, especialmente entre os mais jovens, pode impactar o desenvolvimento emocional e padrões de sono. A recomendação é clara: não se trata de abandonar a tecnologia, mas de buscar o equilíbrio.

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Poesia para todos

Com Paulo Leminski como homenageado da edição deste ano da Flip, a Festa Literária de Paraty, talvez esse seja o empurrão que faltava para você mergulhar no universo da poesia. Muita gente acha poesia difícil, hermética ou distante — mas há livros que convidam à leitura leve, íntima e surpreendente. Aqui vai uma seleção para começar com o pé direito:

• Toda Poesia – Paulo Leminski
  Humor, haicai, lirismo e inteligência. Leve e inventivo, Leminski é o poeta ideal para começar.

• Alguma Poesia – Carlos Drummond de Andrade
  Cheio de ironia e delicadeza, o primeiro livro de Drummond ainda soa moderno e acessível.

• Poesia Reunida – Adélia Prado
  A simplicidade que emociona. Adélia transforma o cotidiano em poesia com alma.

• O Livro das Ignorãças – Manoel de Barros
  Um convite ao delírio do idioma. Barros celebra a beleza das coisas pequenas com invenção e humor.

• O Livro das Semelhanças – Ana Martins Marques
  Poemas sobre memória, linguagem e cotidiano, com observações sutis e encantadoras.

• A Teus Pés – Ana Cristina Cesar
  Fragmentos, cartas, anotações e poesia em prosa. Ana C. é leitura afetiva, confessional e essencial.

• Veludo Rouco – Bruna Beber
  Um olhar moderno e afiado sobre as cidades e os sentimentos.

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