Sexta, 22 de agosto.

Você sabia que o mercado de luxo brasileiro cresceu 26% entre 2022 e 2024, contra apenas 3% ao ano globalmente? Um estudo recente revela que o Brasil vive uma era de expansão acelerada, impulsionada por moda, imóveis e automóveis — um reflexo direto de novos hábitos e desejos de consumo de alto padrão.

E mais: rede social só com bots acaba em polarização, como os ambientes alimentares moldam o que comemos, 7 das melhores séries de TV de 2025 até agora. Sextou com o Zat!

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BRASIL À PARTE

Luxo dribla crise global e engorda faturamento bilionário no país

Enquanto o luxo global esfriava sob os ventos da desaceleração econômica na China e nos Estados Unidos, o Brasil acelerou na contramão — e não foi pouco. Em 2024, o mercado brasileiro de alto padrão movimentou quase R$ 100 bilhões, com crescimento acumulado de 26% nos últimos dois anos, o que representa uma média de 12% ao ano. No mundo, o avanço foi bem mais modesto: apenas 3%, segundo levantamento da Bain & Company, em parceria com a Vogue Brasil e o jornal Valor Econômico.

Por trás desses números está um consumidor sofisticado — e em mutação. Hoje, 57% dos brasileiros de alta renda associam o luxo à exclusividade. Mas não se trata apenas de ostentar. O estudo revela cinco motivações centrais no consumo: ceticismo, memória afetiva, pertencimento, autoridade simbólica e prestígio.

Esse novo perfil valoriza experiências personalizadas, vínculo emocional com marcas e a chamada validação silenciosa — quando é possível ser reconhecido como parte de um grupo seleto sem precisar exibir logotipos ou etiquetas visíveis.

Segmentos como moda, joias, relógios, automóveis, hotelaria, saúde e imóveis lideram o crescimento, enquanto bebidas finas e arte & mobiliário seguem com expansão mais tímida. Em tempos incertos, o Brasil vem se consolidando como um dos poucos mercados a manter o luxo em alta — e com cara própria.

RISCO INEVITÁVEL?

Rede social só com bots acaba em polarização

Pesquisadores da Universidade de Amsterdã criaram uma rede social habitada exclusivamente por bots baseados no modelo GPT-4o, da OpenAI, para entender como as dinâmicas de polarização emergem online. Apesar de artificiais, os perfis simulavam comportamentos humanos: seguiam uns aos outros, reagiam a postagens, ajustavam opiniões e formavam grupos com base em afinidade.

Foram testadas seis estratégias para conter a radicalização, como feed cronológico, ocultar número de seguidores e amplificar visões diversas. Nenhuma foi eficaz. Em alguns casos, como o feed em ordem temporal, o efeito foi o oposto: conteúdos mais extremos ganharam visibilidade.

Segundo Petter Törnberg, professor de inteligência artificial e coautor do estudo, a polarização emergiu da própria estrutura da rede, que favorece a formação de bolhas e reforça discursos dominantes. A pesquisa, ainda não revisada por pares, indica que o design das plataformas pode ser um fator central no surgimento de discursos radicais — com ou sem humanos.

Com o avanço da IA generativa, Törnberg alerta que a desinformação tende a se intensificar, pressionando o modelo atual das redes sociais.

ALIMENTO E PODER

Ambientes alimentares moldam o que comemos e como vivemos

O conceito de ambiente alimentar, criado no fim dos anos 1990, define os espaços físicos ou virtuais onde alimentos são adquiridos, preparados ou consumidos. Isso inclui supermercados, restaurantes, aplicativos de delivery e redes sociais. Pesquisas mostram que a presença de ultraprocessados — produtos com alto teor de gordura, açúcar e sal — é predominante, contribuindo para obesidade e doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão.

Entre as classificações estão os desertos alimentares (pouco acesso a alimentos in natura), os pântanos alimentares (predomínio de ultraprocessados) e os ambientes obesogênicos (que favorecem escolhas não saudáveis). Estudos recentes incluem ainda mercados informais, ambientes cultivados ou selvagens e ambientes móveis, que consideram a exposição durante deslocamentos.

Especialistas brasileiros defendem que pesquisas incorporem também a produção, a distribuição e as relações de poder no sistema alimentar, para compreender desigualdades estruturais que afetam o acesso à comida saudável.

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FIM DE SEMANA

7 das melhores séries de TV de 2025 até agora

De thrillers policiais a dramas históricos, passando por comédias afiadas e minisséries emocionantes, 2025 já trouxe muitas produções bem-sucedidas e comentadas. Os críticos da BBC Culture Caryn James e Hugh Montgomery selecionaram as 18 que mais se destacaram até agora. Confira as escolhas da redação:

1. Dept. Q (Netflix)
   Um detetive excêntrico e traumatizado, vivido por Matthew Goode, encara casos arquivados em Edimburgo. Inteligente e envolvente.

2. Morrendo por Sexo (Disney+)
   Baseada em fatos reais, traz Michelle Williams como Molly, que após diagnóstico terminal embarca numa jornada sexual e existencial.

3. Mr. Loverman
   Lennie James interpreta Barry, um homem de 70 anos que vive há décadas um amor secreto com outro homem. Drama humano e comovente.

4. The White Lotus – 3ª temporada (HBO Max/Prime Video)
   A sátira sobre turistas ricos alcançou novo auge em um retiro na Tailândia, com elenco afiado e atmosfera mais sombria.

5. Code of Silence
   Rose Ayling-Ellis brilha como Alison, jovem surda que usa leitura labial para ajudar a polícia em investigações arriscadas.

6. O Ensaio (HBO Max/Prime Video)
   Nathan Fielder reinventa seu formato ousado, desta vez abordando falhas de comunicação na aviação. Surreal e perturbador.

7. Étoile: A Dança das Estrelas (Prime Video)
   Drama encantador sobre companhias de balé de Nova York e Paris, com rivalidades, glamour e diálogos espirituosos.

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