Segunda, 10 de março.

Após concluir o mestrado e trabalhar dois anos em Lisboa, o engenheiro Duarte Dias percebeu que, mesmo com um bom emprego, teria dificuldade para economizar. Por isso ele se mudou para a Irlanda e, depois, para os EUA, onde sua renda triplicou e a carga tributária é mais baixa. Leia mais nesta edição sobre fuga de mão de obra qualificada em alguns países europeus.

E mais: Trump, Zelensky e a anatomia do fracasso na mesa de negociações, o movimento 'low buy' ganha adeptos no Brasil, o botão de ‘reset’ mental que grandes líderes apertam todos os dias. Segundou com o Zat!

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TRUMP E ZELENSKY

A anatomia do fracasso na mesa de negociações

A decisão de Donald Trump de suspender toda a ajuda militar à Ucrânia após uma discussão com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski marca um ponto de inflexão nas relações entre os dois países.

Anunciada na última semana, a medida afeta mais de US$ 1 bilhão em armas e munições já encomendadas, comprometendo seriamente a capacidade de resposta ucraniana à invasão russa.

As táticas de negociação expostas no recente encontro deles oferecem lições valiosas sobre o que evitar em acordos de alto risco.

Segundo especialistas em resolução de conflitos, o uso de ultimatos públicos demonstra fragilidade estratégica. Além disso, "A última coisa que se faz é dar todas as cartas à outra parte", afirma Andrea Schneider, especialista da Escola de Direito Cardozo, destacando como essa abordagem pode fortalecer adversários e enfraquecer a posição negocial.

A ciência também confirmou o senso comum: Quando o ego supera objetivos estratégicos, os resultados tendem ao fracasso.

O desequilíbrio de perspectivas também comprometeu as negociações, com um lado focado no panorama geopolítico amplo e o outro nas necessidades imediatas de defesa, criando um impasse descrito como "impossível de reconciliar".

O caso ilustra como a ausência de terreno comum e a falha em identificar interesses mútuos podem transformar potenciais acordos em confrontos diplomáticos comprometedores.

MÃO DE OBRA QUALIFICADA

A disputa global por jovens talentos

A saída de jovens qualificados em busca de melhores salários e oportunidades preocupa países como Portugal, que enfrenta um êxodo crescente de profissionais especializados.

Para tentar conter essa fuga, o governo português ampliou um programa de redução de impostos para jovens até 35 anos. Ainda assim, especialistas alertam que essa medida não basta. Portugal mantém uma das maiores cargas tributárias da OCDE, e os salários locais continuam pouco competitivos.

A situação não é exclusiva de Portugal. Outros países europeus, como Polônia e Croácia, também tentam reter seus jovens. No entanto, para muitos profissionais, o problema central não é só o imposto, mas os baixos salários. "Os rendimentos no exterior sempre serão mais altos", afirma Dias.

O desafio para esses países não é apenas criar incentivos fiscais, mas oferecer oportunidades reais para que os jovens vejam futuro em permanecer. Afinal, uma boa qualidade de vida envolve muito mais do que um alívio na declaração de imposto de renda.

FINANÇAS COMPORTAMENTAIS

O movimento 'low buy' ganha adeptos no Brasil

O movimento low buy (comprar menos, em tradução livre) está ganhando força entre os brasileiros em 2025, principalmente entre mulheres preocupadas com suas finanças pessoais e impacto ambiental. Segundo Paula Gonçalves Sauer, economista e professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), muitos consumidores estão reprogramando seu comportamento para "comprar experiências em vez de coisas".

O fenômeno reflete o cansaço com o excesso de estímulos das redes sociais, que se transformaram em plataformas de consumo constante.

A proposta não é parar de comprar em definitivo, mas adquirir apenas o estritamente necessário, priorizando qualidade sobre quantidade.

Especialistas em psicologia apontam que o consumo consciente fortalece áreas cerebrais responsáveis pela tomada de decisão, reduzindo a impulsividade.

Economistas sugerem estabelecer orçamentos mensais limitando gastos não essenciais como estratégia inicial para adeptos do movimento.

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CARREIRA

O botão de ‘reset’ mental que grandes líderes apertam todos os dias

Enquanto alguns líderes parecem prosperar sob pressão, outros sucumbem ao estresse. Para o CEO e headhunter Ricardo Basaglia, a diferença está no seguinte fato: muitos dos mais bem-sucedidos adotam práticas diárias de autocuidado – uma estratégia que fortalece a resiliência emocional e a clareza mental.

No mundo corporativo, o excesso de trabalho ainda é visto como sinônimo de comprometimento. No entanto, pesquisas recentes mostram que essa mentalidade pode ser prejudicial. O neurocientista Andrew Huberman destaca que hábitos simples, como exposição à luz natural, exercícios físicos e respiração controlada, ajudam a regular o sistema nervoso, melhorando a performance cognitiva.

Estudos também apontam que líderes que priorizam o bem-estar tomam decisões mais acertadas, são mais criativos e ganham maior reconhecimento de suas equipes. Práticas como pausas estratégicas, sono adequado e mindfulness não são luxo, mas ferramentas essenciais para um desempenho sustentável.

Quem entende que estar bem é fundamental para liderar com excelência está saindo na frente. Afinal, cuidar de si não é um ato de fraqueza – é uma decisão inteligente que beneficia tanto o líder quanto sua equipe.

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