Segunda, 11 de novembro.

"No primeiro dia, senti um hiperfoco e bem-estar incríveis, fui mais produtiva e motivada, mas sabia que isso era efeito do remédio." A fala é de alguém que procurou o médico em busca de uma solução para o cansaço do dia a dia. O chamado doping corporativo tem despertado questionamentos sobre os limites da ambição profissional e a linha tênue entre o desejo por alta performance e os riscos à saúde. Confira nesta edição.

E mais: entenda a PEC que propõe fim da escala 6×1, a nova obsessão do TikTok para a noite de sono ideal, como fazer um bom discurso. Segundou com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min44s

DROGAS DA PERFORMANCE

Remédio controlado vira febre entre profissionais saudáveis

O mercado financeiro brasileiro enfrenta uma nova epidemia: o uso indiscriminado do Venvanse, medicamento controlado indicado para Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O fenômeno, apelidado de "doping corporativo", tem se espalhado principalmente na região da Faria Lima, principal centro financeiro de São Paulo.

O remédio, que está sendo comercializado ilegalmente pelo dobro do preço de mercado, tem atraído executivos em busca de maior foco e produtividade. Especialistas alertam para os riscos à saúde. O uso do medicamento sem diagnóstico adequado pode causar dependência química e outros efeitos colaterais graves.

A prática também levanta questões éticas sobre a pressão por performance no ambiente corporativo e a responsabilidade de médicos que facilitam o acesso a estas substâncias controladas.

Para além da tendência preocupante de automedicação entre profissionais de alto desempenho, a prática expõe uma face sombria da cultura corporativa, na qual o limite entre alta performance e autodestruição se torna cada vez mais tênue, levantando um alerta sobre a urgência de discussões mais profundas sobre saúde mental no ambiente profissional.

PROJETO NA CÂMARA

Entenda PEC que propõe fim da escala 6x1

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a escala de trabalho 6x1 ganhou destaque nas redes sociais, mas ainda enfrenta obstáculos significativos na Câmara dos Deputados. A iniciativa da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) conseguiu até o momento 71 assinaturas das 171 necessárias para iniciar sua tramitação.

A proposta enfrenta resistência partidária marcante: enquanto conta com apoio integral da bancada do PSOL e metade do PT, apenas um deputado do PL, Fernando Rodolfo (PE), assinou o documento.

O debate foi impulsionado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL), líder do Movimento Vida Além do Trabalho. A PEC busca modificar o atual modelo permitido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que estabelece jornada de 44 horas semanais distribuídas em seis dias de trabalho com um de folga.

SLEEPMAXXING

A nova obsessão do TikTok para a noite de sono ideal

No TikTok, uma nova tendência ganha popularidade entre jovens focados em bem-estar: o sleepmaxxing. 

Esse termo engloba práticas voltadas a otimizar a qualidade e quantidade de sono, desde rotinas de relaxamento até gadgets específicos para dormir melhor.

Entre os métodos mais compartilhados, estão o uso de cobertores pesados para relaxamento, gadgets como rastreadores de sono e o sleepy girl mocktail, uma bebida sem álcool com ingredientes que prometem induzir o sono.

Especialistas, no entanto, alertam sobre os riscos da busca obsessiva pelo sono perfeito. Essa “pressão por dormir bem” pode, paradoxalmente, gerar ansiedade, prejudicando a própria qualidade do sono.

Para aqueles que querem experimentar, a dica é personalizar as práticas e não depender cegamente de rotinas e dispositivos populares na rede.

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PARA SE COMUNICAR BEM

Como fazer um bom discurso

Fazer um bom discurso pode parecer uma missão desafiadora, mas transformar essa experiência em algo prazeroso e significativo para você e para a plateia é possível com algumas técnicas e ajustes de foco.

Muitas vezes, a ansiedade nos leva a encher o discurso de informações e frases prontas, ou a adotar uma postura defensiva, lendo notas com rigidez e exagerando nos slides e gráficos, o que tende a confundir ou entediar o público.

O segredo para evitar isso está em concentrar-se em uma ideia central — ou "linha condutora", como sugere Chris Anderson, organizador das conferências TED.

Essa linha condutora é o fio que conecta cada história, dado, exemplo e até piadas ao objetivo principal do discurso. Em vez de acumular informações desnecessárias ou tópicos para ocupar o tempo, o ideal é criar uma estrutura que permita que cada ponto tenha seu espaço e seja absorvido.

Ao ter claro o que você quer dizer e simplificar a mensagem, você evita que a ansiedade de “sobreviver” aos minutos no palco domine sua performance. Em vez disso, o foco passa a ser no valor que você quer compartilhar.

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