Terça, 8 de julho.

As músicas estão mais curtas — e isso não é à toa. Com a ascensão do TikTok e das plataformas de streaming, artistas adaptam seus hits para caber em vídeos rápidos e garantir mais reproduções. Como diria o teórico Marshall McLuhan, "o meio é a mensagem” e o jeito como consumimos cultura transforma até sua forma.

E mais: os riscos da terapia por IA, a fuga histórica de milionários em 2025, a guerra comercial de Trump contra o Brics e o efeito “quase” no sucesso profissional. Vem com a gente!

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A LÓGICA DO POP

No ritmo do TikTok e do streaming, músicas encurtam para viralizar — e faturar mais

O teórico canadense Marshall McLuhan dizia que “o meio é a mensagem” — ou seja, a forma como algo é transmitido impacta tanto quanto o conteúdo em si. Essa ideia ajuda a entender por que as músicas estão ficando cada vez mais curtas: elas precisam caber nos formatos das redes sociais e gerar retorno nos serviços de streaming.

Em 2024 e 2025, artistas como Charli XCX, Sabrina Carpenter, Gracie Abrams e Billie Eilish lançaram faixas com menos de três minutos que viralizaram no TikTok e acumularam bilhões de streams. O Spotify, por exemplo, contabiliza uma reprodução com apenas 30 segundos ouvidos, o que incentiva a criação de músicas mais curtas, fáceis de repetir e mais lucrativas por volume.

Segundo a The Economist, a duração média dos hits caiu cerca de 18% entre 1990 e 2024. As playlists e os vídeos curtos favorecem faixas com introduções diretas, refrões no início e estrutura enxuta. Em 2024, quase 20% das músicas indicadas ao Grammy tinham menos de três minutos.

No Brasil, o cenário é mais diverso: enquanto o pop e o sertanejo seguem a tendência global, gêneros como funk e trap seguem com sucessos de até 10 minutos, como “Let’s Go 4”, de MC Ryan SP. Artistas como Matuê e Luísa Sonza também equilibram os dois formatos.

DR. GPT

Terapia por IA explode no Brasil – e por que isso é um problema

Mais de 12 milhões de brasileiros já utilizam inteligência artificial, como o ChatGPT, para apoio emocional, atraídos pela disponibilidade 24 horas e pela privacidade. Esse fenômeno se intensifica em um país que lidera rankings de ansiedade e estresse.

No entanto, especialistas alertam que os chatbots podem oferecer respostas superficiais e reforçar preconceitos. Estudos mostram que, ao lidar com temas delicados, como pensamentos autodestrutivos, esses sistemas podem reagir de forma inadequada ou até perigosa.

Pesquisas apontam que modelos de IA reproduzem estigmas sobre doenças mentais, raça e gênero, além de não garantirem a proteção dos dados compartilhados. Para muitos pesquisadores, usar IA como substituta de psicoterapia tradicional pode tratar só sintomas, deixando causas intocadas.

Apesar disso, pesquisadores reconhecem que a IA pode ser um apoio inicial, desde que usada de forma consciente e regulamentada, mas jamais como substituta de acompanhamento profissional.

ÊXODO GLOBAL

Por que os milionários estão deixando o Brasil — e levando US$ 8 bilhões com eles?

Um relatório da Henley & Partners, consultoria especializada em migração de alta renda, aponta que 142 mil milionários devem mudar de país até o fim de 2025, o maior êxodo já registrado. O Reino Unido lidera as perdas, com 16.500 milionários saindo, seguido por China (-7.800), Índia (-3.500) e Brasil, que aparece na sexta posição, com 1.200 milionários a menos, somando US$ 8,4 bilhões em riqueza transferida.

O estudo associa o movimento a mudanças fiscais, instabilidade política e busca por ambientes de baixa tributação e segurança patrimonial. Entre os destinos favoritos estão os Emirados Árabes Unidos, com previsão de entrada de 9.800 milionários, os Estados Unidos (+7.500) e Itália (+3.600), países que oferecem programas de residência por investimento, como o Golden Visa.

A projeção para 2026 é de que esse fluxo aumente para 165 mil pessoas.

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RESILIÊNCIA PRODUTIVA

O “quase” ensina mais do que parece e pode acelerar o sucesso futuro

Em mercados e sociedades que valorizam resultados absolutos, ficar em segundo lugar tende a ser visto como sinônimo de fracasso. Mas evidências mostram que a quase vitória pode se tornar um combustível decisivo para evoluir desempenho e reforçar resiliência.

Exemplos não faltam: a autora J.K. Rowling foi rejeitada por 12 editoras antes de transformar Harry Potter em um fenômeno global com 600 milhões de exemplares vendidos. A seleção holandesa que perdeu a final da Copa de 1974, conhecida como Laranja Mecânica, deixou um legado que redefiniu o futebol. E o tenista Roger Federer, antes de levantar seu primeiro troféu de Wimbledon, acumulou seis vice-campeonatos.

Pesquisas revisadas no Journal of Experimental Psychology indicam que o “quase” funciona como uma espécie de auditoria radical, expondo pontos cegos que o sucesso tende a mascarar. Quando a derrota vem por margem pequena, fica mais claro o que precisa melhorar – seja estratégia, técnica ou mentalidade.

Em um cenário profissional, essa mentalidade pode definir trajetórias. Afinal, transformar frustração em aprendizado e agir sobre esse diagnóstico é o que diferencia quem se contenta com o quase de quem transforma o quase em conquista.

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