Segunda, 27 de janeiro.

Você já se perguntou se a inteligência artificial tem lado político? Estudos recentes sugerem que sim: pesquisadores brasileiros e europeus aplicaram a bússola política ao ChatGPT, revelando como suas respostas "neutras" se alinham a ideologias em diferentes contextos globais. A versão mais recente, o ChatGPT-4, parece ter dado um passo em direção ao centro do espectro político, mas os debates sobre os limites e influências da IA continuam.

E mais: projeto de cadastro da íris é suspenso por órgão regulador, a complexa arte de cuidar nos momentos finais, executivos que decidem voltar para o antigo emprego. Vamos nessa!

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VIÉS TECNOLÓGICO

O ChatGPT é de direita ou esquerda?

O ChatGPT (programa de inteligência artificial da OpenAI) apresenta inclinação a posições mais progressistas em diferentes contextos políticos mundiais, segundo estudos acadêmicos publicados no periódico Public Choice. A pesquisa brasileira, que se tornou referência internacional, analisou o comportamento do chatbot em três países.

Utilizando a metodologia da bússola política, um questionário com 60 perguntas sobre temas socioeconômicos, os resultados revelaram forte correlação entre as respostas "neutras" do ChatGPT e posições alinhadas aos democratas nos EUA (0,838), lulistas no Brasil (0,97) e trabalhistas no Reino Unido (0,98).

Em 2024, pesquisadores da Universidade de Dortmund expandiram a análise para países do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo), confirmando essa tendência. O estudo também identificou que a versão mais recente do programa, o ChatGPT-4, apresenta menor viés que seu antecessor, posicionando-se mais próximo ao centro do espectro político.

Os especialistas atribuem esse comportamento a dois fatores principais: os dados de treinamento utilizados no desenvolvimento do sistema e o próprio algoritmo, que pode amplificar padrões existentes na base de dados.

CADASTRO DE ÍRIS

Regulador suspende projeto por falta de consentimento adequado

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) suspendeu o registro de íris realizado pela Tools for Humanity (TfH), responsável pelo projeto Worldcoin. A decisão veio após denúncias de que operadores terceirizados aceitavam os termos de uso no lugar dos usuários durante o cadastro.

Em troca de dados biométricos, os participantes recebem até R$ 618, por meio de 48,5 criptomoedas. Contudo, a ANPD destacou a falta de clareza e os possíveis prejuízos à manifestação livre do consentimento. "A aceitação dos termos deve ser isenta de mecanismos exploratórios", afirmou o regulador.

A TfH argumenta que os dados da íris são criptografados e armazenados com segurança, utilizando blockchain e técnicas avançadas de anonimização. Mais de 400 mil brasileiros já aderiram ao projeto, mas a ANPD apontou falhas na coleta, como o não pedido de documentos em alguns estandes, expondo possíveis menores de idade.

A empresa tem cinco dias para interromper as práticas e dez dias para recorrer.

MORTE DIGNA

A complexa arte de cuidar nos momentos finais

A morte digna e os cuidados paliativos estão ganhando destaque no Brasil de 2025, em meio ao avanço do envelhecimento populacional e aos desafios das famílias menores na terminalidade da vida.

Especialistas apontam que encarar a morte como parte da existência é essencial, especialmente em um contexto de altos custos médicos e tratamentos fúteis – aqueles que prolongam o sofrimento sem benefícios reais para o paciente. que prolongam o sofrimento.

Dados também revelam uma disparidade de gênero alarmante: homens, em muitos casos, abandonam parceiras doentes, expondo um despreparo cultural para a função de cuidador.

Para enfrentar esses desafios, especialistas recomendam as redes de apoio comunitárias, grupos de familiares, vizinhos e voluntários que dividem responsabilidades, oferecem suporte emocional e ajudam em tarefas práticas.

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CARREIRA

Executivos voltam a antigos empregadores em busca de novas oportunidades

Voltar a um antigo emprego tem se tornado uma estratégia comum entre executivos que buscam alavancar suas carreiras. A familiaridade com a cultura organizacional e as conexões já estabelecidas facilitam o retorno, permitindo uma rápida adaptação e resultados mais ágeis, segundo especialistas em recursos humanos.

Ricardo Pinheiro, atualmente vice-presidente de operações da CVC Corp, é um exemplo disso. Após deixar a empresa em 2020, ele adquiriu experiências em outra organização antes de ser convidado a retornar em 2023, já assumindo um cargo estratégico. “Ter saído me trouxe uma nova perspectiva, e voltar foi um reconhecimento do legado que deixei,” afirma.

Juliana Mendes, diretora de tecnologia da Accenture Brasil, também passou por essa jornada. Após quase 20 anos na empresa, saiu para um desafio no setor de saúde, mas retornou em 2024 com bagagem e insights renovados. “É essencial estar aberto às mudanças culturais e aplicar os aprendizados adquiridos fora,” destaca.

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