Quarta, 12 de março.

Desde 2020, enquanto a inflação geral subiu 33%, os alimentos dispararam 55%. Para famílias de baixa renda, que comprometem quase 80% da renda com itens essenciais, o impacto é devastador. Confira nesta edição.

E mais: como o segundo mandato de Trump desabilita o soft power americano, baixa remuneração é o maior fator de estresse no trabalho, divórcio aumenta entre pessoas com 50+. Vem com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min53s

PODER GLOBAL

Como o segundo mandato de Trump desabilita o soft power americano

O conceito de soft power – a influência que países exercem por meio da atração em vez da coerção – enfrenta um desafio com o segundo mandato de Donald Trump.

Segundo Joseph Nye, ex-reitor da Escola Kennedy de Harvard e criador do termo, o nacionalismo exclusivo promovido pela atual administração americana representa uma "estratégia perdedora" no cenário internacional.

A política externa transacional de Trump, resumida no slogan "América Primeiro", tem sacrificado alianças históricas e enfraquecido instituições multilaterais como a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O recente desmantelamento da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), criada por John F. Kennedy, é mais um golpe no prestígio global americano.

Enquanto isso, a China tem investido bilhões em diplomacia cultural e programas de ajuda externa para aumentar sua atratividade, embora pesquisas mostrem que continua atrás dos EUA em termos de influência cultural na maioria dos continentes.

Historicamente, o soft power americano demonstrou resiliência após períodos de declínio, como após as guerras do Vietnã e do Iraque.

No entanto, a polarização política interna, o enfraquecimento de normas democráticas e a erosão de instituições durante este segundo mandato de Trump representam desafios sem precedentes.

Especialistas alertam que o verdadeiro realismo em relações internacionais não negligencia valores liberais ou soft power, mas narcisistas extremos raramente adotam essa visão estratégica de longo prazo.

PRESSÃO DOS ALIMENTOS

Economia cresce, mas população quer preços baixos

Mesmo com a divulgação do PIB de 2024 demonstrando um crescimento de 3,4%, o maior desde 2021, grande parte da população sente o dinheiro perder valor. A inflação acumulada nos últimos anos, especialmente nos alimentos, ajuda a explicar essa percepção.

De acordo com pesquisas recentes, o otimismo em relação a 2025 atingiu o menor nível desde 2020. O preço da comida subiu 55% desde 2020, enquanto o IPCA avançou 33%, pressionando principalmente famílias de baixa renda, que comprometem até 80% da renda com o básico.

Mesmo com dois anos de aumento real no salário mínimo e desemprego em baixa recorde, a alta dos preços reduziu a renda disponível. O Ministério da Fazenda prevê que o PIB ganhe fôlego no início de 2025, puxado pelo agro, mas projeta desaceleração depois, com juros altos.

Diante da pressão dos alimentos, o presidente Lula não descarta medidas mais drásticas para conter preços, caso soluções negociadas não surtam efeito.

COMPORTAMENTO

Divórcio entre pessoas 50+ aumenta e reflete nova realidade brasileira

O divórcio cinza – termo que designa separações entre pessoas com mais de 50 anos – registrou aumento de 30% nos últimos anos no Brasil, segundo dados do Registro Civil do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2010, estas separações representavam apenas 10% do total de divórcios no país.

A independência financeira feminina e a busca por autoconhecimento estão entre os principais fatores para este crescimento, que reflete profundas mudanças comportamentais na sociedade brasileira, especialmente entre as mulheres maduras que agora priorizam satisfação pessoal após décadas de casamento.

A legislação passou por importantes mudanças que simplificam o processo de divórcio. As atualizações legislativas transformaram o divórcio em um direito que pode ser exercido unilateralmente, sem necessidade de acordo mútuo. Para casais sem filhos menores e em consenso, o processo pode ser realizado integralmente online através da plataforma e-Notariado, simplificando uma decisão que representa, para muitos, o início de uma nova fase da vida.

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Como argumentar com seu parceiro e fortalecer o relacionamento

Discutir com seu parceiro pode ser difícil, mas aprender a expressar frustrações sem criar ressentimento é essencial para um relacionamento saudável. Especialistas recomendam algumas estratégias para transformar conflitos em crescimento:

Escolha o momento certo – Antes de iniciar uma conversa difícil, pergunte se o outro está disposto a ouvir. Se não for o momento ideal, combine um horário.

Seja claro e direto, mas cuidadoso – Muitos casais se afastam porque um não percebe o impacto de suas palavras no outro. Expresse como se sente sem acusações.

Equilibre críticas com reconhecimento – Antes de apontar um problema, reforce algo que você valoriza no parceiro. Isso suaviza a conversa e aumenta a receptividade.

Administre expectativas – Nenhum relacionamento é perfeito. Estudos mostram que 69% dos conflitos persistem devido a diferenças de personalidade e valores. O objetivo não é eliminar discussões, mas construir entendimento.

Expressar incômodos com empatia fortalece a relação e evita que pequenos atritos se transformem em muros emocionais. E, antes de reclamar que não é ouvido, pergunte-se: "Estou escutando bem o outro?"

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