Terça, 19 de novembro.

O acesso individual à rede privada de saúde no Brasil enfrenta desafios com a alta inflação médica, que supera o IPCA e limita ofertas nos planos. Muitos trabalhadores, ao perderem empregos, ficam sem alternativas no mercado. Paralelamente, as operadoras enfrentam fraudes, agravando a crise do setor. Confira nesta edição.

E mais: o sucesso dos “blogueiros CLTs”, por que passeios noturnos de bicicleta foram proibidos na China, profissões que estarão em alta em 2025, o poder do perdão. Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min52s

FRAUDE NA SAÚDE

Planos de saúde perdem R$ 30 bilhões por ano com fraudes, diz associação

As operadoras de planos de saúde do Brasil enfrentam perdas bilionárias com fraudes que variam desde reembolsos irregulares até tratamentos fictícios, segundo Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde).

A inflação médica, que chega a ser quatro vezes superior ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), agrava ainda mais o cenário do setor. Ribeiro afirma que, diferentemente de outros setores, a inovação tecnológica na área médica inicialmente encarece o sistema em vez de barateá-lo.

As novas fronteiras das fraudes incluem clínicas de hemodiálise e serviços relacionados ao TEA (Transtorno do Espectro Autista). Ribeiro destaca que algumas clínicas chegam a reportar oito horas diárias de terapia para pacientes com TEA, prática que associações de proteção aos autistas comparam ao regime manicomial.

O combate às fraudes ganhou aliados no Judiciário, que tem demonstrado maior compreensão sobre o impacto sistêmico dessas práticas. De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mais de 51 milhões de brasileiros têm plano de saúde.

Segundo Ribeiro, que também é vice-presidente do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, as perdas afetam tanto o sistema privado quanto o público, já que instituições como o Incor (Instituto do Coração), maior referência cardíaca da América Latina, dependem da receita do atendimento privado para manter suas operações - 15% dos pacientes privados representam mais da metade da receita do hospital.

BLOGUEIRO CLT

A nova profissão que mistura carteira assinada e redes sociais

Uma categoria de influenciadores digitais vem crescendo no Brasil: os chamados "blogueiros CLTs", profissionais que mantêm seus empregos formais enquanto monetizam nas redes sociais compartilhando a rotina e as dificuldades do dia a dia no trabalho.

Pedro Bonvivant, criador de conteúdo com mais de 607 mil seguidores no TikTok, é um exemplo desse sucesso. O profissional de marketing fatura R$ 5 mil mensais com conteúdo digital, mas mantém seu trabalho formal pela segurança dos direitos trabalhistas.

Outro caso é Thaisa Valdez, coordenadora de marketing que trabalha remotamente e acumula 113 mil seguidores no Instagram. Mesmo faturando R$ 20 mil mensais como influenciadora, ela prefere manter o vínculo empregatício.

Carolina Dostal, diretora regional da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo), alerta que os criadores devem evitar compartilhar informações confidenciais ou prejudiciais à imagem da empresa. "O trabalhador precisa estar alinhado com os valores e cultura da empresa", ressalta.

TENDÊNCIA ENTRE OS JOVENS

Governo chinês decide proibir passeios noturnos de bicicleta

Um movimento espontâneo que começou com quatro amigos universitários em Zhengzhou se transformou em um fenômeno de massa na China, reunindo dezenas de milhares de ciclistas em viagens noturnas de 65 quilômetros até a cidade vizinha de Kaifeng.

A tendência, que ganhou força em junho, inicialmente recebeu apoio do Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista, que celebrou os passeios como "símbolo da energia jovem". Empresas locais adaptaram horários e ofereceram serviços gratuitos aos participantes.

Porém, com o número de ciclistas crescendo exponencialmente e passando a ocupar várias pistas da rodovia, no último fim de semana as autoridades proibiram a prática, citando preocupações com segurança e trânsito.

Para o professor Dali Yang, da Universidade de Chicago, a proibição reflete o dilema do governo chinês em administrar movimentos juvenis espontâneos.

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MENTE E EMOÇÕES

O poder do perdão

O perdão é uma prática poderosa para a cura emocional e pode transformar profundamente a nossa saúde mental e física. É o que endossa Richard S. Balkinis, autor de Practicing Forgiveness: A Path Toward Healing, acrescentando que perdoar não significa esquecer, mas liberar-se da carga emocional negativa que o ressentimento causa.

Balkinis afirma que a prática contínua do perdão é essencial para restaurar o equilíbrio interno: o perdão é um presente que se dá não ao outro, mas a si mesmo. 

Para o autor, uma das abordagens mais eficazes é a introspecção: “É essencial refletir sobre o impacto que o perdão terá na nossa vida. Este processo não é linear e pode exigir tempo, mas as recompensas são inestimáveis."

Ele sugere que as pessoas que enfrentam dificuldades em perdoar comecem com pequenas etapas, como reconhecer os próprios sentimentos de dor e frustração antes de avançar para o perdão.

"O perdão genuíno ocorre quando conseguimos deixar de lado a necessidade de punição e abraçamos a liberdade emocional que vem com o ato de perdoar", conclui o especialista. "A prática contínua do perdão nos permite perceber que nossos sentimentos são válidos, mas que a raiva prolongada não nos leva a lugar algum.”

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