Segunda, 14 de abril.

No lugar de um perfil que tenta agradar a todos, múltiplas versões que refletem diferentes lados da mesma pessoa — mais controle, mais autenticidade e menos pressão para performar o tempo todo. “Uso meu Daily para falar de espiritualidade, séries que assisto ou dicas de skincare”, exemplifica Maria Paula Carmona, 21, estudante de publicidade. “É diferente do Dix porque não é sobre privacidade, e sim sobre criar tipo uma comunidade com quem compartilha os mesmos interesses”. Veja mais nesta edição.

E mais: previdência local em xeque reacende debate sobre PEC federal, como mudanças simples do dia a dia podem proteger sua saúde neurológica, a nova onda de conselhos profissionais com Inteligência Artificial. Segundou com o Zat!

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REDES SOCIAIS

Como a Geração Z usa perfis variados para buscar liberdade e autenticidade

Cansados da pressão por perfeição no Instagram, os jovens de 14 a 25 anos vêm criando perfis alternativos — como os chamados Dix, Daily e o recurso Close Friends — para mostrar lados diferentes de si mesmos em contextos específicos.

Esses espaços digitais funcionam como diários privados ou públicos, onde os jovens se expressam com mais liberdade, longe da vigilância de familiares, colegas e até empregadores.

O Dix é um perfil mais íntimo, geralmente fechado, voltado a amigos próximos. Nele, os usuários compartilham momentos espontâneos, memes ou desabafos sem curadoria.

Já o Daily tem caráter temático e costuma ser aberto, funcionando como uma espécie de blog pessoal — mais leve e voltado a criar comunidades de interesse, como espiritualidade, beleza ou rotina.

Por fim, o Close Friends permite restringir stories e, mais recentemente, postagens no feed, criando camadas de privacidade dentro do próprio perfil principal.

Para especialistas, esses espaços alternativos são uma resposta à necessidade de “autenticidade contextual” — ou seja, adaptar-se a diferentes públicos sem perder a essência. “Não é falsidade, é sobrevivência digital”, explica Angelica Mari, especialista em ciberpsicologia.

Como diz a estudante Maria Paula: “No meu Daily, não preciso ser interessante. Posso só ser eu mesma”.

DÉFICIT NAS CONTAS

Previdência local em xeque reacende debate sobre PEC federal

Mais de cinco anos após a reforma da Previdência federal, boa parte dos estados e municípios segue com regras mais brandas — ou sequer fez mudanças. O resultado é um déficit crescente: em 2023, o rombo nos estados chegou a R$ 145,6 bilhões. Seis estados e dois terços dos municípios com regimes próprios ainda não adotaram nenhum endurecimento nas regras de aposentadoria e pensão.

O Congresso, ao aprovar a reforma de 2019, retirou estados e municípios da obrigatoriedade das novas regras, alegando que o ônus político caberia a governadores e prefeitos. Agora, entidades municipalistas querem reverter isso com uma nova PEC. A ideia é dar 18 meses para que municípios façam suas próprias reformas; caso contrário, passariam a seguir as normas da União.

O tema é urgente: o envelhecimento da população pressiona as contas e as mudanças demoram a gerar efeitos fiscais. A PEC será discutida em comissão especial na Câmara em maio.

Enquanto isso, o STF pode derrubar uma regra de 2019 que permite a cobrança de contribuição de aposentados com benefício entre um salário mínimo e o teto do INSS — o que agravaria ainda mais a situação fiscal de estados e municípios.

VIDA SAUDÁVEL

Como mudanças simples do dia a dia podem proteger sua saúde neurológica

Seu cérebro, o grande centro de controle do corpo, pode ser fortalecido com atitudes simples, que cabem na rotina. Segundo cientistas, até 45% dos casos de demência poderiam ser evitados ou adiados com ajustes comportamentais surpreendentemente fáceis de adotar.

Para entender como isso é possível, o The New York Times ouviu oito neurologistas e neurocientistas, que compartilharam suas melhores dicas para manter a mente afiada e saudável ao longo dos anos.

Proteger a cabeça com capacetes durante atividades como ciclismo ou esqui é essencial para evitar lesões. Usar protetores auriculares em ambientes barulhentos também ajuda, já que a perda auditiva está ligada ao declínio cognitivo. Exames de visão regulares e correções adequadas preservam os estímulos sensoriais importantes para o cérebro.

Caminhar todos os dias e evitar ficar longos períodos sentado pode melhorar a circulação cerebral: quando se sentar, prefira bancos sem encosto ou até o chão. Manter o colesterol sob controle é outro fator protetor. A saúde bucal, muitas vezes negligenciada, também tem impacto direto na saúde mental.

Interações sociais, como clubes de leitura ou encontros frequentes com amigos, fortalecem a mente. Em dias de muita poluição, o uso de máscaras pode reduzir os danos causados por partículas finas. Cuidados com o pescoço e uma boa rotina de sono completam a lista.

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Coachbots: a nova onda de conselhos profissionais com IA

Uma nova geração de “coachbots” está democratizando o acesso a conselhos profissionais antes restritos aos altos escalões. Plataformas como CoachHub e Valence usam inteligência artificial para simular conversas difíceis, sugerir abordagens em negociações e oferecer insights sobre hábitos de trabalho. A ideia é ajudar líderes e profissionais a desenvolver habilidades de forma mais acessível e sob demanda.

Na HubSpot, o chatbot Aimy permite treinar interações com colegas desafiadores. Já a Valence promete coaching a "2% do custo tradicional", com clientes como Kraft Heinz e Novartis. Além disso, ferramentas como o ChatGPT vêm sendo usadas de forma informal para ensaiar conversas, estruturar feedbacks ou organizar ideias antes de reuniões.

Apesar do entusiasmo, especialistas alertam: bots não substituem coaches humanos experientes. A IA ajuda a definir metas ou roteirizar sessões, mas ainda falta sensibilidade para lidar com crises emocionais ou criar vínculos profundos.

Ainda assim, há quem se sinta mais à vontade falando com um bot do que com um humano. O desafio agora é entender até onde essa tecnologia pode ir — e em que contextos ela realmente funciona.

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