Sexta, 21 de fevereiro.

Em um país onde a cultura pop se tornou uma potência global, atraindo centenas de milhões de fãs, o preço da fama pode ser devastador. A edição de hoje fala no resultado de uma campanha implacável de cyberbullying na Coreia do Sul e traz reflexões sobre fúria digital, cultura do cancelamento e obsessão pela perfeição.

E mais: genes podem explicar sensibilidade mediúnica, a troca do Tinder por games e apps de hobby em busca do amor, a tendência de "férias para nadar". Sextou com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min56s

COREIA DO SUL

A morte de Kim Sae-ron e a cultura implacável contra celebridades

A morte da atriz Kim Sae-ron, de 24 anos, reacendeu o debate sobre a imensa pressão enfrentada pelas celebridades na Coreia do Sul. Encontrada sem vida em sua residência no último domingo, Kim vinha sendo alvo de uma enxurrada de críticas e cyberbullying desde sua condenação por dirigir embriagada em 2022.

Especialistas apontam que sua trajetória reflete um padrão preocupante. A indústria do entretenimento sul-coreano, que hoje cativa mais de 220 milhões de fãs ao redor do mundo, também impõe exigências extremas a seus artistas. Qualquer deslize pode significar o fim de uma carreira, como ocorreu com Kim, que teve cenas cortadas da série Cães de Caça, da Netflix.

Casos semelhantes, como os das estrelas do K-pop Sulli e Goo Hara, que deram fim à própria vida em 2019 após ataques incessantes, demonstram a crueldade desse sistema. O crítico Kim Hern-sik alerta que o ódio online se tornou um negócio lucrativo, impulsionado por YouTubers e portais de notícias.

Como observa o colunista Jeff Benjamin, no Ocidente, escândalos podem até fortalecer uma celebridade — na Coreia do Sul, eles as destroem. O debate agora é se o país dará uma segunda chance a quem erra.

BASE GENÉTICA

Genes podem explicar sensibilidade mediúnica

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) descobriram evidências de que a mediunidade pode ter base genética. O estudo identificou 16 mil variantes genéticas exclusivas em médiuns, impactando mais de 7 mil genes ligados principalmente ao sistema imune e inflamatório.

A investigação comparou o material genético de 54 médiuns com 53 parentes de primeiro grau sem habilidades similares. Os participantes foram selecionados por seu histórico de predições precisas e prática regular sem fins lucrativos.

Um achado intrigante foi a relação com a glândula pineal, historicamente associada à conexão entre cérebro e mente. Os cientistas ressaltam que os resultados não determinam predisposição genética à mediunidade, mas abrem caminho para futuras investigações sobre as bases biológicas de experiências espirituais.

CORRER, JOGAR, AMAR

A troca do Tinder por games e apps de hobby

Uma tendência surge entre os jovens da geração Z: a substituição dos aplicativos de relacionamento por plataformas focadas em hobbies e interesses compartilhados. Dados do Ofcom (órgão regulador britânico de mídia) revelam uma queda de 16% nas principais plataformas de namoro, como o Tinder, no Reino Unido em 2024.

O Match Group (proprietário do Tinder e Hinge) reconheceu que os jovens buscam conexões "mais autênticas e com menos pressão". Enquanto isso, plataformas como Strava e Letterboxd registraram crescimento expressivo - o primeiro aumentou 20% seus usuários ativos mensais, alcançando 135 milhões de membros.

O Strava é uma plataforma voltada para entusiastas de atividades físicas, permitindo que os usuários compartilhem e acompanhem seus treinos e desafios esportivos, como corridas e ciclismo. Já o Letterboxd é uma rede social para cinéfilos, onde os membros podem avaliar, listar e compartilhar suas experiências com filmes. Jogos como World of Warcraft também criam um terreno lúdico para encontros reais, combinando a imaginação com o fortalecimento de laços pessoais.

A mudança reflete uma preferência por encontros mais naturais através de interesses compartilhados. Um em cada cinco membros da geração Z no Strava já teve encontros com pessoas conhecidas através da plataforma.

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ZAT INDICA

Filmes do Oscar 2025

Nem só de Ainda Estou Aqui e Emilia Perez é feito o Oscar 2025. Confira quatro filmes que agradaram aqui na redação do Zat!

O Brutalista
Dirigido por Brady Corbet, este thriller psicológico acompanha um arquiteto lidando com traumas do passado e desafios profissionais. Indicado em dez categorias, incluindo Melhor Filme.

Conclave
Dirigido por Edward Berger, a trama mostra a história do Cardeal Lawrence Lomeli (Ralph Fiennes), que, após a morte do Papa, é designado para liderar o conclave para eleger o novo pontífice. Concorre a 8 Oscars, incluindo melhor filme.

A Verdadeira Dor
Dirigido por Jesse Eisenberg, este drama acompanha dois primos que buscam se reaproximar durante uma excursão para a Polônia para homenagear a avó falecida. Indicado em Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante.

Nickel Boys
Dirigido por Colson Whitehead, este filme é inspirado em eventos reais e apresenta uma perspectiva única sobre um reformatório nos Estados Unidos. Indicado a Melhor Filme.

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