Edição de 25/08/2025

Segunda, 25 de agosto.

Imagine alugar um escritório falso para ter rotina, dignidade e, em alguns casos, “comprovação” de estágio. O fenômeno, insólito à primeira vista, revela muito sobre pressão social, crise econômica e o desejo universal de pertencimento. Confira nesta edição.

E mais: moeda digital brasileira sob holofotes, diferenças culturais desafiam testes de ansiedade e depressão, por que andar no parque pode restaurar sua atenção. Vem com o Zat!

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DREX SEM BLOCKCHAIN

Críticas políticas e decisão técnica colocam moeda digital brasileira sob holofotes

Foto: Shutterstock

O Banco Central anunciou recentemente que a próxima fase do Drex — a versão digital do real — será lançada em 2026 sem uso de blockchain ou tecnologias de registro distribuído (DLT). A decisão foi técnica: os testes com privacidade e escalabilidade não atenderam aos critérios exigidos.

A decisão, porém, levantou preocupações. O Brasil vinha se destacando globalmente por sua agenda de inovação no sistema financeiro, com iniciativas como o Pix e o Open Finance. O Drex, com apoio da blockchain, prometia seguir essa trilha. Sem essa base tecnológica, o projeto assume um modelo centralizado, mais próximo de sistemas tradicionais.

O Drex será usado, ao menos inicialmente, apenas por instituições financeiras, em operações chamadas de atacado. A longo prazo, a expectativa é que ele facilite a criação de serviços financeiros mais ágeis, seguros e acessíveis para o cidadão, como contratos automatizados e tokenização de ativos.

Especialistas alertam que a mudança pode reduzir a segurança, a transparência e a auditabilidade do sistema, além de desmotivar o setor privado — que já desenvolvia soluções baseadas na arquitetura original. Também há receio de que o país perca espaço nas discussões sobre moedas digitais globais, já que outras nações seguem explorando modelos com DLT.

O Banco Central, por sua vez, reforça que não haverá substituição do dinheiro em espécie e que o sistema respeitará a Lei do Sigilo Bancário e a LGPD.

As principais críticas se devem, principalmente, ao anúncio da retirada do blockchain, o que poderia reduzir o potencial inovador e a integração global do Drex. Já o governo argumenta que a mudança prioriza segurança e que o projeto continuará evoluindo para democratizar o acesso à economia digital.

Panorama 🌎

⚖️ PGR avalia explicações de Bolsonaro sobre descumprimento de medidas judiciais.
Nesta segunda (25), vence o prazo para a Procuradoria-Geral da República se manifestar sobre os esclarecimentos enviados pela defesa de Jair Bolsonaro. Ele é investigado por tentativa de golpe e descumprimento de ordens do STF, como uso de celular e possível plano de fuga.

🌍 Brasil vira campo de batalha por níquel estratégico entre China e Europa.
Venda de minas em Goiás para estatal chinesa MMG levanta disputa com empresa holandesa. Caso vai parar no Cade e na Comissão Europeia, com acusações de concentração de mercado e favorecimento político.

LEIA TAMBÉM:
  • Entenda 'Plano Real' da Segurança, proposto pelo governo para combater facções criminosas.

  • Banco do Brasil denuncia deputado Eduardo Bolsonaro à AGU por vídeo com fake news que incita corrida bancária.

  • CPMI do INSS pode aprovar convocação de irmão de Lula amanhã (26).

  • Navios de luxo vão ter 6 mil leitos na COP30, mas ficarão a mais de 20 km dos eventos em Belém.

  • EUA passa a exigir redes sociais públicas para conceder vistos.

  • Israel ataca capital do Iêmen em resposta a míssil Houthi lançado contra seu território.

  • Havai: Vulcão Kilauea "acordou" novamente.

SAÚDE MENTAL

Diferenças culturais desafiam testes de ansiedade e depressão

Imagem: Unsplash

A forma como a ansiedade é diagnosticada varia conforme o país e a cultura, o que levanta dúvidas sobre a comparabilidade de estudos internacionais. Questionários amplamente usados, como os Inventários de Beck para ansiedade (BAI) e depressão (BDI-II), foram criados nos Estados Unidos e depois traduzidos para diversos idiomas. Porém, especialistas afirmam que não basta traduzir: é preciso garantir que os instrumentos avaliem os sintomas da mesma forma em diferentes contextos.

Um estudo recente da PUC-Rio, em parceria com universidades de Portugal e Espanha, analisou respostas de mais de 1.900 estudantes universitários nos três países. O resultado mostrou que o questionário de depressão apresentou boa equivalência cultural, ainda que alguns itens tenham variações de interpretação. Já o de ansiedade não se ajustou bem ao modelo esperado, sugerindo que os sintomas são percebidos de maneiras distintas conforme a cultura.

Em tempos de crescente migração e aumento global de transtornos mentais, especialmente após a pandemia, garantir ferramentas de avaliação culturalmente adequadas é fundamental. Sem esse cuidado, corre-se o risco de superestimar ou negligenciar sintomas, prejudicando tanto o acompanhamento individual quanto a formulação de estratégias de saúde pública.

Além das diferenças culturais, especialistas apontam que fatores como gênero também podem influenciar a forma como sintomas de ansiedade e depressão se manifestam. Mulheres tendem a relatar mais sintomas internalizantes, como choro e insônia, enquanto homens mais frequentemente expressam sofrimento por meio de irritabilidade ou abuso de substâncias. Como os questionários clássicos não distinguem variações de gênero, há o risco de diagnósticos enviesados.

