Segunda, 12 de maio.

Em tempos de múltiplos vínculos e jornadas sem fim, muitos vivem no modo “dê conta de tudo” — até que o corpo cobra. A glamorização do cansaço esconde o preço real do excesso de trabalho. Nesta matéria, mergulhamos nas histórias e nas estatísticas que revelam o custo mental do chamado polywork.

E mais: ranking mostra contraste extremo no Brasil, por que o livro anda custando tão caro, caminhar mais de 7 mil passos por dia ajuda a afastar a depressão. Começando a semana com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min45s

TRABALHO & SAÚDE

O preço do “polywork”

O Brasil comemora uma das menores taxas de desemprego em anos, mas um alerta preocupa: os afastamentos por transtornos mentais saltaram quase 67% em 2024. Em meio à boa fase do mercado, cresce também o fenômeno do “polywork” — pessoas que acumulam múltiplos empregos, contratos ou frilas para garantir renda ou status.

Essa dinâmica, que afeta especialmente os jovens das gerações millennial e Z, atravessa classes sociais e é impulsionada por uma cultura que exalta a força de vontade e glorifica o cansaço. Psicólogos apontam para a normalização da exaustão, reforçada por discursos de produtividade, empreendedorismo e protagonismo. Nas redes, até o lazer virou performance. Embora esse modelo busque segurança financeira e complementação de renda, ele tem um custo alto para a saúde mental.

A lógica da remuneração por tarefa e a pressão constante criam um ambiente que precariza relações de trabalho, aumenta a sensação de insegurança e limita a autonomia. E antes mesmo de um diagnóstico de burnout, o corpo já dá sinais — fadiga, ansiedade e culpa por descansar.

Para especialistas, o combate à exaustão vai além do descanso: é preciso resgatar a fruição das coisas, o tempo livre, o silêncio e a pausa, rompendo com o ciclo do desempenho a qualquer custo.

RAIO-X

Ranking mostra contraste extremo no Brasil

Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), Águas de São Pedro (SP) lidera o ranking nacional com os melhores indicadores de saúde, educação e emprego. Outras cidades como Maringá (PR) e São Caetano do Sul (SP) também aparecem entre as primeiras colocadas.

Já os municípios com os piores resultados estão majoritariamente no Norte e Nordeste, como Ipixuna (AM) e Jenipapo dos Vieiras (MA). Essas regiões enfrentam infraestrutura precária, falta de médicos e professores, e baixo nível de renda formal.

Especialistas apontam que políticas públicas de longo prazo explicam os bons resultados das líderes, enquanto o ciclo de exclusão estrutural dificulta o avanço das menos desenvolvidas. Mais de 57 milhões de brasileiros vivem em cidades com desenvolvimento baixo ou crítico.

MERCADO EDITORIAL

Por que o livro segue caro no Brasil?

O preço médio de um livro no Brasil chegou a R$ 53,25, e o motivo vai muito além da impressão: envolve papel dolarizado, logística cara, margens apertadas e uma cadeia com poucos incentivos públicos. A queda no número de leitores, somada à concentração das vendas em grandes plataformas, pressiona pequenas editoras e livrarias. A proposta da Lei Cortez, que limita descontos abusivos nos primeiros meses após o lançamento, busca reequilibrar esse cenário, inspirada em modelos da França e Alemanha.

Especialistas apontam que enfrentar o alto custo do livro passa por mais do que resolver questões de produção ou distribuição. É preciso investir na formação de leitores, ampliar o acesso por meio de políticas públicas consistentes e fortalecer a presença do livro no imaginário social.

A leitura precisa ser vista não apenas como uma obrigação escolar ou um item de luxo, mas como parte da vida cotidiana — uma experiência cultural, afetiva e até terapêutica. Sem esse esforço coletivo, o mercado tende a encolher, os preços permanecem altos e o livro continua distante de grande parte da população.

ASSUNTO
PARA O ALMOÇO 💬

O QUE MAIS

TÁ ROLANDO? 👀

SAÚDE E BEM-ESTAR

Caminhar mais de 7 mil passos por dia ajuda a afastar a depressão

Dar mais de 7 mil passos por dia pode reduzir em até 31% o risco de desenvolver depressão, segundo uma revisão de 33 estudos publicada no periódico Jama. A pesquisa analisou dados de mais de 96 mil adultos, de 18 a 91 anos, e identificou uma forte associação entre maior número diário de passos e menos sintomas depressivos. A cada mil passos adicionais além dos 7 mil, o risco de depressão cai cerca de 9%.

O estudo destaca que caminhar menos de 5 mil passos por dia gera menos benefícios e que o impacto positivo da atividade física está ligado à liberação de neurotransmissores como serotonina e dopamina, à redução do estresse e à melhora do sono.

Caminhar 7 mil passos equivale, em média, a 5 a 5,5 km por dia, dependendo da altura e do ritmo da pessoa.

Segundo especialistas, estabelecer metas de passos diários pode ser uma estratégia acessível e eficaz de saúde pública para prevenir a depressão.

Zat.News 🐾

Somos uma plataforma que valoriza a qualidade da informação e a leveza na leitura. Em meio a tantas turbulências digitais, conte conosco para acessar notícias de maneira equilibrada. Nossa curadoria conta com cerca de 100 veículos nacionais e internacionais, para que você possa poupar seu tempo e acessar um conteúdo direto, relevante e interessante. Tudo isso 100% gratuito.

Chegamos sempre de segunda a sexta, logo cedo. Não se esqueça de checar a caixa de spam e liberar nosso endereço de e-mail, assim você garante nossa visita diária.