Quinta, 19 de dezembro.

Uma nova tendência está ganhando espaço entre executivos: o uso de psicodélicos para desbloquear criatividade, lidar com o ego e até mesmo redefinir o conceito de liderança. Parece coisa de ficção científica? Confira nesta edição.

E mais: brasileiros usam inteligência artificial no cotidiano sem perceber, como está Bangladesh após a queda da primeira-ministra, o que se sabe hoje sobre a pós-infecção pelo Covid? Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min52s

PESQUISA

Brasileiros usam inteligência artificial no cotidiano sem perceber

Apesar de sua crescente popularidade, a inteligência artificial (IA) ainda é pouco compreendida pelos brasileiros. Segundo pesquisa Datafolha, 87% dos entrevistados afirmaram não utilizá-la, enquanto 40% nem sequer sabem o que o termo significa.

João Victor Archegas, do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), explica que muitos associam IA apenas a ferramentas como o ChatGPT, lembrado por 16% dos entrevistados, ou Alexa, com 8%. No entanto, a IA está em sistemas cotidianos como algoritmos de redes sociais, chatbots de atendimento e até análise de crédito bancário.

Para Fabiana Soares, da UFMG, o problema é que as grandes empresas não deixam claro como esses sistemas funcionam. "A linguagem é confusa, e contratos extensos dificultam a compreensão. Usuários precisam de mais transparência."

Enquanto isso, pessoas como Matheus Mello, 28, mostram o potencial da IA, utilizando o ChatGPT para otimizar tarefas no trabalho e nos estudos. Porém, há preocupações, como a de Fabio Guimarães, 59, que teme que a tecnologia substitua serviços humanos, como o ensino.

Para especialistas, o desafio da IA no Brasil parece ser equilibrar inovação com conscientização e regulação eficazes.

DEPOIS DA QUEDA

Bangladesh enfrenta sede de justiça

Em agosto, a queda da primeira-ministra Sheikh Hasina, após um levante liderado por estudantes, trouxe esperanças de renovação para Bangladesh.

No entanto, o legado de seu governo repressivo alimenta uma onda de retaliação que ameaça a estabilidade do país. Sob a liderança do Nobel da Paz Muhammad Yunus, o novo governo enfrenta o desafio de equilibrar a busca por justiça com a necessidade de evitar o caos.

Durante os protestos contra Hasina, mais de 1.500 pessoas morreram, e agora milhares de casos legais foram abertos contra supostos responsáveis pelas repressões. Entre os acusados estão jornalistas pró-Hasina.

Além disso, episódios de linchamento e ataques contra aliados do antigo governo alimentam tensões. Minorias religiosas, como os hindus, também temem represálias devido ao apoio histórico a Hasina, conhecida por sua política secular.

Yunus prometeu revisar acusações injustas e garantir proteção às minorias. Contudo, o país enfrenta uma escalada de queixas judiciais movidas por vítimas do regime anterior, enquanto especialistas alertam para o risco de crescimento de grupos islamistas no vácuo político deixado pela Awami League.

“O que queremos é um novo Bangladesh”, declarou Yunus, que busca restaurar a democracia em meio à sede de vingança e à fragmentação social.

INDÚSTRIA CRESCENTE

CEOs buscam psicodélicos para melhorar trabalho e vida

Uma nova tendência está emergindo no mundo corporativo: executivos participando de retiros com uso de psicodélicos para expandir a criatividade e liderar melhor. O fenômeno, documentado pelo The New York Times, revela uma indústria crescente dedicada a essa prática.

Murray Rodgers, ex-executivo do setor de petróleo e gás, agora lidera retiros chamados "The Psychedelic CEO" no Canadá, cobrando cerca de US$ 4.000 por participante. Os encontros incluem o uso supervisionado de psilocibina, substância presente em cogumelos alucinógenos.

A prática não é nova. Segundo pesquisadores da RAND Corporation, cerca de 8 milhões de adultos americanos usaram psilocibina em 2023. Grandes nomes da tecnologia, como Steve Jobs e Sam Altman, já relataram experiências positivas com psicodélicos.

Especialistas alertam para riscos, especialmente para pessoas com histórico familiar de transtornos psiquiátricos, mas notam que o estigma está diminuindo no ambiente corporativo.

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EMOÇÕES

A importância da tristeza para a saúde mental

Em uma sociedade que exalta a felicidade constante, a tristeza é frequentemente vista como algo a ser evitado. Porém, especialistas destacam que essa emoção tem um papel crucial para a saúde mental e as relações sociais.

A tristeza comunica nossas necessidades ao ambiente, incentivando conexões interpessoais e suporte. Ela também nos ensina a valorizar o que realmente importa, enquanto ignorá-la pode gerar impactos físicos, como tensão e fadiga.

Especialistas reforçam que ensinar crianças a lidar com emoções negativas é essencial. Nomear e entender a tristeza desde cedo ajuda no desenvolvimento emocional e na capacidade de enfrentar desafios.

Por fim, é importante distinguir tristeza temporária de casos mais graves, como a depressão. Se o sentimento persiste ou impede a rotina, buscar ajuda profissional é fundamental.

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