Sexta, 28 de fevereiro.

Quando pensamos em narcisistas, nossa mente geralmente evoca imagens de pessoas arrogantes, egocêntricas e manipuladoras. Mas o que aconteceria se olhássemos para além do comportamento superficial e enxergássemos um ciclo doloroso de exclusão e defesa? Leia nesta edição.

E mais: retiros íntimos ganham espaço no mercado de bem-estar, a tendência de decoração Dopamine Decor, livros curtos que dizem muito para quem quer aproveitar o carnaval para botar a leitura em dia. Sextou com o Zat!

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AUTOCONHECIMENTO

Narcisismo cria armadilha social e alimenta ciclo de isolamento, revela pesquisa

Pessoas com traços narcisistas podem aparentar confiança, mas, na verdade, estão mais propensas a se sentirem excluídas e a vivenciarem o que os cientistas chamam de "dor social". Essa é a conclusão de um novo estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology, que analisou dados de mais de 72 mil pessoas em cinco países, incluindo Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

Os resultados identificaram um ciclo autoperpetuante: narcisistas tendem a interpretar sinais sociais como negativos mesmo quando não são, mas também são efetivamente mais excluídos de grupos devido à sua personalidade dominante. Essa exclusão intensifica seus traços narcisistas ao longo do tempo.

Especialistas em psicologia confirmam que narcisistas são "hipersensíveis" à exclusão e frequentemente "paranoicos de que outros lhes querem mal", devido à necessidade constante de defender sua autoimagem grandiosa, porém frágil.

Os dados indicam que mesmo pequenos aumentos nos níveis de narcisismo podem elevar a agressividade e causar problemas de saúde mental. O narcisismo representa um fator de risco para consequências futuras na saúde mental, como depressão, ansiedade e suicídio.

O estudo sugere implicações importantes para gestão de conflitos em ambientes profissionais, no consultório terapêutico e nas interações sociais. “Abordar essas dinâmicas de forma estruturada pode ajudar a reduzir as consequências negativas da exclusão tanto para indivíduos narcisistas quanto para aqueles ao seu redor”, explica Christiane Büttner, principal autora do estudo.

TENDÊNCIA

Retiros íntimos ganham espaço no mercado de bem-estar

Uma nova tendência de turismo terapêutico está ganhando força no mercado global de bem-estar: retiros dedicados à saúde sexual e à intimidade nos relacionamentos.

De acordo com estudo citado pelo The New York Times, mesmo em relações duradouras, as pessoas conhecem apenas 60% das preferências sexuais do parceiro e 25% de suas aversões.

Os programas, que variam de US$ 930 a US$ 10.500, ocorrem em destinos como Costa Rica, Califórnia, Massachusetts, Joshua Tree e México. Incluem desde workshops até terapias corporais e exercícios práticos.

As atividades buscam que os participantes se sintam confortáveis com o corpo, despertem os sentidos, melhorem a comunicação sobre desejos e limites, curem traumas passados e desenvolvam conexões íntimas mais profundas.

DOPAMINE DECOR

Ambientes cheios de personalidade fazem contraponto ao minimalismo

A decoração de interiores tem presenciado o surgimento de uma tendência que contrapõe o minimalismo: o Dopamine Decor. O estilo faz referência à dopamina (neurotransmissor associado ao prazer e bem-estar) e propõe ambientes vibrantes.

Caracterizado por cores intensas, formatos orgânicos e elementos assimétricos, o Dopamine Decor se alinha a outros estilos como o maximalismo e o "danish pastel", privilegiando objetos que expressam personalidade e alegria.

Especialistas recomendam começar a implementação do estilo por itens menores como almofadas, abajures coloridos e quadros decorativos. A escolha da paleta de cores é fundamental, com combinações vibrantes que incluem rosa, amarelo, verde e azul, sempre em harmonia entre si.

A tendência valoriza também a diversidade de texturas e a criação de composições que reflitam a personalidade dos moradores, podendo incorporar objetos colecionáveis, referências a hobbies ou itens produzidos artesanalmente.

Para implementar o estilo sem grandes investimentos, é possível ressignificar peças existentes, como adicionar mantas coloridas a sofás neutros ou reformar molduras antigas, transformando gradualmente a casa em um ambiente estimulante e acolhedor.

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PARA LER NO CARNAVAL

Livros finos que dizem muito

Nem todo mundo quer folia no Carnaval. Para quem prefere aproveitar o feriado longe do agito, nada melhor do que uma boa leitura. Selecionamos cinco livros que cabem perfeitamente no seu descanso e que são curtos: dá para voltar do feriado com o livro lido!

O Livro das Semelhanças, de Ana Martins Marques – Poesia delicada, inteligente e surpreendente, explorando as conexões entre as coisas.

O Mal-Estar na Civilização, de Sigmund Freud – Um clássico da psicanálise que discute os conflitos entre desejo e normas sociais.

Monique se Liberta, de Édouard Louis – O jovem festejado autor francês faz um retrato emocionante de uma mulher em busca de autonomia.

Canção pra Ninar Menino Grande, de Conceição Evaristo – Contos que misturam memória, resistência e afeto.

As Melhores Crônicas, de Fernando Sabino – Leveza e ironia em textos que capturam o cotidiano.

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