Segunda, 13 de janeiro.

A constante exposição a um estilo de vida luxuoso vem empurrando a geração Z para gastos além do necessário. Esse ciclo de comparação e consumo, aliado ao lifestyle creep, que você confere nesta edição, pode colocar a saúde financeira em risco. Dados mostram que essa geração terá o maior crescimento no poder de compra nos próximos anos, mas também é a mais vulnerável à falta de educação financeira.

E mais: a crise dos seguros que atinge a Califórnia, TVs entram na era do ChatGPT, o que pesa mais na longevidade, a genética ou os hábitos? Começando a semana com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min56s

SEGUROS SOB PRESSÃO

Desastres naturais revelam vulnerabilidade do mercado imobiliário global

A crise dos seguros que atinge a Califórnia, estado mais rico dos EUA, revela como eventos climáticos extremos podem desestabilizar até mesmo mercados imobiliários consolidados.

Com mais de 100 mil evacuados e prejuízos bilionários causados por incêndios florestais, a situação californiana demonstra os impactos das mudanças climáticas no setor financeiro: as principais seguradoras estão abandonando regiões de risco, e os preços das apólices subiram até 500% em um ano.

A State Farm (maior seguradora residencial do estado) cancelou 72 mil apólices em março passado, forçando uma migração em massa para o seguro estatal.

A FAIR (seguradora estatal de última instância) registrou aumento de 41% em suas apólices residenciais entre setembro de 2023 e 2024, evidenciando como desastres naturais podem afetar sistemas inteiros de proteção ao patrimônio.

No Brasil, a situação também é alarmante. Segundo a CNSeg (Confederação Nacional de Seguradoras), as enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 geraram pagamentos de R$ 5,6 bilhões em indenizações, quase alcançando o impacto da pandemia, que custou R$ 7 bilhões ao setor em dois anos. No campo, as perdas por eventos climáticos nos últimos dez anos somaram R$ 287 bilhões, mas apenas R$ 56 bilhões foram cobertos por seguros agrícolas ou programas governamentais, evidenciando a baixa penetração do setor no país e a vulnerabilidade dos proprietários brasileiros frente a desastres naturais.

Para Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg, o setor precisa urgentemente atualizar seus modelos de avaliação, já que as séries históricas tradicionais não refletem mais a nova realidade climática. "Essa é a indústria que melhor tem capacidade de gerenciar riscos, mas precisamos realmente exercer um esforço enorme de preparação do mercado para lidar com esse risco, que está aumentando e vai continuar aumentando", afirma.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

TVs entram na era do ChatGPT

Na edição deste ano da CES, principal feita de tecnologia do mundo, a inteligência artificial (IA) dominou as atenções, marcando presença até nas TVs. Fabricantes como LG, Samsung e TCL anunciaram modelos que integram chatbots como Copilot (Microsoft) e Gemini (Google). A promessa: comandos de voz intuitivos que simplificam a navegação e personalizam conteúdos.

Com essas novidades, o usuário poderá pedir filmes ou informações apenas descrevendo suas preferências. A Samsung, por exemplo, combina o Copilot com o Vision AI, oferecendo tradução ao vivo e otimização de imagens. Já a TCL usa o Gemini para transformar a TV em um hub inteligente, exibindo tarefas e condições climáticas.

Apesar do avanço, ainda há dúvidas sobre a aceitação da tecnologia. Especialistas avaliam que a IA precisa ser tangível e útil para conquistar o público.

CONSUMO JOVEM

Lifestyle creep: quando ganhar mais vira problema

O fenômeno conhecido como "lifestyle creep" – aumento gradual dos gastos conforme a renda cresce, ou simplesmente aquele hábito de gastar mais à medida que se ganha mais – está se tornando uma preocupação crescente para a nova geração de profissionais.

A Geração Z deve alcançar um poder de compra de US$ 12 trilhões até 2030, mas 50% destes jovens admitem não ter confiança para gerenciar suas finanças.

A exposição constante a estilos de vida luxuosos nas redes sociais tem contribuído para o problema, levando muitos jovens a aumentarem seus gastos assim que recebem aumentos salariais. Entre as principais armadilhas estão assinaturas desnecessárias, compras por impulso e pressão social para manter padrões de consumo elevados.

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GENES OU ESTILO DE VIDA

O que pesa mais na longevidade?

A busca por viver mais levanta uma pergunta recorrente: o que conta mais, genética ou hábitos? A resposta depende da meta de longevidade.

Se o objetivo é chegar aos 80 ou 90 anos, o estilo de vida é crucial. Um estudo recente analisou mais de 276 mil veteranos nos EUA e identificou que hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, exercícios regulares, sono adequado e manejo do estresse, podem adicionar até 24 anos à vida. Contudo, para alcançar os 100 anos, a genética ganha destaque.

Cientistas estimam que 25% da nossa longevidade vêm dos genes, enquanto 75% estão ligados ao ambiente e hábitos. Mas, em centenários, essa proporção se inverte. Estudos mostram que muitas pessoas com vidas excepcionalmente longas não seguem hábitos mais saudáveis que a média, mas possuem variantes genéticas que protegem contra doenças relacionadas à idade.

Esses genes são raros, encontrados em menos de 1% da população. Para a grande maioria das pessoas, manter hábitos saudáveis é essencial.

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