Sexta, 16 de maio.

Casamentos virtuais deixaram de ser solução improvisada na pandemia e viraram escolha definitiva para muitos casais. De Minecraft a Roblox, cerimônias nesses universos digitais combinam interatividade, criatividade e acessibilidade. Com convites em realidade aumentada e votos via Discord, o amor agora também se celebra em pixels — refletindo uma geração que cresceu online e quer casar do seu jeito.

E mais: por que algumas pessoas estão dizendo não à inteligência artificial, o preço de normalizar o esgotamento, séries recomendadas pela redação. Sextou com o Zat!

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REALIDADE VIRTUAL

Casamentos virtuais ganham espaço em mundos como Minecraft e Roblox

Sob uma cerejeira pixelada, dois avatares — representações digitais dos noivos — disseram “sim” em um altar feito de quartzo brilhante e tochas de redstone, elementos do popular jogo Minecraft. O cenário era um vilarejo virtual personalizado, onde personagens controlados por computador (os chamados NPCs, ou non-player characters) narravam a história de amor do casal. Convidados de várias partes do mundo participaram fantasiados de magos e druidas, usando seus próprios avatares.

A cerimônia foi acompanhada por áudio no Discord, plataforma de conversas muito usada por gamers. Depois dos votos, os convidados participaram de desafios paralelos (as chamadas side quests), exploraram labirintos mágicos e assistiram a um show de fogos digital. Para Sarah e Jamie, que se conheceram aos 13 anos em um servidor de Minecraft, casar ali era óbvio. “É onde vivemos juntos, mesmo morando longe”, diz ela.

Casamentos como esse estão se tornando mais comuns. Casais escolhem celebrar nos mundos virtuais onde suas histórias começaram. Há pedidos de noivado dentro de jogos e festas no Roblox, com DJs programados e convidados assistindo tudo ao vivo via Twitch — uma plataforma de streaming de vídeo. Avatares podem ganhar skins (roupas e visuais digitais personalizados), e toda a festa pode custar entre US$ 300 e US$ 500.

Mais do que economia, esses casamentos oferecem inclusão e autenticidade. Como diz a celebrante digital Jessica Hu: “Não é sobre substituir casamentos reais. É sobre criar um que seja realmente seu.”

RESISTÊNCIA

Por que algumas pessoas estão dizendo não à inteligência artificial

Enquanto bilhões acessam ferramentas de IA todos os meses, uma parcela da população decide resistir. O motivo? Valores pessoais, preocupações ambientais e medo da perda de habilidades humanas.

Sabine Zetteler, dona de uma agência de comunicação em Londres, rejeita o uso de IA. Para ela, ler ou enviar algo feito por uma máquina esvazia o propósito do trabalho. Já a instrutora de yoga Florence Achery se preocupa com o impacto ambiental dos centros de dados.

Sierra Hansen, de Seattle, teme que a IA nos torne menos capazes de pensar por conta própria. No entanto, como mostra o caso de Jackie Adams, nem todos conseguem manter essa postura: sob pressão do mercado, ela foi obrigada a adotar ferramentas de IA para não perder o emprego.

Para o filósofo James Brusseau, da Pace University, “o momento de resistir já passou — agora é decidir onde ainda queremos humanos”.

CULTURA DA CORRERIA

O que fazer quando a exaustão vira troféu

A chamada “cultura da correria” transforma a exaustão em troféu. Promovida por discursos que associam produtividade ao sucesso, ela valoriza quem não para — mesmo quando o corpo e a mente já pedem descanso. Termos como “alta performance” e “trabalho duro” são exaltados, enquanto pausas, lazer e sono seguem desvalorizados. Mas os efeitos não demoram a aparecer.

Dados científicos revelam que a falta de descanso afeta o desempenho, a imunidade, a saúde emocional e até os hormônios. Para especialistas, a glorificação da autoexploração — comum nas redes sociais e no mercado de trabalho — alimenta sintomas de burnout, ansiedade e até insatisfação com a vida.

A recomendação dos profissionais é clara: é preciso resgatar o equilíbrio entre produtividade e bem-estar, reconhecer os sinais de alerta e não sentir culpa por descansar. Descansar não é perder tempo, e sim uma parte fundamental da saúde e da vida, reforçam os especialistas.

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ZAT INDICA

Séries para o final de semana

Algumas produções recentes chamam atenção por explorar temas contemporâneos com linguagem afiada, agilidade e toques de humor ácido. Se você procura algo novo, experimente as sugestões da redação:

• Seus Amigos e Vizinhos – Jon Hamm interpreta um ex-gestor de fundos de hedge que, após perder o emprego e enfrentar um divórcio, começa a roubar as casas de seus vizinhos milionários para manter seu estilo de vida. (Apple TV+)

• Próximo! – Essa produção turca acompanha uma carismática advogada que precisa recomeçar sua vida pessoal do zero após o fim de seu primeiro relacionamento. (Netflix)

• The Four Seasons – A trama acompanha três casais de meia-idade que enfrentam as complexidades dos relacionamentos nesta fase da vida. (Netflix)

• Falando a Real – Nesta série leve, um terapeuta cognitivo-comportamental decide dizer aos seus clientes exatamente o que pensa. (Apple TV+)

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