TENDÊNCIA INUSITADA

Por que jovens chineses pagam para fingir que trabalham

Shui Zhou paga para ir a um escritório todos os dias
Foto: BBC

Em meio ao alto desemprego juvenil na China — que supera 14% —, cresce uma tendência curiosa: pagar para frequentar escritórios onde se “finge trabalhar”. Esses espaços, que já se espalham por cidades como Xangai, Shenzhen e Wuhan, oferecem mesas, computadores e até salas de reunião, em diárias que variam de 30 a 50 yuan (R$ 22 a R$ 38).

O fenômeno surgiu como alternativa para jovens sem emprego que, em vez de ficarem em casa, buscam nesses ambientes uma rotina semelhante ao trabalho. Alguns utilizam o tempo para procurar vagas, empreender ou até escrever livros. Outros chegam a apresentar fotos do espaço como se fosse estágio, para atender exigências acadêmicas.

Especialistas apontam que a prática reflete frustração e busca por dignidade em meio à escassez de oportunidades.

ASSUNTO
PARA O ALMOÇO 💬

A palavra “glória” vem do latim gloria, que originalmente significava renome — algo que só existe se for contado.

Sua essência está ligada à ideia de ser ouvido: a glória só vale enquanto há relatos sobre você, histórias que outros lembram ou compartilham. Ou seja, celebrar a própria glória é, de certa forma, depender da narrativa alheia. Uma lembrança de que reconhecimento, fama ou honra sempre passam pelo ouvido de alguém — e que nossas ações só se tornam “gloriosas” quando são escutadas e lembradas.

O QUE MAIS

TÁ ROLANDO? 👀

Foto: André Durão

🥈 Brasil conquista prata na série mista do Mundial de ginástica rítmica. Ao som de Evidências, a equipe brasileira brilhou na série mista com 3 bolas e 2 arcos e ficou a apenas 0.100 da campeã Ucrânia. Com apresentação impecável, Duda, Nicole, Sofia, Mariana e Maria Paula fecharam o torneio com mais uma medalha histórica.

ECONOMIA E NEGÓCIOS

🇺🇸 Governo dos EUA vira sócio da Intel com quase 10% de participação. Acordo anunciado por Trump garante ao governo 433 milhões de ações da empresa — sem pagar nada diretamente. O movimento encerra um impasse com o CEO Lip-Bu Tan e está ligado a subsídios da lei CHIPS. A Intel busca fôlego para retomar a liderança no setor.

🎯 Anunciar no Zat é falar direto com quem decide. Nosso público é qualificado: 60% têm entre 35 e 54 anos e 70% atuam em cargos de liderança ou funções estratégicas, de C-levels e diretores a gerentes e consultores. É chegar com credibilidade ao inbox de quem consome conteúdo com atenção e influência. Quer ver sua marca neste espaço? Fale com a gente.

mensagem da Redação Zat

👗 Primeira loja da H&M no Brasil tem estreia movimentada em São Paulo. Com direito a fila, brindes e presença do CEO mundial, a fast fashion sueca inaugurou espaço no Iguatemi da Faria Lima. A marca promete preços acessíveis para competir com Renner, C&A e Zara, e planeja expansão rápida em outros shoppings paulistas.

📈 Marcas chinesas já somam 21% das vendas de eletroeletrônicos no Brasil. Empresas como Hisense, TCL e Oppo ampliam presença com fábricas locais, patrocínios e produtos premium, deixando para trás a imagem de itens apenas baratos. Além disso, segundo a NielsenIQ, pela primeira vez as compras online superaram as lojas físicas no setor.

ESPORTES, MÍDIA E ENTRETENIMENTO

🎬 Filmes que brilharam no Festival de Gramado. Cinco Tipos de Medo, longa de Bruno Bini, levou seis Kikitos, incluindo melhor filme, roteiro e montagem. Já Papagaios, de Douglas Soares, venceu quatro prêmios, entre eles melhor ator (Gero Camillo) e júri popular.

🏆 Sorteio da Copa de 2026 será em Washington. O evento acontecerá em 5 de dezembro, no Kennedy Center, definindo os 12 grupos do Mundial que terá 48 seleções. Estados Unidos, Canadá e México serão sedes. O Brasil já está garantido na competição, que vai de 11 de junho a 19 de julho.

ETCETERA

💔 Assinar OnlyFans é traição? Psicólogos dizem: depende dos acordos do casal. Especialistas apontam que tudo depende do que o casal considera desleal — para alguns, é falta de respeito; para outros, é traição emocional. O essencial? Conversar sobre limites e expectativas.

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MENTE URBANA

Por que andar no parque pode restaurar sua atenção

happy on the go GIF by LISTERINE®

Imagem: Giphy

Uma série de estudos sugere que caminhar em ambientes naturais pode melhorar significativamente a atenção e a memória de curto prazo.

A chamada teoria da restauração da atenção defende que o cérebro humano recarrega sua capacidade de foco quando exposto a cenários naturais. Um experimento com estudantes universitários mostrou que, após uma caminhada em um arboreto (jardim dedicado a árvores), o desempenho em testes cognitivos aumentou em quase 20%, em comparação com caminhadas em áreas urbanas.

Os pesquisadores associam esse fenômeno à presença de formas suaves, padrões orgânicos e estímulos visuais menos intensos na natureza, que exigiriam menor esforço mental do que o ambiente urbano. Estudos com eletroencefalograma (EEG) e rastreamento ocular reforçam a hipótese, mostrando menor atividade cerebral durante passeios em áreas verdes e um retorno mais eficiente ao foco após o descanso.

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