Quarta, 14 de maio.

Enquanto a CPI das apostas sacode o mercado legal e envolve celebridades, outro preocupante universo cresce nas sombras: o das bets clandestinas. Cambistas digitais, aliciamento de menores e promessas de lucro fácil compõem esse cenário. Confira nesta edição.

E mais: Apple avalia substituição do Google por buscadores com IA no Safari, saúde digital pode excluir idosos sem habilidades tecnológicas, como equilibrar melhor o trabalho e a vida sexual? Vem com a gente!

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BIG TECHS

Apple avalia substituição do Google por buscadores com IA no Safari

A Apple registrou, pela primeira vez, uma queda no uso do sistema de busca integrado ao Safari — navegador padrão de seus dispositivos. A informação foi revelada por Eddy Cue, vice-presidente sênior da empresa, durante um depoimento em um caso antitruste contra o Google. Segundo ele, usuários estão migrando para ferramentas baseadas em inteligência artificial, como ChatGPT e Perplexity, o que tem levado a Apple a repensar seu modelo atual de busca.

Atualmente, o Safari utiliza o Google como mecanismo de busca padrão, integrado à barra de endereços — o que torna toda navegação direta também uma busca.

Por essa vantagem, o Google paga cerca de US$ 20 bilhões por ano à Apple, valor que representa uma fatia importante da receita de publicidade do buscador. Esse acordo, no entanto, está na mira do Departamento de Justiça dos EUA, que vê a prática como uma barreira à concorrência no setor.

Diante do cenário, Cue afirmou que a Apple “analisa ativamente” a inclusão de buscadores com IA no Safari. Embora tenha dito que o Google deve continuar como opção padrão, destacou o avanço de soluções como a Perplexity. A notícia impactou o mercado: as ações da Alphabet, controladora do Google, caíram 7,3%, com perda de cerca de US$ 150 bilhões em valor de mercado.

Apesar da pressão, o Google rebateu as alegações, dizendo que suas buscas seguem em crescimento, inclusive em dispositivos Apple, e prometeu novidades no Google I/O, conferência anual para desenvolvedores da empresa, a acontecer no dia 20 de maio.

CAMBISTAS DE BETS

Como funciona o mercado ilegal que dribla a lei e atinge até menores

Enquanto o mercado legal de apostas esportivas passa por uma CPI com envolvimento de dezenas de influenciadores como Virgínia Fonseca, um setor paralelo se expande: o das bets clandestinas, operadas por “cambistas digitais”. Eles funcionam como intermediários entre apostadores e casas ilegais, oferecendo bônus proibidos por lei e acesso a menores de idade — que não poderiam apostar legalmente.

Esses cambistas atuam principalmente nas redes sociais, com perfis e grupos no Facebook e Instagram que anunciam apostas o dia inteiro. Muitos usam nomes parecidos com casas legalizadas, simulando legalidade. A prática movimenta centenas de milhões de reais por mês e já é alvo de uma CPI no Senado.

Além de adolescentes, jogadores, árbitros e beneficiários de programas sociais têm sido atraídos pelas promessas de lucro fácil, apesar da proibição legal. O problema se repete em países como Argentina, onde os “cajeros” cumprem função semelhante.

Influenciadores também são peça-chave no esquema. Investigações revelaram que eles promovem casas ilegais com ganhos simulados. Diante disso, o governo brasileiro estuda exigir certificação para quem divulgar apostas, além de impor multas pesadas. Em paralelo, milhares de sites clandestinos já foram retirados do ar.

AUTONOMIA ON-LINE

Saúde digital pode excluir idosos sem habilidades tecnológicas

A promessa de uma saúde digital mais preventiva e centrada no paciente ganha força com o envelhecimento da população. Dispositivos como wearables — relógios e pulseiras inteligentes que monitoram sinais vitais —, além de aplicativos de saúde e inteligência artificial, prometem prolongar a autonomia dos idosos e aliviar o sistema público. Mas quem mais precisa dessas inovações muitas vezes fica de fora.

Um dos maiores entraves é o baixo nível de literacia digital, ou seja, a capacidade de acessar, entender e usar tecnologias digitais. Sem essa habilidade, usar um aplicativo de agendamento médico ou interpretar os dados de um wearable pode ser tarefa impossível.

No Brasil, 14 milhões de idosos sequer acessam a internet. E, entre os conectados, poucos se beneficiam de serviços digitais de saúde. O problema se agrava com o preconceito etário: muitos profissionais evitam oferecer soluções digitais a pessoas idosas, e muitos idosos acreditam que não conseguirão aprender.

Para reverter esse cenário, surgem iniciativas como cursos de educação midiática para idosos, tutoria entre pares e o desenvolvimento de tecnologias mais simples. Sem esses esforços, a saúde digital corre o risco de aprofundar a exclusão — justamente entre os que mais poderiam se beneficiar dela.

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SEXUALIDADE

Como equilibrar melhor o trabalho e a vida sexual?

Vida profissional e vida sexual parecem mundos distantes, mas estão mais conectados do que imaginamos. Pesquisas mostram que o sexo pode melhorar a produtividade no trabalho – e vice-versa, o esgotamento profissional pode afetar o desejo e a intimidade.

Com a correria, o trabalho levado para casa e as demandas da vida moderna, incluir o sexo na agenda pode ser um passo importante. Nada de obrigação: a ideia é criar intencionalidade. Pequenos gestos, como trocar mensagens durante o dia ou reservar um momento a dois, ajudam a manter o vínculo.

Outro ponto-chave é preservar a individualidade. O desejo nasce da ausência, e não da fusão. Criar espaços só seus – mesmo que mínimos – reacende o erotismo.

Por fim, atenção à “libido profissional”: quem gasta toda a energia no trabalho pode não ter sobras para a vida afetiva. Quando o cansaço atravessa tudo, é hora de repensar as prioridades, abrir espaço na agenda e cultivar o flerte com o parceiro ou parceira, como nos tempos do namoro.

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