Terça, 20 de maio.

Já imaginou um reality show em que imigrantes competem por cidadania americana? Pois é: essa ideia real foi levada ao Departamento de Segurança Interna dos EUA. Misturando entretenimento com política migratória, a proposta reacende o debate sobre o que significa “ser americano” — e até onde vai o espetáculo.

E mais: golpes e promessas milagrosas ganham força em perfis anônimos no Instagram, home office perde espaço na elite corporativa, os sábios conselhos de um livro antigo sobre melancolia. Vamos nessa!

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REPRESENTAÇÃO OU ENTRETENIMENTO

Reality show com imigrantes disputando cidadania entra no radar do governo

O Departamento de Segurança Interna dos EUA (D.H.S.) está analisando uma proposta de reality show em que imigrantes enfrentariam desafios inspirados na cultura americana para conquistar a cidadania do país. A ideia foi apresentada como uma forma de valorizar o processo de naturalização e estimular o senso de identidade nacional.

Entre os desafios sugeridos estão tarefas como montar foguetes em centros da NASA ou responder a perguntas sobre civismo. Os defensores da proposta alegam que o programa ajudaria a humanizar as histórias dos participantes e promover uma visão positiva da imigração.

Por outro lado, críticos apontam riscos de transformar um processo sério em entretenimento, além de levantar preocupações sobre espetacularização de trajetórias migratórias reais. Para eles, o formato pode reduzir a experiência dos imigrantes a uma competição televisiva, esvaziando sua complexidade.

O D.H.S. afirmou que a proposta ainda está em fase inicial de análise e que recebe centenas de ideias semelhantes todos os anos, passando por um processo rigoroso de avaliação.

Porém, a proposta vem gerando reações intensas nas redes sociais, dividindo opiniões sobre o limite entre representação e entretenimento.

Em 2017, durante o primeiro governo Trump, o órgão já havia permitido o acesso de cineastas a operações da imigração para o documentário Immigration Nation.

INSTAGRAM

Golpes e promessas milagrosas ganham força em perfis anônimos

Perfis anônimos no Instagram, chamados de “contas dark”, acumulam mais de 42 milhões de seguidores e têm sido usados para divulgar desinformação sobre saúde e aplicar golpes financeiros. Uma apuração do Estadão Verifica, núcleo de checagem de fatos do jornal O Estado de S. Paulo, identificou 69 páginas que repetem conteúdos virais com promessas falsas de emagrecimento ou cura de doenças como câncer e Alzheimer.

Esses perfis, que não revelam identidade dos responsáveis, usam vídeos curtos para atrair usuários e redirecioná-los a grupos de WhatsApp ou sites falsos que imitam plataformas confiáveis, como a Shopee, marketplace de compras online. Algumas vendas falsas envolvem produtos anunciados por valores muito abaixo do mercado, com pagamento por Pix, sem rastreabilidade.

Especialistas da FGV (Fundação Getulio Vargas) e da UFF (Universidade Federal Fluminense) apontam indícios de ação coordenada, com uso de inteligência artificial para automatizar conteúdos e ampliar o alcance. As plataformas Instagram, da Meta, e a própria Shopee afirmam que combatem irregularidades e pedem que usuários denunciem atividades suspeitas.

PRESENCIAL EM ALTA

Executivos voltam ao escritório, e home office perde espaço na elite corporativa

O trabalho presencial voltou a ser exigência em grande parte das vagas para altos executivos no Brasil. Levantamentos de consultorias como a Page Executive, especializada em cargos de liderança, mostram que 60% das vagas para C-Levels, como são chamados os cargos do topo das empresas, são totalmente presenciais. Mesmo nas posições híbridas, os dias em casa estão diminuindo.

Esse movimento tem impactado profissionais que, durante a pandemia, migraram para o interior em busca de qualidade de vida. A exigência do retorno pode causar recusas logo no início dos processos seletivos.

Entre as justificativas das empresas estão o reforço da cultura organizacional, o controle de produtividade e a redução de custos com benefícios do trabalho remoto. Já as multinacionais, com políticas globais de bem-estar, mantêm algum grau de flexibilidade.

Setores como logística, agronegócio e indústria pesada tendem ao presencial. Já áreas como tecnologia, comunicação e consultoria seguem permitindo o híbrido, inclusive para líderes.

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SAÚDE EMOCIONAL

Cinco lições de um livro de 400 anos sobre melancolia

Em 1621, o erudito Robert Burton publicou A Anatomia da Melancolia, uma obra pioneira que tentava entender as causas e tratamentos da tristeza profunda. Quatro séculos depois, suas ideias continuam atuais e inspiradoras:

1. Identificar padrões emocionais: Burton já acreditava que a melancolia tinha raízes hereditárias. Hoje, sabemos que fatores genéticos e ambientais influenciam transtornos do humor — e reconhecer nossos próprios ciclos emocionais é essencial para lidar com eles.

2. Banhos frios: ele recomendava banhar-se em rios gelados. A ciência moderna confirma que o estresse controlado da água fria pode ajudar a reduzir inflamações ligadas à depressão.

3. Contato com a natureza: Burton exaltava o poder das plantas, da jardinagem e da vida ao ar livre. Estudos atuais mostram que estar na natureza realmente melhora o bem-estar.

4. Compartilhar a tristeza: o autor defendia o valor da amizade e da convivência. Hoje, além de medicamentos, médicos prescrevem interações sociais para combater a solidão.

5. Equilíbrio entre mente e corpo: para ele, estudar era bom, mas em excesso fazia mal. Burton já intuía a importância de equilibrar intelecto com sono, movimento e vida social.

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