Segunda, 21 de abril.

O mercado de bunkers nos EUA revela a monetização do medo e sua transformação em produto de consumo. A indústria de "preparação para o pior" movimenta bilhões anualmente e cresceu substancialmente após eventos como a pandemia e tensões geopolíticas recentes. Enquanto alguns consideram paranoia, outros veem planejamento prudente. Confira nesta edição.

E mais: geração Z impulsiona recorde de trocas de emprego no Brasil, 8 hábitos que ajudam a prevenir o AVC, pedir desculpas no trabalho atrapalha ou ajuda? Começando a semana com feriado e com o Zat!

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MEDO E NEGÓCIOS

Por dentro da indústria dos bunkers nos EUA

Diante de crises globais e incertezas constantes, um movimento tem ganhado força nos Estados Unidos: o prepping. A prática, que consiste em se preparar para situações extremas — como guerras, pandemias, colapsos econômicos ou desastres naturais — deixou de ser coisa de nicho e virou um grande negócio.

Empresas como Atlas Survival Shelters e Vivos Group viram a demanda por bunkers, túneis de fuga e salas secretas disparar. Em 2023, americanos gastaram cerca de US$ 11 bilhões com esse tipo de preparação.

Antes restritos à elite, os abrigos subterrâneos agora atraem também a classe média. A Atlas oferece modelos a partir de US$ 20 mil, voltados a pessoas com renda anual de US$ 60 mil. A Vivos aluga antigas instalações militares por US$ 55 mil, mais taxas anuais.

O mercado se diversificou. Há desde armários escondidos para armas até fortalezas com fossos inflamáveis. Em casas comuns, lareiras que se movem revelam túneis e compartimentos com estoques de comida e suprimentos médicos.

Para muitos, investir em segurança extrema é uma forma de ganhar tranquilidade. Como diz um dos empresários do setor: é como ter um estepe no porta-malas — melhor prevenir do que remediar.

MERCADO DE TRABALHO

Geração Z impulsiona recorde de trocas de emprego no Brasil

A rotatividade no mercado de trabalho brasileiro atingiu 36% entre os trabalhadores com carteira assinada nos últimos 12 meses — o maior índice da série histórica. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), sistema do governo federal que monitora contratações e demissões formais, analisados pela consultoria econômica LCA.

O salto foi ainda mais acentuado entre os mais jovens: 40% dos profissionais com até 29 anos trocaram de emprego no período. Entre os de 18 a 24 anos, o índice vai a 41%.

Essa movimentação reflete uma mudança de mentalidade, especialmente da geração Z. Flexibilidade, saúde mental, propósito e qualidade de vida têm mais peso na decisão de permanecer ou não em um emprego.

O fenômeno, que lembra a “Grande Renúncia” vivida pelos EUA, ganhou força com a expansão do trabalho remoto, o avanço da digitalização e o maior acesso a plataformas de vagas, facilitando a busca por novas oportunidades. Especialistas alertam que, apesar de refletir maior poder de escolha do trabalhador, a alta rotatividade pode comprometer a produtividade das empresas e aumentar os custos com contratação e treinamento.

Empresas que buscam se adaptar a esse novo perfil devem investir em gestão, cultura organizacional e ambientes que dialoguem com as expectativas das novas gerações.

SAÚDE

8 hábitos que ajudam a prevenir o AVC

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo, mas pode ser amplamente evitável com mudanças simples no estilo de vida, mesmo entre os mais jovens. A incidência entre adultos com menos de 55 anos está aumentando, impulsionada por fatores como pressão alta, colesterol elevado, diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo.

Além de fatores biológicos, questões sociais também influenciam: pessoas com menor renda e escolaridade têm mais chance de sofrer um derrame e menor acesso a cuidados médicos de qualidade.

Oito atitudes ajudam a reduzir significativamente os riscos: parar de fumar, controlar a pressão arterial e o colesterol, monitorar o açúcar no sangue, manter um peso saudável, adotar uma dieta mediterrânea, dormir bem, praticar atividade física e evitar o consumo excessivo de álcool e drogas.

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CARREIRA

Pedir desculpas no trabalho atrapalha ou ajuda?

Dizer “me desculpe” pode parecer sinal de humildade, mas em ambientes profissionais nem sempre é visto com bons olhos. Um estudo da Universidade de Stanford simulou situações de promoção de cargo e analisou como chefes reagem a mensagens com pedidos de desculpas.

Embora homens e mulheres tenham tido desempenho semelhante, as mulheres se desculparam quase duas vezes mais — mesmo quando seus erros eram mínimos. Esses pedidos geraram efeitos opostos: quem se desculpava era visto com menos competência, mas também com mais empatia.

No fim, a chance de promoção não foi afetada — quem se desculpava era promovido na mesma proporção que os demais. O que os pesquisadores sugerem é que desculpas, quando sinceras, não prejudicam a imagem profissional.

Como se trata de um experimento em ambiente simulado, os resultados não são definitivos, mas ajudam a lançar luz sobre os vieses e percepções que moldam o dia a dia corporativo. Equilíbrio e autenticidade continuam sendo os melhores guias.

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