Quarta, 23 de julho.

Mesmo com diagnóstico e tratamento, a maioria dos brasileiros com hipertensão e diabetes tipo 2 não consegue atingir as metas ideais de controle da pressão e do açúcar no sangue. O resultado é preocupante: risco elevado de infarto, AVC e morte precoce. Um novo estudo global ajuda a mapear e entender melhor esses dados.

E mais: o ataque cibernético que levou à falência empresa de transporte com 158 anos de história no Reino Unido, turismo estético cresce na Coreia do Sul com promessa de pele perfeita, por que lembranças constrangedoras surgem “do nada”? Vem com o Zat!

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SAÚDE PÚBLICA

Maioria dos brasileiros com hipertensão e diabetes não tem controle das doenças

Mesmo em tratamento, a maioria dos brasileiros com hipertensão e diabetes tipo 2 não consegue manter a pressão arterial e o nível de glicemia dentro das metas. Apenas 12,7% dos pacientes avaliados tinham os dois indicadores controlados, de acordo com o braço brasileiro do estudo global SNAPSHOT, apresentado no congresso da Sociedade de Cardiologia de São Paulo (Socesp).

Foram analisados dados de quase 400 adultos atendidos em 11 centros médicos pelo país. Só 28,97% estavam com a pressão sob controle, e 39,1% atingiam a meta de hemoglobina glicada, exame que avalia o nível médio de glicose no sangue.

Com isso, 76,1% foram classificados como pacientes com risco cardiovascular muito alto — ou seja, mais propensos a infarto, AVC e morte precoce. Outro dado preocupante: 93% dos participantes tinham pelo menos outra doença crônica associada, como obesidade ou colesterol alto.

Segundo os pesquisadores, médicos ainda subestimam os riscos, e os pacientes, por sua vez, enfrentam dificuldades como acesso a medicamentos, número elevado de comprimidos por dia e ausência de sintomas. O estudo também aponta a necessidade de medidas que envolvam estilo de vida, como alimentação, sono e atividade física.

CIBERSEGURANÇA CORPORATIVA

Quando uma senha derruba um império

Um ataque cibernético levou à falência a KNP, empresa de transporte com 158 anos de história no Reino Unido, após hackers acessarem o sistema por meio de uma senha fraca de um funcionário. O incidente paralisou as operações, causou a demissão de 700 pessoas e resultou na perda total dos dados corporativos.

Ransomware é o nome desse tipo de ataque em que hackers invadem um sistema, bloqueiam o acesso aos dados (por meio de criptografia) e exigem um resgate, geralmente em criptomoedas, para liberar essas informações. Segundo o Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC), ligado ao serviço de inteligência britânico GCHQ, há um aumento nos ataques desse tipo, com 19 mil incidentes registrados no país só em 2024. Estimativas apontam que o valor médio exigido em resgates pelos criminosos gira em torno de 4 milhões de libras (R$ 30 milhões).

O episódio reforça a importância de práticas básicas de segurança digital, como senhas fortes e sistemas atualizados, em um cenário onde o crime cibernético é visto como uma ameaça à segurança nacional, segundo o governo britânico.

K-BEAUTY

Turismo estético cresce na Coreia do Sul com promessa de pele perfeita

A obsessão global pela pele impecável transformou a Coreia do Sul em um polo de turismo estético. Em 2024, o país recebeu 1,2 milhão de estrangeiros interessados em tratamentos dermatológicos — alta de 96% em relação ao ano anterior. Quase 60% desses visitantes procuraram por procedimentos não invasivos, como botox, laser e ultrassom facial.

O fenômeno se deve, em parte, a políticas públicas: desde 2009, o governo sul-coreano facilita vistos e incentiva a conexão entre clínicas e agências de viagem. Além disso, os preços são altamente competitivos — uma aplicação de botox que custa US$ 400 nos EUA sai por US$ 30 em Seul.

Celebridades do TikTok, como Yerim Lee, ajudam a impulsionar o setor. Em vídeos com milhões de visualizações, ela relata ter feito 15 procedimentos em apenas três dias no país. Hoje, o mercado sul-coreano de skincare movimenta cerca de US$ 15 bilhões por ano.

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MENTE INQUIETA

Por que lembranças constrangedoras surgem “do nada”?

Você está prestes a dormir quando, de repente, surge a lembrança de uma situação constrangedora do passado — um comentário fora de hora, um erro, uma situação social embaraçosa. A sensação é quase física: calor no rosto, coração acelerado. Esse fenômeno é conhecido como vergonha retroativa.

Segundo especialistas, ele está ligado à forma como o cérebro reprocessa experiências antigas à luz da maturidade atual. Gatilhos sensoriais (cheiros, sons, ambientes) e momentos de introspecção favorecem a emergência dessas memórias. Pessoas com traços de ansiedade social ou perfeccionismo são mais vulneráveis, pois tendem a revisar o passado em busca de falhas.

A ruminação — pensamento repetitivo sobre o ocorrido — reforça a emoção negativa. E mesmo que ninguém mais se lembre da situação, o julgamento interno costuma ser implacável.

Mas há saída. A chave está em transformar a vergonha em reflexão saudável. Ao invés de prender-se ao erro, é possível olhá-lo como parte do processo de crescimento. Se você “ganhou noção” com o tempo, pense: estou evoluindo. Técnicas como a autocompaixão e a aceitação radical ajudam a ressignificar essas lembranças, permitindo que o passado deixe de ser uma prisão e se torne apenas uma etapa superada da história pessoal.

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