Segunda, 14 de outubro.

"Tem uma coisa que eu recomendaria a qualquer garoto. Acho que uma coisa que fez um bem danado para a minha vida foi o fato de que eu, intuitivamente primeiro, e organizadamente depois, ter quando muito novo sempre convivido com gente mais velha e, depois de mais velho, sempre convivido com gente mais nova.” A reflexão está em um depoimento dado por Washington Olivetto ao Museu da Pessoa, em São Paulo. Fica como um bom conselho para começar a semana.

Nesta edição: a disparidade econômica entre os boomers e os millennials, brasileiro se interessa por produtos sustentáveis, mas nem sempre a ponto de comprar, o maior estudo sobre saúde mental de adolescentes. Segundou com o Zat!

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BOOMERS E MILLENNIALS

A disparidade econômica entre gerações

O Relatório Global de Riqueza 2024 revela uma notável disparidade na acumulação de riqueza entre gerações.

Nascidos entre 1946 e 1964, os baby boomers emergem como a geração mais próspera da história, beneficiando-se de um forte crescimento econômico, habitação acessível e mercados de ações em alta.

Em contraste, os millennials (1981-1996) enfrentam uma realidade financeira desafiadora. Atingidos por múltiplas crises econômicas, incluindo a recessão de 2008 e a pandemia de COVID-19, um millennial nascido em 1984, com a mesma taxa de poupança, alcança apenas 430% de sua renda disponível. Para especialistas, trata-se de uma geração que luta contra crises de todas as naturezas.

A Geração X (1965-1980) posiciona-se entre essas duas realidades, enquanto a Geração Z (1997-2012) mostra potencial para superar os millennials, com projeções de atingir 766% de sua renda disponível até 2063.

Mesmo com uma projetada "Grande Transferência de Riqueza" de boomers para gerações mais jovens nos próximos anos, analistas preveem que os millennials dificilmente alcançarão os níveis de riqueza dos boomers. 

ROBOTÁXI

Elon Musk perde bilhões após lançamento da Tesla

Elon Musk, CEO da Tesla, viu sua fortuna diminuir em cerca de R$ 66 bilhões após o lançamento do robotáxi Cybercab, um veículo autônomo sem volante e pedais.

Realizado em Los Angeles na noite de quinta-feira, o evento não agradou o mercado, que apontou falta de detalhes sobre o projeto, resultando em uma queda de 8,8% nas ações da empresa. Mesmo com as perdas, Musk continua sendo o homem mais rico do mundo, com um patrimônio de R$ 1,38 trilhão.

O Cybercab, projetado para operar sem motorista, será vendido por menos de R$ 170 mil, com previsão de produção para 2026. Embora alguns investidores tenham se decepcionado com a falta de prazos e informações concretas, outros mantêm a expectativa de que o veículo será revolucionário no setor de transportes.

Além do robotáxi, Musk também apresentou uma robovan e o robô humanoide Optimus.

A concorrência para o Cybercab é acirrada, com rivais como Waymo (Alphabet), Cruise (General Motors) e, na China, Apollo Go (Baidu).

ENTRE O DESEJO E A REALIDADE

As barreiras que reduzem o consumo consciente no Brasil

O interesse dos brasileiros por produtos sustentáveis está em ascensão, mas ainda há uma lacuna entre a intenção e a ação.

Um estudo mostrou que, em 2024, 43% dos consumidores consideram fatores ambientais, sociais e de governança (ESG) importantes na decisão de compra, uma queda em relação aos 50% registrados em 2023.

Embora 88% dos brasileiros afirmem valorizar o consumo consciente, fatores econômicos e culturais muitas vezes impedem a conversão dessa intenção em prática.

Para Marcus Nakagawa, coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental, o consumo sustentável já não é mais um nicho, mas sim uma tendência em crescimento. 

No entanto, ele destaca que é necessário ampliar a educação do consumidor, aumentar a escala de produção para garantir mais espaço no mercado e investir em comunicação, pois o impacto das ações de marketing é decisivo para provocar mudanças nas escolhas de compra.

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INSATISFAÇÃO NO TRABALHO

Duas razões comuns para a desmotivação

A insatisfação no trabalho é uma preocupação crescente de empresas. Responsável por aumentar a rotatividade dos funcionários (o chamado turnover) e por diminuir o engajamento deles, também impacta nos custos.

Segundo Tessa West, professora de psicologia da Universidade de Nova York, a falta de regras claras e de feedback construtivo estão entre os principais motivos da crescente insatisfação no trabalho.

A falta de diretrizes claras gera insegurança, deixando os funcionários incertos sobre suas ações e suas possíveis consequências, o que aumenta o estresse e prejudica a saúde mental e o desempenho.

A falta de feedback, especialmente após falhas ou quando promoções e aumentos são negados, também alimenta o descontentamento.

No Brasil, cerca de 49% dos profissionais estão insatisfeitos com o trabalho, segundo pesquisa da FGV e Grupo Talenses. Uma solução sugerida pela especialista é adotar uma abordagem mais terapêutica para a carreira, tratando-a como uma relação afetiva que também requer análise e ajustes.

Ela aponta que 7% dos profissionais sem promoção recebem uma explicação. Para quebrar esse ciclo, gestores devem definir regras e oferecer orientações contínuas para criar um ambiente de confiança.

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