Terça, 15 de julho.

Enquanto a cúpula do BRICS acontecia no Rio de Janeiro, os bastidores diplomáticos foram parar no TikTok em forma de sátira. A geração Z transformou discursos oficiais em memes virais — e escancarou uma nova arena de disputa por narrativas: as redes sociais. A diplomacia tradicional está preparada para lidar com filtros, ironias e dublagens?

E mais: como o vaqueiro virou influencer de apostas, as promessas do Carro Sustentável, a história da água-viva biologicamente imortal e o que significa agradar tanto a ponto de se perder de si. Vamos nessa?

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CULTURA DIGITAL

Memes e sátiras colocam cúpula do BRICS no radar da geração Z

A cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, não ficou restrita a análises geopolíticas e discursos diplomáticos. Nas redes sociais, o encontro entre Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e novos membros foi reinterpretado pela geração Z em forma de memes, vídeos, sátiras e paródias.

Em plataformas como TikTok, Instagram e X, jovens recriaram falas de chefes de Estado, simularam diálogos entre líderes e ironizaram aspectos formais da diplomacia. O humor digital abordou desde a “foto oficial” até temas sérios como desdolarização e expansão do bloco, com filtros, montagens e conteúdo viral.

Esse movimento foi além do Brasil. Em países como Índia e África do Sul, conteúdos semelhantes exploraram estereótipos culturais e tensões linguísticas. Pesquisadores apontam que esse tipo de produção funciona como mecanismo de construção de identidade: ao satirizar eventos formais, os jovens se colocam como participantes críticos do debate público.

Embora muitas dessas produções contenham erros factuais ou vieses, elas também geram engajamento e reflexão. Comparações entre os salões luxuosos da cúpula e a realidade das periferias urbanas, por exemplo, revelam um uso do humor como forma de crítica social.

O fenômeno aponta um desafio para a diplomacia tradicional: entender que memes também são arenas políticas e culturais. Ao ressignificar o Brics nas redes, a geração Z cria novas formas de interpretar – e tensionar – os espaços globais de poder.

INDÚSTRIA AUTOMOTIVA

Montadoras ganham fôlego com programa Carro Sustentável

O governo federal anunciou, na semana passada, o programa Carro Sustentável, que zera o IPI para veículos 1.0 flex com baixa potência e produção nacional. A medida, aguardada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), busca conter o avanço das importações chinesas, que já representam 6% do mercado brasileiro.

Mesmo com alta de 4,8% nas vendas internas no semestre, os modelos importados cresceram 15% no mesmo período. Além da concorrência estrangeira, o setor enfrenta o impacto dos juros elevados — com taxas de financiamento chegando a 27,6% ao ano para pessoas físicas.

A alíquota de 5,27% foi zerada para modelos que atendem aos critérios de eficiência, reciclabilidade e custo acessível. A iniciativa pretende preservar empregos e estimular a produção local até o fim de 2026.

Veja aqui os veículos já credenciados para o IPI zero.

APOSTAS NA ARENA

Vaquejada vira vitrine digital para casas de aposta

O tradicional esporte nordestino da vaquejada passou a integrar o universo das apostas esportivas, após ser reconhecido pelo Ministério do Esporte como modalidade apta a apostas de quota fixa em 2025.

Com isso, empresas como Betvip, Pixbet e Betesporte — todas registradas no Nordeste — passaram a patrocinar vaqueiros e competições, fomentando a criação do formato “X1 Vaquejada”, no qual dois atletas disputam entre si, facilitando o modelo de aposta semelhante a pênaltis no futebol.

Vaqueiros influentes como Nathan Queiroz, o Capa Loka (2,1 milhões de seguidores), e Raimundo Souza, o Peixe da Lama, tornaram-se promotores de links personalizados para apostas.

A movimentação financeira é vista como positiva por representantes do setor, mas há alerta para riscos de manipulação de resultados, especialmente por juízes sem vínculo direto com reguladores. Até o momento, não há registros formais de fraude, segundo a Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq).

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CONFLUÊNCIA

Quando agradar demais se torna uma armadilha emocional

O comportamento de agradar excessivamente, conhecido como confluência por psicoterapeutas, é descrito como um padrão que dilui os limites entre o próprio desejo e o do outro. A prática geralmente se origina na infância, quando crianças aprendem que precisam atender expectativas alheias para receber afeto.

Especialistas alertam que esse hábito constante de dizer “sim” pode gerar desgaste emocional, prejudicar a autoestima e criar relacionamentos baseados em validação externa. Pesquisas apontam que pessoas com esse perfil têm dificuldade em reconhecer seus sentimentos e receio de serem vistas como egoístas ao estabelecer limites.

Estratégias de enfrentamento incluem desenvolver consciência sobre as próprias necessidades, praticar o “não” em situações simples e desconstruir a ideia de que amor depende de aprovação constante.

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