Segunda, 23 de setembro.

Com o avanço da ciência, o câncer passou de uma sentença de morte para uma condição tratável, e até mesmo curável em muitos casos. Imunoterapias, terapias-alvo e a personalização do tratamento com base no perfil genético do tumor abriram novas possibilidades. A medicina preventiva e a detecção precoce também foram essenciais nessa evolução. Hoje, muitas vezes o câncer é uma batalha possível de vencer. Veja nesta edição.

E mais: as previsões do “guru de Wall Street” para a economia chinesa, Suécia oferece dinheiro para os imigrantes que desejam ir embora, como dizer “não” no trabalho. Segundou com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min51s

PROJEÇÕES ECONÔMICAS

“Guru de Wall Street” desafia o cenário da economia chinesa

Um dos maiores investidores de Wall Street, Ray Dalio, lançou a sua próxima previsão e o cenário não é dos melhores.

Dalio é muito respeitado por suas projeções. Nas últimas décadas, ele destacou antes de acontecer a crise financeira de 2008, a crise econômica de 2020, a inflação pós-pandemia e o aumento das taxas de juros.

Fundador da Bridgewater Associates e um investidor influente, o bilionário comparou os atuais problemas financeiros chineses à bolha de ativos do Japão que precedeu décadas de estagnação econômica.

Outrora otimista em relação à China, ele agora alerta para "grandes problemas estruturais" no país, destacando a crise imobiliária que deixou os governos locais chineses incapazes de pagar suas dívidas.

• O investidor prevê que a China provavelmente precisará realizar uma reestruturação de sua dívida, um processo que ele descreve como "muito complicado e politicamente duro".

Essa necessidade surge principalmente porque as províncias, prefeituras e municípios, responsáveis por mais de 80% dos gastos totais do Estado, podem precisar de alguma forma de perdão da dívida.

Além dos problemas governamentais, Dalio apontou que as famílias chinesas, que tradicionalmente mantêm cerca de 70% de seus ativos em imóveis, que estão em queda pela crise imobiliária, estão relutantes em gastar. Com isso, o consumo cai e, consequentemente, a economia desacelera.

Este mês foi sombrio para a economia chinesa. Se a situação seguir piorando, a crise da China terá impactos globais, com disrupções nas cadeias de suprimento e volatilidade nos mercados financeiros. Para o Brasil, que depende fortemente do comércio de commodities com a China, a queda na demanda pode desacelerar o crescimento econômico, pressionar o real e afetar a balança comercial.

DINHEIRO PARA IR EMBORA

Suécia oferece até R$ 190 mil para imigrantes que desejam voltar ao país de origem

A Suécia anunciou um novo incentivo financeiro para que imigrantes deixem o país voluntariamente.

O programa oferece 350 mil coroas suecas (cerca de R$ 190 mil) por adulto interessado. A medida, apoiada pelo partido Democratas da Suécia, faz parte de uma reorientação nas políticas de imigração do governo conservador sueco.

Além desse novo subsídio, a Suécia já conta com políticas de integração para imigrantes, que incluem benefícios menores para famílias que buscam se estabelecer no país.

Apesar da novidade, um relatório recente questiona a eficácia de aumentar esse tipo de incentivo. O governo sueco também revelou que, pela primeira vez em décadas, o número de pessoas deixando o país pode superar o de imigrantes em 2024.

Outros países europeus, como Dinamarca, Noruega, França e Alemanha, também oferecem programas semelhantes, com valores que variam entre R$ 7.800 e R$ 84 mil.

TRATAMENTO DO CÂNCER

Uma nova esperança, mas com altos custos

No dia em que seu filho completou 18 anos, Linda Medendorp recebeu uma notícia devastadora: ela tinha um câncer incurável que já havia se espalhado. Mas, em meio à dor, surgiu uma esperança. Graças às características de seu tumor, Linda se qualificou para um tratamento experimental com imunoterapia, usando a droga Opdivo, da Bristol Myers Squibb.

A imunoterapia é uma abordagem revolucionária que estimula o sistema imunológico do paciente a reconhecer e combater células cancerígenas. Diferente da quimioterapia tradicional, que ataca células saudáveis e cancerígenas de forma indiscriminada, a imunoterapia "libera os freios" do sistema imunológico, permitindo que ele ataque diretamente as células do tumor.

Além da imunoterapia, outros tratamentos inovadores, como os conjugados de anticorpos e os radioligantes, têm mudado o cenário do combate ao câncer. No entanto, esses avanços vêm com um preço alto.

O tratamento de Linda, por exemplo, custa cerca de US$ 200 mil por ano. Com o aumento de diagnósticos precoces e novas terapias, os gastos globais com medicamentos oncológicos alcançaram US$ 223 bilhões em 2023 e devem chegar a US$ 409 bilhões até 2028.

Esse alto custo pressiona sistemas de saúde ao redor do mundo, que já enfrentam dificuldades para equilibrar o acesso a tratamentos inovadores e a sustentabilidade financeira. Governos e seguradoras estão, assim, em busca de soluções para tornar essas terapias acessíveis, sem comprometer seus orçamentos.

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AJUSTE DE PRIORIDADES

A arte de dizer não no trabalho

Dizer "não" pode ser difícil, ainda mais no trabalho. Mas quatro cientistas decidiram transformar essa habilidade em um experimento.

Com cargas de trabalho exaustivas, elas recusaram, ao longo de um ano, 100 pedidos de tarefas extras. O resultado? Não se arrependeram dos "nãos" ditos.

Elas descobriram que monitorar cada recusa, anotando as razões e o impacto, tornava mais fácil rejeitar novas demandas. Isso porque, ao visualizar a quantidade de compromissos já assumidos, ficava mais claro o limite do que poderiam aceitar. Esse registro ajudava a manter o foco nas prioridades e a evitar a sensação de culpa por dizer "não", já que tinham consciência de suas capacidades.

Além disso, um "não" firme mostrou ser mais eficaz do que respostas suaves, que só geravam mais responsabilidades no futuro.

As cientistas também adotaram perguntas-chave para ajudar na decisão: "Isso faz parte do meu trabalho?", "Me trará satisfação?" e "Vai prejudicar meus compromissos?". Essa estratégia permitiu que elas recusassem tarefas maiores, evitando o desgaste e priorizando projetos de maior valor.

No fim, o mais importante foi perceber que, ao dizer "não", elas protegiam sua produtividade, saúde e, principalmente, seu tempo.

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