Terça, 15 de outubro.

Pensar no futuro, especialmente sobre envelhecer, não é fácil, mas é fundamental para garantir uma vida digna para aqueles que amamos – e para nós mesmos. Nesta edição, convidamos você a refletir sobre onde e como gostaria de ser cuidado, porque planejar o amanhã é um ato de amor com quem seremos.

E mais: vigilância reforçada para evitar compra de votos nas eleições, mudanças no Pix, os sobreviventes da bomba atômica, novidades da Adobe e do WhatsApp. Vem com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min53s

REPENSAR O CUIDADO

Onde você gostaria de envelhecer?

O ativista holandês Teun Toebes percorreu 11 países em quatro continentes para entender a vida das pessoas com demência.

Durante o Congresso Brain 2024, no Rio de Janeiro, ele e o diretor Jonathan de Jong apresentaram um trecho do documentário Human Forever, levantando a reflexão: onde você gostaria de ser cuidado ao envelhecer? E se tiver demência?

A discussão pode parecer distante para um jovem de 25 anos como Toebes, mas ele acredita que abordar a qualidade de vida das pessoas com demência agora aumenta suas chances de ser ouvido no futuro.

Hoje, mais de 55 milhões de pessoas vivem com demência, um número que cresce a cada três segundos. Estima-se que, em 2050, serão 139 milhões de casos.

Toebes questiona a eficácia dos modelos de cuidado em instituições de longa duração, geralmente fechadas para o mundo exterior, e destaca a importância do cuidado comunitário, comum em países latinos e na África.

O geriatra João Carlos Barbosa Machado também aponta a necessidade de conexões sociais. Muitas vezes, pessoas idosas estão fisicamente próximas, mas emocionalmente isoladas. 

Os desafios dos cuidados no Brasil:

• Instituições de longa permanência especializadas: Se em países europeus são comuns casas de repouso especializadas, como para pessoas com demência, no Brasil ainda são mais comuns os cuidados domésticos e familiares e os lares de cuidados de longa permanência mistos, que incluem desde pessoas idosas que necessitam de auxílio nas atividades diárias até pacientes psiquiátricos.

• O papel das mulheres: Mulheres são as principais responsáveis pelo cuidado, muitas vezes às custas de suas carreiras e segurança financeira.

• Alternativas ao cuidado: Modelos mistos, como atendimento domiciliar com suporte profissional, podem oferecer uma solução. O governo japonês, por exemplo, tem um programa de cuidadores que visitam as casas de idosos para prestar assistência.

Toebes destaca que a escuta ativa das pessoas com demência é crucial. Precisamos ser humildes na área da saúde e basear nossas soluções nas necessidades reais dos pacientes, não apenas nas demandas do sistema de saúde.

NOVAS TECNOLOGIAS

As maquininhas de cartão vão desaparecer?

Conhecidas tecnicamente como POS (Point of Sale), as maquininhas de cartão dividem espaço com o Pix e com o avanço de tecnologias como open finance e carteiras digitais. Logo, muitos se perguntam: ainda faz sentido usá-las?

Para grande parte do comércio, a resposta é sim.

Hoje, elas não são apenas ferramentas de pagamento com cartão. Além de processarem crédito e débito, elas oferecem parcelamento, algo que o Pix ainda não permite, e integração com sistemas de gestão, como controle de estoque e vendas.

Outra novidade é que muitas delas passaram a aceitar links de pagamento, QR Codes e carteiras digitais. Para o consumidor, isso significa mais opções e flexibilidade na hora de escolher como pagar.

Mesmo com o Pix ganhando cada vez mais espaço, os cartões continuam populares, especialmente para quem quer parcelar compras ou acumular pontos de programas de fidelidade.

HIROSHIMA E NAGASAKI

Sobreviventes da bomba atômica lutam para preservar história

A concessão do Prêmio Nobel da Paz à Nihon Hidankyo, a Confederação Japonesa das Organizações de Vítimas das Bombas A e H, renovou a atenção global para o desarmamento nuclear.

Esta organização representa os sobreviventes dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Com a idade média dos sobreviventes ultrapassando 85 anos, o tempo para compartilhar suas experiências diretas diminui rapidamente. Dados do Ministério da Saúde revelam que o número de sobreviventes certificados caiu pela metade na última década, totalizando 106.825 em março.

Terumi Tanaka, co-presidente da organização, reconhece a dificuldade em atrair gerações mais jovens para a causa, mas espera que o Prêmio Nobel impulsione o movimento contra armas nucleares.

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PESQUISAS INDICAM QUE SIM

É possível mudar a personalidade?

Será que a personalidade é imutável? A ciência moderna mostra o contrário: nossa forma de pensar, sentir e agir pode mudar — e muito.

Pesquisadores descobriram que a personalidade pode ser resumida em cinco grandes traços: neuroticismo (tendência de experimentar emoções negativas, como ansiedade, irritabilidade e insegurança), conscienciosidade (está ligada à organização, responsabilidade e autocontrole), extroversão, amabilidade e receptividade a novas experiências.

Ao contrário do que muitos pensam, esses traços não são estáticos. À medida que envelhecemos, experimentamos menos emoções negativas, nos tornamos mais conscientes e priorizamos relações positivas.

E tem mais: estudos indicam que podemos acelerar essas mudanças, sendo possível fazer ajustes intencionais no pensamento e no comportamento e ver resultados em cerca de 20 semanas.

Mudar pequenos hábitos, como reagir de forma mais aberta ou planejar melhor as tarefas, é a chave para transformar aspectos significativos da personalidade.

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