Segunda, 5 de maio.

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, mas ainda convive com um paradoxo: a fome. Entre 2021 e 2023, 8,4 milhões de brasileiros passaram fome, segundo a FAO, agência da ONU. Especialistas apontam que o problema não está na oferta, mas no acesso — a renda de grande parte da população não acompanha os preços dos alimentos.

E mais: Portugal vai notificar 18 mil imigrantes para deixarem o país, o que é e como evitar a síndrome do bumbum morto, 7 formas de usar a IA como seu coach de carreira. Começando a semana com o Zat!

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MAPA DA FOME

Brasil produz e exporta muito, mas milhões seguem sem comida no prato

O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do planeta, líder na exportação de itens como soja, café, carne e açúcar. Ainda assim, 8,4 milhões de brasileiros passaram fome entre 2021 e 2023, segundo a FAO, agência da ONU responsável por monitorar a fome e promover a segurança alimentar no mundo. Com esse número, o país permanece no Mapa da Fome das Nações Unidas.

A principal explicação está na perda de poder de compra: de 2014 a 2024, a inflação para os mais pobres foi de 85,8%, enquanto os salários subiram só 5%. Os alimentos, sozinhos, subiram 116,7% no período. Para piorar, políticas de segurança alimentar como o Programa de Aquisição de Alimentos e a merenda escolar perderam força nos últimos anos.

Embora não falte comida, ela não chega a todos. Em parte, porque o agronegócio prioriza commodities como soja e milho — 88% da produção de grãos — voltadas à exportação ou à produção de ração animal. Já arroz e feijão, base da alimentação nacional, perderam 43% e 32% de área plantada em 19 anos.

Além disso, 25 milhões vivem em “desertos alimentares”, sem acesso fácil a alimentos frescos. Para especialistas, é preciso reequilibrar a produção, apoiar a agricultura familiar e fortalecer políticas sociais. A fome, mais que falta de comida, é reflexo da desigualdade.

FRONTEIRAS

Portugal vai notificar 18 mil imigrantes para deixarem o país

O governo de Portugal começará a notificar, já nesta semana, cerca de 4.500 imigrantes em situação irregular para que deixem o país voluntariamente. Ao todo, 18 mil pessoas devem receber esse aviso nos próximos meses, segundo a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Quem não cumprir a exigência poderá ser deportado.

Ainda não se sabe quantos brasileiros estão nessa lista, mas eles são os estrangeiros mais frequentemente barrados na chegada. Em 2024, 1.470 brasileiros tiveram a entrada negada, contra 179 em 2023 — um salto de mais de 700%.

A medida é parte de uma reavaliação da permanência de 110 mil estrangeiros. Até recentemente, era possível entrar em Portugal como turista e regularizar a situação depois, usando a chamada “manifestação de interesse” — agora extinta após pressão da União Europeia.

BUMBUM MORTO

Cuidado: o sedentarismo pode “desligar” seus glúteos

Ficar sentado por oito horas por dia pode parecer inofensivo — mas esse hábito está associado a problemas sérios de saúde, incluindo a chamada “amnésia glútea” (ou síndrome do bumbum morto). Mesmo quem se exercita regularmente pode ser considerado sedentário se passa a maior parte do dia sentado.

Na prática, isso significa que o corpo “esquece” de acionar os músculos dos glúteos, o que pode gerar dores na lombar, quadril e afetar a postura. A professora de ginástica Cláudia Mello diz que viu crescer o número de alunos com dores na região após a pandemia — e aponta a falta de uso dos glúteos como principal causa.

A medicina de estilo de vida, que foca na prevenção e reversão de doenças por meio de bons hábitos, agora inclui um novo mandamento: evite longos períodos sentado. Observe quanto tempo você passa sentado diariamente, seja trabalhando, comendo ou dirigindo, e busque intercalar momentos de movimento ao longo do dia, mesmo que sejam breves.

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CARREIRA E TECNOLOGIA

7 formas de usar a IA como seu coach de carreira

Ferramentas de inteligência artificial generativa, como ChatGPT e Claude, estão revolucionando o apoio à carreira profissional. Pesquisa recente aponta que 65% dos trabalhadores já recorrem à IA em alguma etapa da candidatura a empregos.

Especialistas destacam sete formas principais de usar a tecnologia no desenvolvimento de carreira: descobrir caminhos profissionais, aprimorar currículos e perfis no LinkedIn, estruturar buscas de emprego, treinar para entrevistas e negociar salários, desenvolver liderança, construir marca pessoal e lidar com desafios no ambiente de trabalho.

Tomas Chamorro-Premuzic, professor da University College London, reforça que, ao usar prompts personalizados e oferecer contexto detalhado, é possível transformar a IA em uma aliada estratégica no crescimento profissional.

O diferencial, segundo ele, será de quem melhor souber interagir e explorar essas ferramentas — não apenas de quem as utiliza.

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