Terça, 18 de fevereiro.

Após uma década de crescimento vertiginoso alimentado por juros baixos, o mercado de startups enfrenta seu momento de verdade. O cenário atual revela os riscos de avaliações inflacionadas e a importância de fundamentos sólidos no mundo dos negócios. Confira nesta edição.

E mais: mais de 25% dos cães e gatos do Brasil estão abandonados ou perdidos, a polêmica das “amizades de baixa manutenção”, quando tentar demais atrapalha. Vem com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min57s

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Startups unicórnio enfrentam sua maior prova de fogo desde 2008

O mercado de startups enfrenta uma desaceleração sem precedentes, com mais de 1.200 unicórnios (empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) presos em um limbo de baixa liquidez.

Segundo dados da CB Insights, empresa de pesquisa que acompanha o setor de venture capital, apenas seis das 354 empresas que atingiram o status de unicórnio em 2021 conseguiram realizar uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês).

O cenário se agravou após o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) elevar as taxas de juros sete vezes em 2022, encerrando uma década de dinheiro barato. Empresas como a Cameo, serviço de vídeos com celebridades que já foi avaliada em US$ 1 bilhão, precisou captar recursos com 90% de desconto em sua avaliação.

Sam Angus, sócio do escritório de advocacia Fenwick & West, afirma que muitas startups sentem como se "o tapete tivesse sido puxado debaixo delas".

Menos de 30% dos unicórnios de 2021 conseguiram levantar capital nos últimos três anos, conforme dados da Carta Inc., empresa de tecnologia financeira.

Para Greg Martin, fundador da Archer Venture Capital, a única esperança para muitos desses "unicórnios zumbis" seria um novo ambiente de avaliações irracionais similar ao da pandemia. Caso contrário, segundo ele, muitas dessas empresas "acabarão no cemitério".

BEM-ESTAR ANIMAL

Mais de 25% dos cães e gatos do Brasil estão abandonados ou perdidos

Cerca de 30 milhões de cães e gatos vivem sem um lar no Brasil, segundo o Índice de Abandono Animal no Brasil. O número representa mais de 25% dos pets do país. ONGs e abrigos estão sobrecarregados, enquanto a atuação do poder público varia conforme a região.

O abandono é crime, mas a fiscalização é falha. Muitas ONGs sobrevivem com doações, como a Grad Brasil, que atua em desastres resgatando animais em situação de risco. Carla Sássi, presidente da organização, alerta: "O resgate é só a ponta do iceberg. As ONGs assumiram um papel que deveria ser do Estado".

Casos de perda também são comuns. Fogos de artifício, descuidos e a falta de identificação agravam o problema. Em Brasília, uma moradora encontrou um cão faminto nas ruas, mas não conseguiu um abrigo que o acolhesse.

Veterinários apontam a castração gratuita, adoção responsável e campanhas educativas como soluções para reduzir o abandono. Pequenas ações, como a iniciativa de veterinários e de ONGs que promovem mutirões de castração, mostram que a mobilização da sociedade pode fazer a diferença, assim como políticas públicas eficazes.

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LEI DO ESFORÇO REVERSO

Quando tentar demais atrapalha

Você já sentiu que, quanto mais se esforça, pior as coisas ficam? O célebre autor Aldous Huxley chamou isso de Lei do Esforço Inverso. Psicólogos explicam que esse fenômeno se aplica a várias situações: desde tentar dormir até forçar uma ideia criativa.

A analogia perfeita é a areia movediça: quanto mais você luta para sair, mais afunda. A solução? Parar de resistir e distribuir o peso para conseguir escapar. Esse princípio também aparece no conceito taoísta de wu wei — agir sem esforço excessivo.

Huxley argumentava que o "eu consciente" se esforça demais e, ao fazer isso, bloqueia a sabedoria natural do nosso "eu profundo". Quando relaxamos, permitimos que nossa inteligência e intuição fluam melhor.

Isso não significa desistir, mas saber a hora de parar, respirar e permitir que o processo aconteça naturalmente. No trabalho, forçar produtividade pode ser contraproducente. Em relacionamentos, insistir pode afastar a outra pessoa.

A chave está no equilíbrio: agir com intenção, mas sem tensão.

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