Sexta, 21 de março.

Em um mundo digital onde tudo está a um clique, é fácil se perder em comparações e obsessões. O ciúme retroativo, como alguns chamam o comportamento de stalkear o ex do parceiro, pode revelar mais sobre nós do que sobre o outro. Confira nesta edição.

E mais: por que ficamos menos inteligentes na era da informação, participe da enquete para escolher nosso presente especial, filmes com pets. Sextou com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min54s

O PARADOXO DO CONHECIMENTO

Por que ficamos menos inteligentes na era da informação

A capacidade cognitiva humana atingiu seu pico no início da década de 2010 e vem apresentando um declínio constante desde então, segundo análise de dados publicada pelo Financial Times. Esta tendência preocupante tem sido observada em diferentes faixas etárias e países, sugerindo um fenômeno global.

Dados do PISA, teste internacional da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que avalia o desempenho de estudantes de 15 anos em leitura, matemática e ciências, revelam que as pontuações para as três disciplinas começaram a declinar a partir de 2012, com quedas mais acentuadas entre 2012 e 2018 do que durante os anos afetados pela pandemia.

O estudo "Monitoring the Future", que avalia anualmente jovens de 18 anos desde a década de 1980, identificou um aumento acelerado no número de estudantes que relatam dificuldades para pensar, concentrar ou aprender coisas novas a partir de meados da década de 2010.

Em países de alta renda, a proporção de adultos incapazes de "usar raciocínio matemático ao analisar e avaliar a validade de declarações" subiu para 25% em média, alcançando 35% nos Estados Unidos.

Especialistas apontam a mudança na relação com a informação como principal causa. "Passamos de páginas da web finitas para feeds infinitos e constantemente atualizados", explica John Burn-Murdoch, analista de dados do Financial Times, destacando a transição de um comportamento autodirigido para consumo passivo e constante mudança de contexto, sem aprofundamento.

A pesquisa coincide com estatísticas que mostram que, em 2022, pela primeira vez, menos da metade dos americanos relatou ter lido um livro no ano anterior.

CIÚME RETROATIVO

Redes sociais intensificam obsessão com ex-parceiros de atuais companheiros

A era digital transformou a forma como lidamos com relacionamentos passados de nossos parceiros. Uma investigação recente revela que o acesso fácil às informações online está alimentando um fenômeno psicológico chamado "síndrome de Rebecca", termo cunhado em 2006 pelo psicanalista Dr. Darian Leader para descrever a fixação com ex-parceiros.

O psicoterapeuta Toby Ingham, autor de um livro sobre "ciúme retroativo", afirma que este comportamento obsessivo geralmente está enraizado em "problemas de apego" da infância, mais do que no ex-parceiro em si.

Especialistas divergem sobre a questão de gênero neste comportamento. Enquanto Ingham observa maior prevalência em homens, pesquisas indicam que mulheres tendem mais à comparação social em plataformas digitais.

A experiência de Holly, 22 anos, que chegou a assinar a conta OnlyFans da ex de seu namorado, ilustra como este comportamento pode se tornar complexo. "Você aprende mais sobre o que odeia em si mesma do que sobre como eles realmente são", concluiu após a experiência.

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Sempre ao Seu Lado (2009) – Inspirado em uma história real, este filme narra a tocante lealdade do cão Hachiko, que espera por seu dono mesmo após sua morte. (Prime, Telecine)

Quatro Vidas de um Cachorro (2017) – A história de um cão que reencarna várias vezes, vivendo diferentes vidas e sempre buscando reencontrar seu primeiro dono. (Netflix).

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