Terça, 18 de março.

Durante a meia-idade, estruturas cerebrais como o hipocampo começam a mudar rapidamente, afetando memória e cognição. E o curioso? Nosso sangue pode ter um papel nisso. Estudos sugerem que marcadores biológicos são mais reveladores do que a idade cronológica quando o assunto é saúde futura. Confira nesta edição.

E mais: pesquisa aponta que 9 a cada 10 agressões contra mulheres tiveram testemunhas, ajude a redação a escolher um presente especial do Zat, o método japonês para controlar gastos e poupar dinheiro. Vamos nessa!

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PESQUISA

9 a cada 10 agressões contra mulheres tiveram testemunhas

Uma pesquisa do Datafolha, realizada para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que 9 a cada 10 agressões contra mulheres no Brasil acontecem diante de testemunhas. Amigos, familiares e até desconhecidos presenciaram os ataques, mas o dado mais alarmante é que, em 27% dos casos, os filhos da vítima estavam presentes.

O levantamento ouviu 1.040 mulheres e apontou que a maioria das agressões (67%) foi cometida por parceiros ou ex-parceiros. As violências mais relatadas foram insultos e humilhações (31,4%), empurrões e chutes (16,9%), perseguições (16,1%) e ameaças físicas (16,1%). Em 7,8% dos casos, houve espancamento ou tentativa de estrangulamento. Mesmo diante de agressões graves, 47,4% das vítimas não procuraram ajuda.

Além do impacto direto na mulher, a violência doméstica afeta crianças que convivem com esse ambiente. “Ser testemunha de violência é sofrer uma violência”, explica a psicóloga Maria Beatriz Linhares, da USP. O contato precoce com agressões pode comprometer o desenvolvimento infantil e perpetuar um ciclo de violência.

Para a socióloga Wânia Pasinato, é essencial que testemunhas intervenham e denunciem. Caso não haja risco, podem interromper a agressão, além de acionar a polícia ou registrar um boletim de ocorrência. O telefone 180 é um canal gratuito para denúncias e orientações.

MEDICINA PREVENTIVA

Quando começa nosso declínio cognitivo?

Os cientistas estão mudando o foco das pesquisas sobre envelhecimento cerebral, concentrando-se cada vez mais nas transformações que ocorrem durante a meia-idade (dos 40 aos 50 anos).

Estudos da Universidade College Cork (instituição de ensino superior irlandesa) revelam que o cérebro passa por alterações aceleradas neste período, diferentemente do envelhecimento gradual observado em outras fases da vida adulta.

O hipocampo, região cerebral essencial para a formação de memórias, começa a encolher mais rapidamente nesta fase, enquanto a matéria branca (conexões entre células cerebrais) atinge um ponto de inflexão, passando de ganho para perda de volume.

Um fator curioso é que o sangue pode influenciar esse processo. Moléculas inflamatórias, comuns no envelhecimento, podem afetar o cérebro e acelerar o declínio cognitivo. Pesquisadores descobriram que a presença dessas moléculas no sangue na meia-idade pode prever mudanças cognitivas 20 anos depois.

Com a população global acima de 60 anos prestes a dobrar até 2050, identificar fatores de risco precocemente pode abrir janelas de intervenção antes que seja tarde demais.

DIRETO DA REDAÇÃO

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Kakebo: o método japonês para controlar gastos e poupar dinheiro

Criado em 1904, o kakebo é um método simples de gestão financeira que pode transformar a forma como lidamos com nosso dinheiro. O método utiliza apenas papel, caneta e disciplina para ajudar as pessoas a controlar seus gastos e poupar.

Ao registrar despesas diárias, semanais ou mensais em categorias como renda, necessidades essenciais, lazer e extras, o kakebo ensina a gastar de maneira consciente. Segundo especialistas, o ato de escrever à mão e usar dinheiro físico aumenta o controle sobre os gastos, permitindo uma gestão mais eficiente do orçamento.

Embora existam aplicativos modernos para controle financeiro, o kakebo ainda é popular no Japão, onde livros especializados são vendidos anualmente. A consultora financeira Harumi Maruyama recomenda praticá-lo por pelo menos três meses, destacando sua eficácia mesmo em orçamentos limitados. Para Zun, adepta do método há 12 anos, ele não só proporciona mais controle, mas também uma vida financeira mais equilibrada e satisfatória.

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