Quinta, 22 de maio.

Depois de demitir humanos para colocar robôs no atendimento, uma fintech percebeu que economizar nem sempre compensa. Agora, quer seus funcionários de volta — porque, no fim das contas, qualidade e conexão humana ainda podem fazer uma grande diferença.

E mais: por dentro da rede de golpistas nigerianos que seduzem e enganam pela internet, religião atrai mais homens do que mulheres nos EUA, nem toda mentira é igual. Vem com a gente!

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GOLPE DO AMOR

Por dentro da rede de golpistas nigerianos que seduzem e enganam pela internet

Em uma jornada entre Madri e Lagos, o jornalista Carlos Barragán, espanhol, investigou o universo dos Yahoo Boys, como são conhecidos os jovens nigerianos que aplicam fraudes sentimentais online. Motivado por um drama pessoal — sua mãe, Sílvia, foi enganada por um suposto militar americano — Carlos foi à Nigéria para entender como funcionam esses golpes que misturam carência afetiva, manipulação emocional e promessas falsas de amor.

Na prática, os golpistas criam perfis falsos em redes sociais e apps de namoro, fingem ser pessoas atraentes e acessíveis, e, ao longo de semanas ou meses, constroem laços com suas vítimas. Os relatos colhidos mostram como eles atuam com táticas precisas de envolvimento emocional, prometendo relacionamentos, estabilidade e até envio de “barras de ouro”, como no caso da mãe dele. Em troca, pedem dinheiro sob desculpas variadas: passagens, babás, dívidas médicas.

O jornalista conheceu Biggy, um dos tantos “Yahoo Boys”, que reconhece o jogo como um trabalho — exaustivo, mas lucrativo. Apesar da justificativa econômica — desemprego juvenil acima de 50% na Nigéria —, o impacto humano é profundo: mulheres e homens enganados vivem lutos afetivos silenciosos, muitas vezes com vergonha de denunciar.

A reportagem revela como a solidão virou terreno fértil para a indústria dos golpes românticos.

FINTECH SUECA

Klarna volta atrás e recontrata humanos após revés no uso de IA

A fintech sueca Klarna, que virou símbolo da automação no atendimento ao cliente, está fazendo um recuo estratégico: vai recontratar pessoas após substituir 700 funcionários por inteligência artificial. O CEO, Sebastian Siemiatkowski, admitiu que a obsessão por cortar custos comprometeu a qualidade.

A empresa agora testa um modelo flexível, no estilo “Uber”, com atendimento remoto feito por freelancers, estudantes e moradores de áreas afastadas. O plano é manter a IA integrada aos sistemas, mas com suporte humano de verdade — algo essencial para preservar a confiança dos consumidores.

Apesar disso, a Klarna ainda prevê redução no quadro geral de funcionários. E a fintech não está sozinha. Embora executivos de todos os setores — da mídia à comida rápida — pareçam achar que a IA já está pronta para assumir tudo, essa empolgação parece mais ligada aos investidores do que à realidade técnica. E os robôs começam a mostrar suas limitações.

FÉ E POLÍTICA

Entre jovens nos EUA, religião aproxima homens da direita e afasta mulheres

Um novo padrão entre os jovens da Geração Z, nascidos a partir dos anos 2000, começa a moldar diferenças políticas e religiosas nos Estados Unidos. Dados mostram que jovens homens estão se tornando mais religiosos e conservadores, enquanto jovens mulheres se afastam da religião organizada e adotam posturas mais progressistas.

A mudança tem gerado um fosso ideológico de gênero entre eleitores de 18 a 29 anos. Em 2024, homens da Geração Z votaram majoritariamente em Donald Trump, presidente republicano, enquanto mulheres dessa faixa apoiaram Kamala Harris, vice-presidente democrata.

Estudos do Pew Research Center e do American Enterprise Institute indicam que o aumento da participação masculina em igrejas e o abandono feminino das mesmas estão associados a diferenças nos valores defendidos, como direitos LGBTQIA+ e aborto. Para especialistas, essa divisão pode impactar não só as eleições futuras, mas também a formação de laços sociais, familiares e afetivos entre jovens.

As causas ainda são debatidas, mas os dados sugerem que fé e política estão se retroalimentando, moldando visões de mundo distintas entre jovens de um mesmo país — mas de gêneros opostos.

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COMPORTAMENTO

Nem toda mentira é igual; saiba como diferenciar

Nem toda mentira é igual — e entender suas motivações pode ajudar a lidar melhor com elas no dia a dia. Há quem minta por impulso, por medo ou até para proteger alguém. As chamadas "mentiras pró-sociais", por exemplo, são aquelas que evitam conflitos ou constrangimentos — como elogiar um jantar apenas por gentileza. Já outras mentiras podem ter consequências sérias e envolvem manipulação ou intenção de enganar.

O problema surge quando o hábito de mentir vira padrão de comportamento. Pessoas que distorcem a verdade com frequência, mesmo sem motivos aparentes, tendem a deixar rastros: incoerências no discurso, dificuldade em manter histórias, mudanças sutis na linguagem corporal.

Especialistas alertam que reconhecer esses sinais é importante para nos protegermos de relações tóxicas. Observar o contexto, a frequência e o impacto das mentiras ajuda a diferenciar deslizes pontuais de padrões prejudiciais. E, claro, refletir sobre as próprias atitudes também vale: todo mundo já mentiu alguma vez — mas o que fazemos com isso é o que realmente importa.

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