Edição de 20/08/2025

Quarta, 20 de agosto.

O filósofo alemão Josef Pieper já alertava, em 1948, que muitas vezes o “descanso” é visto apenas como pausa para voltar ao trabalho, e não como lazer genuíno. Qual foi a última vez que você se permitiu ficar de pernas para o ar ou que se divertiu livremente, sem transformar o descanso em uma série de afazeres na agenda?

E mais: por que o Brasil lidera o consumo mundial de açúcar, mais idosos trabalham, mas maioria está na informalidade, Alemanha enfrenta maior fechamento de cervejarias em 30 anos. Vamos com o Zat!

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PAIXÃO NACIONAL 

Açúcar, afeto e mercado: por que o Brasil lidera o consumo mundial

Foto: Getty Images

Do morango do amor aos brigadeiros gourmet, o Brasil desenvolveu uma relação histórica, cultural e econômica com o açúcar, que o coloca entre os países que mais consomem o ingrediente no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome, em média, 80 gramas de açúcar por dia, o equivalente a 18 colheres de chá, valor 50% acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A tradição começou no período colonial, com a implantação dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar no século 16. A partir do século 20, produtos como o leite condensado, presente em 94% dos lares segundo pesquisa da Kantar Ibope (2020), popularizaram sobremesas que hoje são ícones nacionais. O brigadeiro, criado durante a campanha presidencial de Eduardo Gomes em 1945, é um exemplo dessa mistura de marketing, política e culinária.

Hoje, o Brasil é o maior exportador global de açúcar, mas a relação com o doce vai além da economia: o açúcar cumpre uma função social e afetiva, simbolizando celebrações, acolhimento e gratidão, segundo pesquisadores.

No entanto, o consumo elevado tem impacto direto na saúde pública. Doenças como obesidade, diabetes tipo 1 e hipertensão estão em crescimento. Para especialistas, a solução passa por redução gradual no uso e educação alimentar, sem ruptura brusca com um hábito profundamente enraizado.

Panorama 🌎

📱 Governo envia proposta para regular redes e prioriza proteção a menores.
Novo pacote de leis do governo Lula, baseado em decisão do STF, prevê responsabilização das big techs por conteúdos ilegais, cria controle parental e impõe sanções a plataformas em caso de falhas. O texto evita temas como fake news, mirando crimes graves e proteção de crianças e adolescentes — foco que pode ajudar a reduzir resistência política.

LEIA TAMBÉM:
  • EUA aceitam pedido de consulta do Brasil na OMC, mas dizem que tarifaço é tema de segurança nacional.

  • Magnitsky: entenda a decisão de Dino que limita efeitos internos de sanções dos EUA.

  • Trump diz que Ucrânia ficará 'com muito território', mas garantias de segurança não serão iguais às da Otan.

  • Putin propõe se encontrar com Zelensky em Moscou, mas convite é recusado.

  • Trump manda navios militares para costa da Venezuela; Maduro mobiliza 4,5 milhões de milicianos em todo o país.

  • COP30 quebra tradição e anuncia reuniões antecipadas com delegações internacionais.

  • Organizações indígenas pedem que países amazônicos proíbam exploração de petróleo na Amazônia.

  • Argentina registra superávit primário pelo 7º mês seguido; arrecadação encolhe.

  • Imigração dos EUA vai considerar 'antiamericanismo' para analisar solicitações de visto de imigrantes.

APOSENTADORIA ADIADA

Mais idosos trabalham, mas maioria está na informalidade

Foto: Daniel Teixeira (Estadão)

O número de brasileiros com mais de 60 anos ocupados  ou seja, que estão trabalhando, seja em empregos formais ou informais  cresceu quase 70% em 12 anos, passando de 5,1 milhões em 2012 para 8,6 milhões em 2024, segundo estudo da FGV/Ibre (Fundação Getulio Vargas/Instituto Brasileiro de Economia). A alta reflete maior longevidade, o encarecimento do custo de vida e aposentadorias insuficientes para cobrir gastos, especialmente com saúde.

Apesar da maior participação, 53,8% dos 60+ estão na informalidade, o que aponta para uma precarização crescente. A informalidade afeta principalmente os menos escolarizados, cuja renda média informal (R$ 1.470) é 40% menor que a de idosos em empregos formais.

A Catho, plataforma de recrutamento, aponta que currículos de pessoas com mais de 60 anos cresceram 42,7% em um ano, acima da média geral. Mas o etarismo ainda é obstáculo: 61% das empresas não têm programas voltados para essa faixa etária.

MUDANÇA DE HÁBITOS

Alemanha enfrenta maior fechamento de cervejarias em 30 anos

Foto: Michaela Stache (Reuters)

A Alemanha enfrenta um cenário inédito: o fechamento acelerado de cervejarias tradicionais. Entre 2023 e 2024, 52 delas encerraram as atividades, a maior redução em três décadas.

O fenômeno ocorre em meio à alta nos custos de energia e insumos, mas também reflete uma mudança de hábitos: os jovens da geração Z, nascidos entre 1997 e 2012, estão bebendo cada vez menos álcool. Em 2000, cada alemão consumia em média 126 litros de cerveja por ano; hoje, são 88 litros, queda de quase 30%.

A preocupação com saúde e bem-estar explica parte desse movimento. Influenciadores fitness e campanhas contra os riscos do álcool ganharam força, e o alto teor calórico da bebida também afasta quem prioriza imagem e condicionamento físico. “Está claro para todos que o álcool não é bom para o corpo”, disse a estudante Carla Schüßler.

