Terça, 27 de agosto.

Não são tempos fáceis para os chocólatras: a alta do cacau deve encarecer os chocolates. Este editor aqui, que já passava aperto por ser fã de azeite, está desolado. Por favor, não mexam no preço do macarrão e do sorvete.

Nesta edição: bullying nas escolas, como o tempo de tela interfere na criatividade, começa o US Open, bolsa bate recorde. Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min57s

FACES DA VIOLÊNCIA

Precisamos falar sobre bullying

A recente tragédia envolvendo um estudante de 14 anos no Colégio Bandeirantes, em São Paulo, reacendeu o debate sobre bullying e seus desdobramentos.

A Unesco alerta que 1 a cada 3 crianças sofre dessa violência, seja ela física, verbal ou digital. Depressão e evasão escolar estão entre as consequências.

Outros países têm tomado medidas significativas:

No Japão, onde 21,9% dos alunos já foram vítimas, as escolas implementaram programas de conscientização que incluem tanto professores quanto pais.

Em Hong Kong, onde 32,3% dos alunos relatando agressões, iniciativas focadas na mediação de conflitos e no apoio psicológico têm sido adotadas.

A Finlândia implementou um programa que se destaca por abordar o papel crucial dos observadores — aqueles que muitas vezes legitimam o assédio. Ele foca em mudar a dinâmica da sala de aula, ensinando aos alunos como apoiar colegas vulneráveis e desestimular o bullying.

Com essa abordagem, a Finlândia conseguiu eliminar 79,4% das situações de bullying em escolas que adotaram o programa.

O Brasil não tem uma política unificada para combater o bullying e a violência nas escolas, mas isso pode mudar com o projeto de lei 1.482/2023, atualmente em discussão no Senado. Ele visa capacitar professores e funcionários, criar espaços de diálogo e realizar campanhas de conscientização para tornar o ambiente escolar mais seguro e acolhedor.

Essa iniciativa surge em um contexto alarmante: entre 2002 e 2023, o Brasil registrou 36 ataques a escolas, resultando em 164 vítimas, das quais 49 perderam a vida. É importante ressaltar que esses ataques são frequentemente motivados por ressentimentos, fracassos pessoais, ideologias extremistas ou bullying.

Mesmo sem uma lei, segue sendo essencial apoiar e proteger os estudantes. Pais, escolas e a comunidade devem ficar atentos a mudanças comportamentais e promover uma cultura de paz que melhore a qualidade do ambiente educacional.

SAÚDE

Incidência de câncer colorretal aumenta em pessoas com menos de 40 anos

Um novo relatório da Sociedade Americana do Câncer revelou uma tendência preocupante: o aumento dos casos de câncer colorretal entre pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos, enquanto a incidência diminui em maiores de 65.

Os diagnósticos precoces cresceram cerca de 2% ao ano desde os anos 90, tornando-se a principal causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres abaixo de 50 nos EUA. No Brasil, o câncer colorretal (também chamado de câncer do intestino) deve acometer quase 46 mil pessoas até 2025, de acordo com as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Especialistas ainda buscam entender as causas desse aumento global. Fatores como dieta rica em carnes vermelhas, alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas, consumo excessivo de álcool, tabagismo e sedentarismo estão ligados ao risco. Além disso, mutações genéticas e desequilíbrios no microbioma intestinal podem desempenhar um papel crucial.

A detecção precoce é fundamental. Sintomas como dor abdominal inexplicada, alterações nas fezes e sangramento retal não devem ser ignorados.

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ÓCIO CRIATIVO

O tempo de tela ajuda ou atrapalha na criatividade?

Sabe-se que deixar a mente vaguear, garantindo um tempo desfocado, é essencial para a criatividade. Mas não é isso que fazemos quando navegamos distraídos pelas redes sociais? Então, ficar à toa online é bom para o processo criativo?

Não é bem assim. Especialistas esclarecem que a chave para ser produtivo e criativo é equilibrar foco e desfoco. Enquanto o foco excessivo pode drenar a energia e limitar nossa visão de novas conexões, o desfoco – ou seja, aquele momento em que permitimos que a mente vagueie – é fundamental para recarregar as energias criativas.

Mas cuidado: a distração excessiva, especialmente nas redes sociais, pode ser um indicativo de falta de motivação. Embora a distração faça parte do processo criativo, ela precisa ser bem gerenciada para não se transformar em um ruído constante que atrapalha o fluxo de ideias.

A dica é usar as ferramentas digitais para inspiração e organização, mas reservando tempo para o "desfoco" construtivo: jardinagem, jogar conversa fora, contemplar, sair para dar uma volta…

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