Quarta, 9 de julho.

A Dinamarca quer garantir, por lei, que você seja dono da sua própria imagem — voz, rosto e até versões digitais feitas por IA. A proposta vem em meio ao avanço dos deepfakes e pode abrir caminho para um novo tipo de direito: o da identidade digital. Em tempos de algoritmos criativos, proteger quem somos virou pauta.

E mais: ação nos EUA menciona Alexandre de Moraes, cassinos fora de jogo no Senado, solidão em alta no mundo, CEOs virando garotos-propaganda, e até abelhas que entendem o conceito de “zero”. Vem com a gente!

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DINAMARCA AVANÇA

O país que quer garantir, por lei, os direitos autorais sobre sua própria imagem

A Dinamarca propôs uma mudança em sua legislação de direitos autorais para proteger os cidadãos contra o uso indevido de suas imagens por inteligência artificial (IA). A proposta, liderada por Jakob Engel-Schmidt, ministro da Cultura, visa tornar as pessoas legalmente donas de seus traços físicos, voz e aparência digital.

Com o avanço dos deepfakes — vídeos e áudios hiper-realistas criados por IA —, a proposta surge como resposta a um cenário crescente de fraudes, intimidação e manipulações digitais. O projeto estabelece parâmetros legais para o uso não autorizado da imagem pessoal e prevê multas pesadas a plataformas que não cumprirem as exigências.

A medida também abrange performances artísticas, protege contra recriações digitais sem consentimento e garante indenizações às vítimas, mantendo espaço para paródias e sátiras.

Nos EUA e em países com sistemas legais similares, a proteção de imagem depende da existência de uma “obra criativa” registrada — um vácuo que dificulta a defesa da própria identidade visual e vocal. A Dinamarca quer mudar isso, usando inclusive sua futura presidência no Conselho da União Europeia para pressionar por uma política digital mais robusta em todo o bloco.

A iniciativa pode abrir caminho para uma nova categoria de direitos digitais globais, dando ao cidadão comum mais ferramentas legais para enfrentar os desafios da era da IA.

IMPACTO GLOBAL

Solidão afeta uma em cada seis pessoas no mundo, alerta OMS

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que uma em cada seis pessoas no mundo sofre de solidão, condição que contribui para cerca de 871 mil mortes por ano.

O estudo, liderado por Vivek Murthy, ex-cirurgião-geral dos Estados Unidos, e Chido Mpemba, da União Africana, mostra que o problema atinge todas as idades: afeta um terço dos idosos e um quarto dos adolescentes.

Entre os riscos associados estão doenças cardíacas, diabetes, declínio cognitivo e depressão. Dados indicam que 24% da população de países de baixa renda sofre com o isolamento, ante 11% em nações ricas.

A Suécia foi citada como exemplo por implementar políticas públicas de conexão social e restrição ao uso de celulares em escolas. Para a OMS, criar espaços de interação presencial é essencial para reduzir o impacto do isolamento na saúde individual e nos custos globais.

MARKETING CORPORATIVO

Marcas colocam seus líderes como protagonistas e testam os limites entre carisma e crise

Empresas como a Ram — divisão da Stellantis voltada à produção de picapes — e a rede de restaurantes Red Lobster, atualmente em processo de recuperação após pedido de falência, têm apostado em CEOs como protagonistas de suas campanhas publicitárias. No caso da Ram, o então CEO Tim Kuniskis apareceu em vídeos reconhecendo publicamente o erro de descontinuar o motor Hemi V-8 e prometendo retomar a produção.

Já a Red Lobster colocou em destaque Damola Adamolekun, executivo conhecido pelo perfil inovador, que anunciou mudanças estratégicas e respondeu diretamente a perguntas em redes sociais. A campanha alcançou 37,4% mais confiança do que anúncios tradicionais e superou 63% das peças avaliadas em desempenho de comunicação.

Apesar de tentadora, a estratégia de usar a imagem do executivo concentra riscos relevantes de reputação, alertam especialistas. Um exemplo marcante é o da rede Papa John’s: John Schnatter, fundador e rosto da marca, deixou o cargo de CEO em 2017 após criticar atletas da NFL por protestarem durante o hino nacional. Meses depois, renunciou ao conselho da empresa ao ser flagrado utilizando um termo racista.

Para analistas, a presença do CEO na comunicação da marca pode torná-la mais autêntica e humana, mas também cria vulnerabilidades significativas caso surjam crises pessoais ou corporativas.

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LÍNGUA AFIADA

Como não tropeçar no português corporativo

Usar palavras rebuscadas no trabalho pode parecer sinal de sofisticação, mas é fácil escorregar. Termos como "corroborar" (confirmar), "assertivo" (afirmar com clareza) e "ratificar" (validar) são frequentemente aplicados de forma errada em e-mails corporativos e reuniões.

Além disso, certos verbos comuns também geram confusão quando usados no contexto de tempo ou existência. É o caso de “fazer” e “haver”: o correto é dizer “faz cinco anos”, e não “fazem”.

Segundo Cassiano Butti, professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), esses equívocos vêm de uma hipercorreção — quando se tenta soar mais culto do que se é, sem segurança no uso. Mas professores recomendam: prefira a clareza e a simplicidade.

Dica prática: antes de usar um termo mais “sofisticado”, consulte a fonte de confiança de todo bom letrista — o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras (ABL).

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