O mercado tenta se adaptar. Mais de 800 variedades de cerveja sem álcool já circulam no país, e grandes fabricantes, como a Krombacher, assumem que o futuro da indústria está nesse segmento. Ainda assim, o custo para desenvolver versões sem álcool de qualidade é proibitivo para pequenas cervejarias, o que ajuda a explicar o fechamento de locais centenários, como a Lang-Bräu, que resistiu a guerras, mas não sobreviveu à mudança de gosto das novas gerações.


ASSUNTO
PARA O ALMOÇO 💬

Você se considera um consumidor racional?

Pois saiba que cerca de 95% das nossas decisões, inclusive de compra, são tomadas de forma inconsciente.

A neurociência mostra que somos muito mais guiados por emoções e associações implícitas do que pela razão.

É por isso que marcas que sabem quais emoções despertar (e de que forma), conseguem gerar memórias afetivas, vínculos duradouros e maior lealdade.

Mesmo em mercados saturados, o branding emocional pode ser o ponto de virada entre ser lembrado ou ignorado.

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O QUE MAIS

TÁ ROLANDO? 👀

Foto: Bloomberg

☕ EUA evitam café brasileiro após tarifas. Com a tarifa de 50% imposta por Donald Trump, negociações entre Brasil e EUA pararam. Torrefadores correm atrás de alternativas em países vizinhos, mas especialistas alertam que os grãos brasileiros são quase insubstituíveis. O risco é encarecer misturas e afetar o bolso do consumidor americano.

ECONOMIA E NEGÓCIOS

🛠️ De surpresa, EUA ampliam tarifas sobre produtos com aço e alumínio. Donald Trump surpreendeu empresários ao incluir mais de 400 itens na lista de tarifas, de cadeirinhas infantis a equipamentos industriais. A decisão, sem período de adaptação, gerou incertezas no comércio exterior e deve afetar desde pequenas importadoras até grandes redes de logística.

📱 Receita da Xiaomi cresce 30,5% no 2º tri com força no Sudeste Asiático. A fabricante chinesa alcançou 116 bilhões de iuanes em receita e lucro líquido 75% maior, impulsionada pelas vendas de smartphones e veículos elétricos. Apesar do avanço, reduziu a meta anual de remessas de celulares de 180 para 175 milhões de unidades.

ESPORTES, MÍDIA E ENTRETENIMENTO

CBF quer mais uma vaga direta na Libertadores e fim da pré para brasileiros. Proposta é trocar as duas vagas da fase preliminar por uma sexta entrada direta, aliviando o calendário e evitando confrontos entre times do Brasil antes da fase de grupos.

📺 Podpah, podcast criado por Igão e Mítico, vira TV digital com R$ 9 milhões em investimento. Fenômeno no YouTube e Spotify, o projeto terá nova sede em SP com 7 estúdios e aposta em música, e-sports e cultura jovem para faturar alto e expandir sua atuação.

SAÚDE E CIÊNCIA

🩺 MEC define 19 de outubro como data da 1ª prova obrigatória para estudantes de Medicina. Avaliação será semelhante à da OAB e poderá fechar cursos com notas baixas. Faculdades com desempenho fraco terão restrições imediatas e podem perder Fies e Prouni.

 🦜 Estudo revela aves trocando de sexo na Austrália. Pesquisadores identificaram que cerca de 5% de espécies comuns no país, como lorikeets e pombos-de-crista, apresentam inversão sexual, quando o DNA indica um sexo, mas o corpo desenvolve órgãos do outro. A hipótese principal aponta para químicos poluentes que afetam o sistema hormonal.

ETCETERA

🧸 Famosos adotam Labubus de luxo criados pelo estilista Marko Monroe. Com mini looks ousados e criativos, os monstrinhos Labubu viraram febre entre celebridades, e Monroe personalizou bonecos para Lady Gaga e o elenco de Wandinha. As peças, feitas com tecidos de grife e impressão 3D, misturam moda, humor e cultura pop.

😶 Ficar em silêncio para evitar brigas pode ser mais nocivo do que parece. Esse hábito, quando nasce do medo, fragiliza a autoestima e provoca sofrimento emocional. Para psicólogos, a verdadeira maturidade está em saber se posicionar com respeito, sem abrir mão da própria identidade.

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🤔 Por que Zelensky não usa terno e gravata? Descubra!


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FORA DO EXPEDIENTE

Quando o tempo livre também vira trabalho

ca cooking GIF

Imagem: Giphy

Nas redes sociais, um fenômeno chamado “5 to 9” — rotinas das 5h às 9h, antes ou depois do expediente — vem ganhando popularidade. Em vídeos curtos, criadores mostram manhãs e noites cronometradas: academia, refeições saudáveis, skincare, tarefas domésticas. O tom é de eficiência, quase como se o tempo fora do trabalho fosse apenas mais um turno a cumprir.

Segundo a jornalista Julie Beck, que analisou a tendência na The Atlantic, os vídeos oferecem a tentativa de controle diante da escassez de tempo, sobretudo entre jovens que ingressam no mercado de trabalho. Mas, ao transformar lazer em listas de tarefas, acabam reproduzindo a lógica produtivista que tentam contornar. O descanso, assim, é operacionalizado como parte do dia.

Seja pela disciplina extrema ou pela exaustão que leva ao ócio passivo, como se jogar no sofá e maratonar séries, a lógica do “9 to 5” parece infiltrar-se nas horas supostamente “livres”. O desafio, segundo Beck, é resgatar formas de lazer que não sirvam a nada além de si mesmas.

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