Terça, 10 de junho.

Já ouviu falar em dismorfia financeira? Assim como a corporal, ela distorce nossa percepção — mas da conta bancária. Na era das redes, é fácil se sentir para trás, e comparar demais custa caro. Veja nesta edição.

E mais: a inteligência artificial e o futuro das humanidades nas universidades, reality expõe escândalos e desafia estereótipos religiosos, o poder dos hábitos simples. Vem com a gente!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min54s

ASCENSÃO DA IA

A inteligência artificial e o futuro das humanidades nas universidades

A ascensão da inteligência artificial (IA) está obrigando universidades a repensarem o ensino das humanidades. D. Graham Burnett, professor em Princeton, descreve como a chegada dessas tecnologias impacta salas de aula, currículos e, principalmente, a relação entre alunos e conhecimento.

Enquanto políticas governamentais reduzem investimentos em educação superior, o verdadeiro abalo vem da IA, que já oferece respostas rápidas, análises profundas e reflexões capazes de rivalizar — ou até superar — as de especialistas humanos. Burnett narra experiências em que seus alunos, após interações profundas com sistemas como ChatGPT, se viram diante de questões existenciais: o que nos torna humanos em um mundo onde as máquinas simulam tão bem o pensamento?

Apesar do temor inicial, muitos alunos descobriram, nesses diálogos com a IA, uma forma mais pura de atenção e reflexão — sem julgamentos, pressões sociais ou distrações. Para Burnett, essa transformação não representa o fim das humanidades, mas uma chance de retorno ao que elas sempre buscaram: entender o ser humano e seu papel no mundo.

A IA pode automatizar a produção de conhecimento, mas não substitui a experiência de viver, questionar e sentir. O desafio, agora, é renovar o ensino das humanidades com base em desejo genuíno de aprender — não por obrigação, mas por inquietação.

ANSIEDADE FINANCEIRA

Quando ter dinheiro não basta: dismorfia financeira entra no radar de especialistas

O termo “dismorfia financeira”, cunhado recentemente pelo The New York Times, descreve uma percepção distorcida da própria situação econômica, agravada pela comparação constante nas redes sociais. Segundo dados da empresa norte-americana Credit Karma, 43% da geração Z e 41% dos millennials relatam sofrer com esse efeito.

Mesmo pessoas com estabilidade financeira passam a se sentir em desvantagem ao se comparar com estilos de vida muitas vezes irreais exibidos online. O resultado pode ser gastos impulsivos, endividamento e queda no bem-estar.

Especialistas destacam que, em um contexto de exposição digital intensa, é comum a sociedade ostentar pequenos luxos como forma de compensação emocional, reforçando uma falsa percepção de abundância. Falar abertamente sobre dinheiro e repensar hábitos de consumo são estratégias recomendadas para reduzir o impacto da dismorfia e retomar o controle financeiro com mais consciência.

ESPOSAS MÓRMONS

Reality expõe escândalos e desafia estereótipos religiosos

A Vida Secreta das Esposas Mórmons, reality da Disney+, acompanha influenciadoras da comunidade MomTok — mulheres mórmons que viralizaram no TikTok — em meio a dramas conjugais, revelações íntimas e conflitos com a fé. Ambientado em Utah, o programa revela uma faceta moderna, caótica e inesperada do mormonismo.

A série virou um fenômeno cultural nos EUA, ao romper com o estereótipo das “donas de casa recatadas” e mostrar mulheres reais, que ganham dinheiro com a própria imagem e não têm medo de se contradizer. A repercussão dividiu a comunidade mórmon e provocou um raro debate público sobre sexualidade, religiosidade e identidade feminina dentro do universo conservador.

As protagonistas enfrentam traições, boatos de troca de casais e desentendimentos públicos. Jessi Ngatikaura e Whitney Leavitt, duas das figuras centrais, relatam os efeitos psicológicos da exposição e o desafio de equilibrar autenticidade com entretenimento. Apesar de criticadas por membros da própria igreja, elas afirmam estar inspirando outras mulheres a questionarem sua fé e viverem com mais liberdade.

“Não somos o rosto do mormonismo”, diz Ngatikaura. “Mas estamos contando a nossa verdade.”

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BEM-ESTAR

O poder dos hábitos simples: como pequenas mudanças melhoram sua saúde

Se você quer emagrecer, dormir melhor, se sentir mais disposto ou menos ansioso, não precisa virar sua rotina de cabeça para baixo. A chave está nos hábitos simples e consistentes.

Segundo especialistas, nosso corpo resiste a mudanças bruscas — e é por isso que dietas radicais ou promessas de acordar às 5h da manhã geralmente duram pouco. Em vez disso, práticas básicas como tomar sol pela manhã, reduzir o uso de telas antes de dormir, beber mais água e fazer pequenas pausas ativas ao longo do dia podem transformar sua saúde física e mental.

Por exemplo, 20 minutos de sol ajudam na produção de vitamina D e melhoram o sono. Já evitar o celular antes de dormir favorece a liberação de melatonina, o hormônio do sono. Até beber água — um gesto simples — tem efeito direto no bem-estar e na energia.

Quer começar? Escolha um hábito pequeno e pratique com leveza e constância. O segredo da mudança duradoura está em ajustes suaves, feitos com gentileza e intenção.

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