Segunda, 18 de novembro.

O número de brasileiros inadimplentes aumentou em outubro pelo segundo mês consecutivo: o país registrou 73,1 milhões de pessoas com dívidas em atraso, a segunda maior marca da série histórica iniciada em 2016. Qual é o principal vilão dessa história? Confira nesta edição.

E mais: 41% dos casos de assédio no país ocorrem no ambiente de trabalho, por que a geração Z posta cada vez menos fotos nas redes sociais, a armadilha da multitarefa. Segundou com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min42s

ASSÉDIO CORPORATIVO

92% das vítimas de assédio no Brasil não denunciam casos

Uma nova pesquisa revela um cenário alarmante sobre assédio no ambiente corporativo brasileiro. De acordo com o "Mapa do Assédio", estudo conduzido pela KPMG, empresa global de auditoria e consultoria, 41% dos casos de assédio no país ocorrem no ambiente de trabalho, um aumento significativo em relação aos 33% registrados no ano anterior.

O dado mais preocupante mostra que 92% das vítimas optam por não reportar as ocorrências. Entre as principais razões estão a descrença na investigação (27%), medo de retaliação (23%) e receio de exposição (22%). Dos casos denunciados, apenas 48% receberam algum retorno.

Carolina Paulino, sócia da prática forense da KPMG Brasil, destaca que as organizações precisam "redobrar a vigilância e o enfrentamento dos casos de assédio". O levantamento também identificou que o assédio moral e psicológico lidera as ocorrências (46%), seguido pelo de gênero (15%) e sexual (14%).

Emerson Melo, sócio-líder da prática forense da KPMG Brasil, ressalta a importância do cumprimento da Lei nº 14.457/22, que exige treinamentos e palestras em empresas com mais de 20 funcionários.

A pesquisa, realizada em setembro de 2024, contou com 500 participantes de diferentes perfis socioeconômicos e profissionais no Brasil.

INADIMPLÊNCIA

Renda sobe, desemprego cai, mas calote dispara

O Brasil enfrenta uma situação contraditória no cenário econômico: mesmo com 73,1 milhões de inadimplentes em outubro - segunda maior marca histórica desde 2016 - o país registra taxa de desemprego em mínima histórica de 6,4% e aumento da renda.

Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa, a situação é comparável a um "paciente em UTI": grave, mas administrável. O economista Fabio Bentes, da CNC (Confederação Nacional do Comércio), aponta que 29,3% das famílias estavam com contas em atraso em outubro.

O cartão de crédito parcelado emerge como principal vilão, com inadimplência recorde de 11,89% em setembro, conforme dados do Banco Central. Com perspectivas de desaceleração econômica em 2025, especialistas acendem alerta para possível agravamento da situação.

FEED ZERO

Geração Z posta cada vez menos fotos

Diferentemente dos millennials (geração nascida entre 1981 e 1994), que fizeram das fotos sua marca registrada no mundo digital, os jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) estão optando por postar cada vez menos fotos. É a tendência do feed zero.

De acordo com especialistas em comportamento digital, fatores como baixa autoestima, perfeccionismo e a crescente preocupação com a superexposição têm levado essa geração a repensar sua presença visual nas plataformas. A saturação das redes sociais e a pandemia de Covid-19 intensificaram esse movimento, com 67% dos jovens relatando desconforto em compartilhar fotos pessoais, segundo pesquisa da consultoria YPulse.

Apesar da redução nas postagens tradicionais, a geração mantém-se ativa em contas secundárias privadas, priorizando interações mais autênticas com círculos restritos de amigos.

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Multitarefa: produtividade ou armadilha?

A multitarefa é um tema que divide opiniões e se tornou ainda mais relevante no ambiente corporativo.

Recentemente, a Ernst & Young demitiu funcionários que participavam de várias sessões de treinamento online ao mesmo tempo. A empresa alegou que a prática violava seus valores de ética e integridade, mas ex-colaboradores alegaram que a própria cultura da EY incentiva a multitarefa, exigindo longas jornadas e diversas atividades paralelas.

Embora a multitarefa seja vista como um símbolo de produtividade, especialistas como o autor Oliver Burkeman apontam que ela é prejudicial ao foco e à saúde mental.

Estudos mostram que realizar tarefas ao mesmo tempo pode reduzir a produtividade em até 40%, e apenas cerca de 2,5% das pessoas conseguem fazer isso sem perda de desempenho. Segundo Burkeman, é mais benéfico desacelerar, focar em uma tarefa por vez e evitar distrações.

No entanto, há quem defenda a “multitarefa consciente” — como ouvir música enquanto se faz exercícios ou escutar um audiolivro durante uma viagem de carro. Esse tipo de multitarefa pode estimular a mente e o corpo ao mesmo tempo, sem sobrecarregar o cérebro.

O segredo parece estar em equilibrar e escolher atividades complementares para não comprometer a qualidade e o bem-estar, valorizando o foco e o propósito no que se faz.

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