Segunda, 14 de julho.

Uma das líderes em IA testou o que acontece quando sua tecnologia assume o comando de um negócio real com autonomia total. O experimento durou só um mês, mas trouxe lições valiosas (e inesperadas) sobre os atuais limites da inteligência artificial. Confira na edição.

E mais: o calor intenso está remodelando cidades europeias, a alta acumulada nos preços de planos de saúde, como romper com as jornadas de trabalho intermináveis. Vem com a gente!

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CEO, ROBÔ

Empresa coloca IA para administrar um negócio, e ele quebra em 1 mês

A Anthropic, uma das principais empresas em desenvolvimento de inteligência artificial, realizou um experimento ambicioso para testar se sua IA Claude Sonnet 3.7 conseguiria administrar um pequeno negócio de forma autônoma. O agente, batizado de Claudius, ficou responsável por gerenciar uma máquina de vendas automática na sede da empresa, com a missão de gerar lucro comprando produtos de atacadistas e evitando a falência.

O experimento foi conduzido em parceria com a Andon Labs, empresa especializada em avaliação de IA. O Claudius tinha acesso à internet, podia usar navegador e se comunicava com funcionários via e-mail e Slack. Suas tarefas incluíam: manter estoque, definir preços e tomar decisões comerciais complexas, podendo inclusive contratar humanos para tarefas como inspeção e reabastecimento.

No começo, Claudius demonstrou organização: encontrou novos fornecedores, atendeu pedidos específicos e resistiu a tentativas de manipulação. A situação se deteriorou quando Claudius começou a emitir códigos de desconto excessivos e fez compras questionáveis, como cubos de tungstênio, que não vendiam bem.

O agente também apresentou alucinações preocupantes, como afirmar que estaria fisicamente presente em determinados locais, algo impossível para uma máquina de vendas.

Apesar do fracasso, a Anthropic considera o teste positivo, acreditando que as falhas podem ser corrigidas com instruções mais precisas, melhor estrutura e treinamento especializado. A empresa vê potencial para desenvolver uma "gerência intermediária de IA" viável a curto prazo.

CUSTO DA SAÚDE

Planos de saúde sobem até 383% em uma década e freiam expansão

O reajuste acumulado dos planos de saúde coletivos no Brasil chegou a 383,5% entre 2015 e 2025, segundo a consultoria Arquitetos da Saúde — mais de quatro vezes a alta do IPCA, que foi de 84% no período. Nos planos individuais, o aumento foi de 146,5%. A chamada inflação médica, projetada em 12,7% neste ano, supera tanto a média global (10,9%) quanto o ritmo de adesão de novos usuários.

Após prejuízo de R$ 10 bilhões em 2022, operadoras elevaram preços, e a expansão do setor desacelerou. Dados da Mercer Marsh Benefícios, consultoria que assessora empresas na gestão de planos de saúde, mostram que o custo médio por funcionário subiu de R$ 225 em 2015 para R$ 709 em 2025 — agora equivalendo a 15,8% da folha de pagamento.

O setor segue pressionado entre custo crescente, envelhecimento populacional e competição por preço.

CALOR URBANO

Como cidades europeias estão redesenhando espaços para enfrentar ondas de calor extremas

Com temperaturas que ultrapassaram os 46 °C em partes da Europa durante o verão de 2025, países como França, Itália e Espanha enfrentaram alertas vermelhos, incêndios e colapsos parciais em infraestrutura urbana. Diante dessa nova realidade climática, cidades vêm adotando estratégias para se adaptar às ondas de calor que agora são mais frequentes, longas e intensas.

Em Antuérpia, na Bélgica, a criação de “Cool Spots” — áreas sombreadas com árvores, bancos e acesso à água — oferece alívio imediato à população. A cidade também aposta em arborização urbana com o programa Future Trees e projetos participativos como as “Garden Streets”.

Valência, na Espanha, ativou uma rede de “abrigos climáticos” em bibliotecas e centros sociais, funcionando como refúgios térmicos para idosos e crianças. Já Toulouse, na França, implementou um plano que combina estruturas sombreadoras experimentais, arborização em massa e extensão de horários de parques e piscinas.

O projeto Swimmable Cities Alliance reúne 100 organizações em 59 cidades para tornar rios urbanos espaços seguros de lazer e resfriamento. Getafe, próxima a Madri, investe em infraestrutura verde e isolamento térmico. Já Guimarães, em Portugal, implementa estratégias radiais de natureza urbana para integrar biodiversidade e conforto térmico em seu patrimônio histórico.

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ESGOTANDO PROFISSIONAIS

Como romper o ciclo da jornada de trabalho “infinita”

Um estudo da Microsoft mostra como a “jornada de trabalho infinita” vem afetando profissionais: são, em média, 275 interrupções por dia — entre e-mails fora de hora, reuniões de última hora e tarefas que se estendem noite adentro. Quatro em cada dez pessoas começam o dia no e-mail às 6h, e muitas ainda estão conectadas às 22h.

A inteligência artificial ajuda a automatizar parte dessas tarefas, mas não resolve sozinha esse ciclo de esgotamento. É preciso rever a cultura organizacional.

Algumas empresas já estão fazendo isso. As chamadas “empresas de fronteira”, que lideram a adoção de novas tecnologias, reformularam seus processos para integrar a IA de forma estratégica. Essas colheram ganhos reais de produtividade e sustentabilidade.

Especialistas recomendam proteger blocos de tempo para foco, reduzir reuniões desnecessárias e estabelecer limites de comunicação. O desafio não é só tecnológico, mas de liderança e estrutura de trabalho.

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