Segunda, 11 de agosto.

Nos últimos anos, a proteína virou estrela nas gôndolas e nas dietas. O que antes era assunto restrito a atletas e nutricionistas, agora aparece com destaque em iogurtes, sobremesas e até pizzas. Mas será que precisamos mesmo dessa onda “turbinada”?

E mais: por que os governos estão usando o ChatGPT e no que isso pode implicar, o turismo que aposta na leitura, 4 “poupanças” para garantir uma velhice saudável. Começando a semana com o Zat!

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COTIDIANO FITNESS

Por que estão colocando proteína em tudo?

Nos últimos anos, a proteína virou protagonista em conselhos de saúde e fitness. Nas prateleiras dos supermercados, está cada vez mais comum encontrar de iogurtes a sobremesas, passando por pizzas e cafés, com embalagens destacando seu alto teor proteico. Mas será que precisamos mesmo desses alimentos “turbinados”?

A proteína é essencial para manter músculos e o sistema imunológico. As diretrizes recomendam cerca de 0,75g por kg de peso corporal, embora estudos sugiram que a quantidade ideal esteja entre 1,2g e 1,6g. Para uma pessoa de 70 kg, isso equivale a cerca de 84g a 112g de proteína por dia — o que seria, por exemplo, o equivalente a 3 ou 4 bifes de 100g.

Atletas, idosos e pessoas em recuperação precisam de mais proteína, mas, para a maioria das pessoas dos países desenvolvidos, a alimentação já supre as necessidades diárias, sem necessidade de “turbinar” a dieta. Mesmo no caso dos países pobres, o déficit proteico não chega a 3%. No caso do Brasil, em áreas metropolitanas do Rio de Janeiro, homens consomem cerca de 1,3 g/kg/dia e mulheres 1,1 g/kg/dia. Em São Paulo, jovens saudáveis chegam a 1,6 g/kg (homens) e 1,4 g/kg (mulheres).

Mais importante do que a quantidade, é a qualidade da proteína e sua distribuição ao longo do dia. O ideal é consumir cerca de 20g a 30g de proteína em cada refeição, preferencialmente de fontes naturais como carnes, ovos, leguminosas e nozes.

Produtos enriquecidos com proteína podem ajudar pela praticidade, mas muitos são ultraprocessados, com adição de açúcares, carboidratos e poucos nutrientes essenciais como fibras. O consumo excessivo desses alimentos está ligado a riscos maiores de doenças cardíacas e diabetes. Lembrando que o whey protein, popular entre o público fitness, é um alimento ultraprocessado.

Portanto, proteína é importante, mas ela não faz milagres sozinha. Para uma dieta saudável, é fundamental variar as fontes, evitar exageros em alimentos ultraprocessados e prestar atenção a outros nutrientes essenciais para o bem-estar geral.

IA NO PODER

Por que governos estão usando o ChatGPT — e no que isso pode implicar

O uso de chatbots de inteligência artificial por autoridades públicas já é realidade em países como Suécia, Reino Unido e Estados Unidos, reacendendo o debate sobre os limites da tecnologia na administração pública. O caso mais recente é do primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson, que admitiu utilizar o ChatGPT para obter “segunda opinião” sobre decisões políticas. A declaração gerou críticas: “Ele foi eleito, o chatbot não”, disseram opositores.

A OpenAI, criadora do ChatGPT, anunciou uma parceria com o governo dos EUA para oferecer sua versão corporativa ao funcionalismo federal por US$ 1 ao ano. A medida faz parte do novo Plano de Ação para a IA, lançado pela gestão Trump, com foco em eficiência operacional e desburocratização. Dados preliminares mostram que, em testes na Pensilvânia, servidores economizaram cerca de 95 minutos por dia em tarefas rotineiras usando a ferramenta.

Especialistas apontam riscos, como dependência de dados potencialmente enviesados, falhas de precisão (as chamadas "alucinações") e segurança da informação, dado que os servidores da OpenAI estão nos EUA.

Mesmo assim, parlamentares de outros países — como o escocês Graham Leadbitter — defendem o uso controlado da IA como apoio técnico, não como substituto de decisões humanas. A Comissão Europeia, por sua vez, já lançou seu próprio chatbot experimental, o GPT@EC, para uso interno.

RETOMADA CULTURAL

Hotéis, livros e negócios: o turismo que aposta na leitura

Com a alta na demanda por experiências culturais no setor de hospitalidade, hotéis de luxo têm investido em retiros literários e clubes do livro como forma de atrair novos públicos. O resort Teranka, em Formentera, ilha espanhola próxima a Ibiza, organiza salões com autores como David Whyte, poeta irlandês. Já o projeto Page Break, em Nova York, reúne grupos para ler um mesmo livro durante um fim de semana, com refeições temáticas e debates coletivos.

A tendência tem ganhado força com iniciativas como a do Reese’s Book Club, clube de leitura fundado pela atriz Reese Witherspoon, que fechou parceria com o grupo hoteleiro World of Hyatt para oferecer glampings literários.

Para especialistas, esse movimento busca engajar turistas culturais e também moradores locais, sobretudo fora da alta temporada. Segundo Kriticos Mwansa, fundador do coletivo literário The Book Club, “trata-se de alinhar marcas a um estilo de vida voltado à arte e ao pensamento”.

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BEM-ESTAR

4 “poupanças” para garantir uma velhice saudável

Ao pensar no futuro, é comum associar “poupança” apenas ao dinheiro. Mas, segundo especialistas, envelhecer com saúde e autonomia exige investir também em três outras reservas: física, cognitiva e de relacionamentos.

A poupança física é a base da mobilidade e previne quedas, fraturas e perda de independência. Exercícios de força, atividades aeróbicas e alongamentos preservam músculos, ossos, equilíbrio e sistema cardiovascular.

Já a poupança cognitiva protege o cérebro contra declínio e doenças como demência. Ela se constrói com estímulos diários, como leitura, aprendizado de novas habilidades, jogos de raciocínio, escrita e vida social ativa, que fortalecem a capacidade de adaptação mental.

A poupança de relacionamentos é formada por vínculos afetivos que reduzem o risco de depressão e isolamento, tão nocivos quanto tabagismo ou obesidade. Participar de grupos, manter contato frequente e cultivar novas amizades são investimentos valiosos.

Por fim, a poupança financeira garante liberdade de escolha na velhice, como acesso a cuidados e moradia adequada. Guardar regularmente, evitar dívidas e começar cedo potencializa ganhos com juros compostos.

Construir essas quatro reservas é um processo contínuo. Cada caminhada, conversa, página lida ou valor economizado é um depósito para um envelhecimento com mais qualidade de vida.

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