Segunda, 7 de abril.

O que acontece com o cérebro após a aposentadoria? Pesquisadores apontam que a perda de estímulos mentais e sociais impacta diretamente a saúde cognitiva. Por outro lado, quem se prepara com antecedência tende a se adaptar melhor. Confira nesta edição.

E mais: 3 em cada 10 entregadores de SP e RJ enfrentam insegurança alimentar, Prouni enfrenta aumento de vagas ociosas e desafios no ensino a distância, como fazer um networking que funciona. Segundou com o Zat!

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PESQUISA

3 em cada 10 entregadores de SP e RJ enfrentam insegurança alimentar

Enquanto circulam pelas ruas com mochilas térmicas nas costas, muitos entregadores por aplicativo lidam com um problema invisível: a fome. Um levantamento da ONG Ação da Cidadania revela que 32% desses trabalhadores nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro vivem em situação de insegurança alimentar — ou seja, enfrentam dificuldade para ter acesso a refeições completas e nutritivas.

O estudo entrevistou 1.700 entregadores e expôs um cenário preocupante: quase 60% trabalham todos os dias da semana, em jornadas de cerca de 10 horas, sem vínculo empregatício ou acesso a benefícios. Além disso, 41% já sofreram acidentes durante as entregas e 90% não têm plano de saúde.

A maioria é composta por jovens, homens e negros, com baixa escolaridade e poucas alternativas no mercado formal. A situação é agravada pela falta de contribuição previdenciária: 72% não pagam INSS e podem ficar sem aposentadoria no futuro.

Frente a isso, entregadores têm promovido protestos em diversas capitais, pedindo melhores condições e remuneração justa.

Apesar das críticas, empresas como o iFood defendem o modelo flexível e dizem buscar equilíbrio entre entregadores e usuários. A Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), que representa empresas do setor, afirma apoiar a regulamentação do trabalho por aplicativos. Já o iFood destaca que oferece seguro gratuito e planos de saúde para os entregadores cadastrados, e avalia reajustar o valor por quilômetro rodado.

EDUCAÇÃO

Prouni enfrenta aumento de vagas ociosas e desafios no ensino a distância

Apesar dos avanços ao longo de duas décadas, o Programa Universidade para Todos (Prouni) enfrenta novos obstáculos. Em 2024, apenas 26,2% das mais de 650 mil bolsas foram preenchidas — uma inversão do cenário de 2006, quando a ociosidade era de apenas 21,4%. Especialistas apontam falta de divulgação e excesso de bolsas em cursos pouco atrativos como causas principais.

Outro ponto de atenção é o crescimento do ensino a distância (EaD), que já representa 31% das bolsas, contra 8% em 2009. Embora o EaD possa ampliar o acesso, o MEC suspendeu a criação de novos cursos e prepara um marco regulatório para melhorar sua qualidade.

O ministro da Educação, Camilo Santana, aposta no programa Pé-de-Meia, que oferece poupança a estudantes do ensino médio, como incentivo à permanência no ensino superior. No entanto, o auxílio estudantil do Prouni (PBP) atinge menos de 5% dos alunos.

Para especialistas, o fortalecimento do programa exige mais apoio financeiro, revisão na oferta de cursos e estratégias de retenção, como bolsas de iniciação científica e monitoria. Mesmo com os desafios, o Prouni segue sendo considerado uma política pública de sucesso.

SAÚDE

O que acontece com o cérebro após a aposentadoria?

A aposentadoria pode parecer o merecido descanso após anos de trabalho, mas também marca uma transição delicada para o cérebro. Estudos mostram que o fim da rotina profissional pode acelerar o declínio da memória verbal e também aumentar o risco de depressão, especialmente quando a aposentadoria chega sem planejamento.

Incluir atividades intelectualmente estimulantes, sociais e físicas na rotina — antes mesmo de parar de trabalhar — ajuda a preservar a agilidade mental. Ter um novo propósito também faz diferença. Voluntariado, hobbies criativos ou aprender algo novo podem manter o cérebro ativo e dar sentido à nova fase da vida. Manter conexões sociais próximas, seja presencialmente ou por videochamadas, também é essencial para afastar o isolamento.

A mensagem dos especialistas é clara: aposentar-se não precisa significar parar. Com planejamento e abertura ao novo, esse pode ser um capítulo fértil, criativo e mentalmente saudável da vida.

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CARREIRA

Como aproveitar melhor o networking em eventos corporativos

Esqueça a ideia de colecionar cartões de visita. Para especialistas, o verdadeiro networking acontece em conversas de mão dupla, com espaço para ouvir, trocar ideias e construir relações genuínas. Em eventos corporativos, o segredo é a intenção: vá disposto a se conectar com pessoas que compartilham valores e interesses com você.

Segundo Fernando Poziomczyk, da Wide Executive Search, o networking eficiente exige presença ativa e escuta atenta. Em vez de mirar em quantidade, foque em conhecer profundamente cinco contatos estratégicos. Nada de abordagens interesseiras ou conversas unilaterais — o segredo está em cultivar vínculos com empatia e curiosidade.

Laís Macedo, do grupo Future Is Now, aconselha a ir além do papo inicial: mande uma mensagem após o evento, elogie uma fala que ouviu ou envie um artigo relacionado ao tema da conversa. Mostrar que a troca foi significativa faz toda a diferença.

Raquel Teixeira, da EY, lembra que uma rede sólida também serve como fonte de aprendizado, apoio emocional e até inspiração para novos projetos. Conexões nascem da generosidade: pergunte-se como pode contribuir antes de pensar no que pode receber.

Para aproveitar melhor as oportunidades, estude os temas do evento com antecedência, pratique uma breve apresentação pessoal e evite distrações como o celular. E lembre-se: relações profissionais, como plantas, precisam de cuidado constante para florescer.

Networking não é sobre aparecer em todos os eventos. É sobre estar no lugar certo, com as pessoas certas — e com a atitude certa.

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