Segunda, 16 de dezembro.

Nos últimos dois anos, o consumo de medicamentos para saúde mental no Brasil aumentou 18,6%, conforme revelou uma pesquisa que analisou dados de mais de 600 mil pacientes entre agosto de 2022 e agosto de 2024. Do total de medicamentos adquiridos, 74% foram antidepressivos. Mesmo relativamente comuns, o uso desses comprimidos é cercado por dúvidas e receios. Confira mais sobre o tema nesta edição.

E mais: as mulheres estão prestes a assumir um papel inédito no cenário financeiro global, por que os próximos 25 anos serão cruciais para os países mais pobres, como aumentar a inteligência emocional no trabalho. Vem começar a semana com o Zat!

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MERCADO DE TRABALHO

Mulheres dominarão US$ 34 trilhões em ativos

As mulheres estão prestes a assumir um papel sem precedentes no cenário financeiro global, com projeções indicando que controlarão US$ 34 trilhões em ativos até 2030, representando 38% do total de investimentos nos Estados Unidos, segundo estudo da McKinsey. O valor é quase o dobro do registrado no ano passado e um aumento expressivo em relação aos US$ 7,3 trilhões de uma década atrás.

Essa transformação é impulsionada principalmente por fatores demográficos: mulheres da geração baby boomer vivem em média cinco anos a mais que os homens, resultando em maior controle das fortunas familiares por viúvas. Além disso, o avanço profissional feminino tem criado uma nova geração de executivas com alto poder aquisitivo.

Na Europa Ocidental, as mulheres atualmente controlam 4,6 trilhões de euros em ativos sob gestão, com expectativa de crescimento para 45% do total até 2030. A taxa de crescimento anual dos ativos femininos é de 8,1%, comparada a 2,7% para homens.

Entretanto, as disparidades persistem. Mulheres ainda ganham 84% do salário masculino e ocupam apenas 12% dos cargos executivos em empresas de capital aberto. No universo dos ultra-ricos, apenas 11% dos US$ 9,9 trilhões analisados pelo Bloomberg Billionaires Index são controlados por mulheres.

O mercado financeiro está se adaptando a essa nova realidade. Pesquisas indicam que mulheres têm maior propensão à filantropia e preferem uma abordagem mais conservadora em investimentos, com 71% investindo em ações, comparado a 80% dos homens.

OS PRÓXIMOS 25 ANOS

Um divisor de águas para os países mais pobres

De acordo com um relatório do Banco Mundial, os próximos 25 anos serão cruciais para definir se os 26 países mais pobres do mundo, onde 40% da população sobrevive com menos de US$ 2,15 por dia, podem alcançar o status de renda média.

Desde o início do século XXI, 39 países de baixa renda, como Índia e Bangladesh, subiram de categoria, mas os demais estagnaram devido a conflitos, crises econômicas e crescimento fraco.

Hoje, 22 desses países estão na África Subsaariana, enfrentando conflitos, endividamento e vulnerabilidade climática. No entanto, possuem recursos como cobalto e grafite, essenciais para energias renováveis, além de uma população economicamente ativa em crescimento. Exemplos como Nepal e Ruanda mostram que, com estabilidade e políticas focadas, é possível sair da pobreza.

Para o Banco Mundial, a comunidade internacional deve agir com urgência, já que erradicar a pobreza extrema depende do progresso nesses países. Reverter esse cenário exige reformas e investimentos. O desafio é grande, mas os próximos anos oferecem uma janela única para mudança.

ESTUDOS RECENTES

Desvendando os mitos sobre antidepressivos

Os antidepressivos ainda são cercados por receios e mitos. Pensando nisso, o jornal The New York Times pediu para especialistas responderem, com base nos estudos mais recentes, as dúvidas mais comuns.

Uma questão que costuma aparecer é se esses medicamentos mudam quem você é. A resposta: ao aliviar a “nuvem escura” da depressão, eles podem fazer com que a pessoa sinta mais alegria, mas sem transformar sua essência. Entretanto, até metade dos usuários pode sentir embotamento emocional, especialmente com doses altas.

Quanto ao peso, o impacto varia. Estudos indicam que, em média, o uso prolongado pode causar um ganho de 0,5 a 1,5 kg. Em outros casos, o peso aumenta porque o apetite retorna com a melhora dos sintomas da depressão.

Em relação à dependência, antidepressivos não causam vício no sentido tradicional, pois não geram desejo incontrolável. Porém, parar de usá-los pode provocar sintomas de abstinência, como insônia ou alterações de humor.

Na vida sexual, disfunções são frequentes com o uso dos medicamentos, mas não universais. Por outro lado, a depressão não tratada também afeta a libido e o prazer.

Por fim, estudos mostram que antidepressivos são mais eficazes para casos severos do que leves, que inclusive podem ser tratados de formas não medicamentosas. Conversar com um especialista é essencial para alinhar expectativas e personalizar o tratamento.

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Como desenvolver inteligência emocional no trabalho

A inteligência emocional é a habilidade de reconhecer, compreender e gerenciar emoções, conectando-as às relações interpessoais. No ambiente corporativo, essa competência pode ser o diferencial para decisões mais equilibradas e relações saudáveis.

Confira dicas práticas para aprimorá-la:

1. Observe seu corpo e emoções: Identifique reações físicas como palpitações ou tremores e reflita sobre o que sente — é raiva, irritação ou insegurança? Nomear emoções ajuda a controlá-las.

2. Separe fatos de julgamentos: Ao enfrentar uma situação, como um pedido inesperado do chefe, evite suposições apressadas. Perguntar diretamente sobre o contexto pode evitar ansiedades desnecessárias.

3. Melhore sua comunicação: Não hesite em fazer perguntas e confirmar entendimentos. Explicações claras evitam mal-entendidos e reforçam a confiança entre colegas, criando um ambiente colaborativo.

4. Respeite as diferenças: Lembre-se de que cada pessoa enxerga o mundo de forma única. Empresas devem criar espaços seguros para troca.

5. Encare conversas difíceis: Antes de discutir assuntos delicados, dê uma pausa. Caminhar, respirar profundamente ou conversar com alguém de confiança pode trazer clareza e calma para manter o equilíbrio emocional.

6. Busque feedback: Peça opiniões sobre seu comportamento para ajustar suas ações. Esses retornos são valiosos para ajustar comportamentos e aprimorar sua presença no ambiente corporativo.

7. Aprenda com os erros: Encare falhas como oportunidades de crescimento emocional.

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