Terça, 09 de setembro.

Um a cada três brasileiros declara não se importar com a seleção. O dado, revelado por pesquisa Ipsos-Ipec, acende um alerta: a Amarelinha, outrora paixão nacional, hoje luta para se reconectar com o público. O distanciamento tem várias causas — ingressos caros, jejum de títulos, falta de ídolos incontestáveis. Confira mais detalhes nesta edição.

E mais: por que Lei do Texas proíbe chineses de adquirir imóveis, salário de R$ 13 mil no começo da carreira, por que vale a pena resgatar antigos hobbies. Vem com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min53s

SEGURANÇA OU XENOFOBIA?

Por que Lei do Texas proíbe chineses de adquirir imóveis

Em 1º de setembro, entrou em vigor no Texas uma lei que proíbe cidadãos e empresas da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia de comprar ou alugar imóveis no Estado. O governador republicano Greg Abbott defende a medida como proteção à segurança nacional, citando riscos de espionagem e influência estrangeira.

Para críticos, porém, a lei — considerada a mais severa do país nesse sentido — é discriminatória. Sino-americanos afirmam que ela revive o estigma do “Ato de Exclusão dos Chineses” de 1882 e cria um ambiente hostil para estudantes, profissionais e pequenos empresários. Organizações de defesa legal já acionaram a Justiça, mas um tribunal rejeitou a primeira ação, mantendo a incerteza entre titulares de vistos temporários.

Os impactos econômicos também preocupam: investidores chineses têm recuado de projetos no Texas, e corretores relatam suspensão de planos em áreas como veículos elétricos e energia solar. O Comitê de 100, entidade de sino-americanos, aponta que 26 Estados aprovaram iniciativas semelhantes desde 2021, sinalizando uma tendência nacional.

Enquanto autoridades locais reforçam a narrativa de segurança, opositores denunciam xenofobia institucionalizada. Para famílias como a de Jason Yuan, dono de uma loja de carros usados, a lei transmite uma mensagem dolorosa: “Proibir a compra da casa própria com base no país de origem é discriminatório por natureza.”

FUTEBOL BRASILEIRO

Seleção em baixa com o torcedor: desafio vai além do campo

Pesquisa revela que 32,4% dos brasileiros afirmam não se importar com a seleção brasileira de futebol. Esse percentual supera o dos que se dizem fanáticos, que somam 15,9%.

O estudo realizado pelo jornal O Globo em parceria com o instituto Ipsos-Ipec mostra uma queda na conexão emocional com a equipe nacional, impulsionada por fatores como o preço dos ingressos, a falta de ídolos recentes e o jejum de títulos mundiais, que completará 24 anos em 2026.

O torcedor mais engajado é geralmente jovem, homem, morador de cidade pequena, com baixa escolaridade e renda de até um salário mínimo. A pesquisa também destaca que 33,3% se declaram fanáticos por seus clubes, mostrando que o vínculo com times locais é mais forte do que com a seleção.

Especialistas apontam que comunicação digital eficaz e novos ídolos carismáticos, como Vini Jr., podem ajudar a recuperar essa relação. A próxima Copa Feminina, em 2027, é vista como nova chance de reconexão com o público.

BEM-ESTAR ANIMAL

O que a inteligência artificial revela sobre o que sentem vacas, porcos e cabras

Um modelo de inteligência artificial, desenvolvido por Stavros Ntalampiras, pesquisador da Universidade de Milão, demonstrou a capacidade de identificar se os sons emitidos por animais com cascos — como porcos, cabras, vacas e cavalos — expressam emoções positivas ou negativas. A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, analisou frequência, tom e qualidade acústica de vocalizações, e identificou padrões comuns entre espécies.

A tecnologia pode permitir a detecção precoce de estresse em ambientes como fazendas, zoológicos e áreas de conservação ambiental. Projetos semelhantes também mapeiam vocalizações de baleias, expressões faciais de cães e até movimentos de abelhas com o uso de IA.

Apesar dos avanços, pesquisadores alertam para o risco de interpretações simplistas e o impacto ambiental do uso massivo de IA. A recomendação é que os dados acústicos sejam combinados com imagens, sinais fisiológicos e conhecimento especializado da espécie monitorada.

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BEM-ESTAR

Por que vale a pena se reconectar com seus antigos hobbies

Na infância e adolescência, muitos descobrem paixões que acabam deixadas de lado diante das demandas da vida adulta. Resgatar esses hobbies, no entanto, pode ser uma poderosa forma de fortalecer a saúde mental e recuperar a sensação de prazer no cotidiano.

Segundo Rodrigo de Aquino, especialista em Psicologia Positiva, hobbies despertam memórias, ampliam a criatividade e favorecem o chamado flow — aquele estado de concentração em que se “perde a noção do tempo”. Para a psicoterapeuta Helen Mavichian, reservar momentos específicos na agenda e integrar pequenas atividades prazerosas na rotina já é um passo importante para retomar esse contato.

Reencontrar antigos gostos, como desenhar, dançar, tocar um instrumento ou praticar esportes, também ajuda a ressignificar experiências e desenvolver novas habilidades. Além disso, experimentar algo novo — um idioma, uma aula de cerâmica, um voluntariado — amplia as conexões do cérebro e promove bem-estar.

Mais do que entretenimento, os hobbies representam um espaço de autoconhecimento e equilíbrio entre responsabilidades e interesses pessoais. Em um mundo acelerado, parar para redescobrir aquilo que um dia nos encantou pode ser justamente o que dá sentido e leveza à vida.

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