Segunda, 28 de abril.

No mundo corporativo, dar feedback direto para um líder nem sempre é fácil — e, muitas vezes, sinais importantes ficam escondidos em sugestões sutis ou mudanças de comportamento. Porém, líderes atentos podem reconhecer esses sinais e criar um ambiente onde a verdade aparece de forma natural. Confira nesta edição.

E mais: por que os ministérios perderam valor para os partidos políticos, favelas de São Paulo têm alta densidade populacional e esgoto como maior desafio, bonecos reborn viram tendência e conquistam adultos. Começando a semana com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min42s

POLÍTICA EM TRANSFORMAÇÃO

Por que os ministérios perderam valor para os partidos políticos

A recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) em assumir o Ministério das Comunicações evidenciou uma mudança profunda nas engrenagens do poder em Brasília. Ao longo da última década, o chamado “presidencialismo de coalizão” — baseado na troca de cargos por apoio — vem sendo desmontado, abrindo espaço para um novo modelo, centrado no controle direto do Orçamento.

Hoje, cada parlamentar tem acesso a R$ 37 milhões em emendas impositivas, podendo transferir verbas diretamente a estados e municípios sem depender da liberação por ministérios. Com isso, muitos ministérios, especialmente os com baixa capacidade de entrega, deixaram de ser atrativos.

Ao mesmo tempo, o fortalecimento do Centrão, a criação das emendas Pix e a crescente fragmentação partidária no Congresso reduziram a relevância institucional dos ministérios. Cargos que antes eram disputados por líderes partidários agora são recusados, como mostra o caso do União Brasil no Maranhão.

No novo cenário, o poder real está nas emendas, e não mais nas pastas. A visibilidade nas redes sociais e o capital político associado à distribuição de recursos ganham espaço sobre a atuação executiva tradicional. O governo, por sua vez, perde margem de manobra e depende de negociações pontuais para garantir apoio legislativo.

1,7 MILHÃO DE PESSOAS

Favelas de São Paulo têm densidade cinco vezes maior e esgoto como maior desafio

As favelas paulistanas abrigam 1,7 milhão de pessoas em apenas 4% da área da cidade, com densidade demográfica 5,3 vezes superior à do restante do município, de acordo com o censo. Em locais como Paraisópolis e Castelinho, a concentração ultrapassa 70 mil habitantes por km².

A maior parte da população é jovem, parda e composta majoritariamente por mulheres.

Apesar de avanços na infraestrutura, o esgoto segue como o principal gargalo: cerca de 386 mil pessoas vivem em favelas com sistema inadequado. Muitas vezes, os resíduos são despejados em rios ou valas, afetando a saúde pública. O abastecimento de água alcança 97% das moradias, mas problemas como baixa pressão e improvisações persistem.

BEBÊS REALISTAS

Bonecos reborn viram tendência e conquistam adultos

Os bebês reborn — bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos — estão em alta, impulsionando um mercado que mistura arte, afeto e negócios. As peças, que podem custar até R$ 12 mil no Brasil, ganharam ainda mais visibilidade depois que o padre Fábio de Melo “adotou” um reborn durante viagem aos EUA, chamando atenção para o universo que vem encantando não só crianças, mas adultos.​

Alguns modelos são adaptados para tomar mamadeira, fazer xixi e cocô — confira neste vídeo uma rotina com um “bebê” assim.

Influenciadoras como Elaine Alves, a Nane Reborns, exibem suas coleções nas redes sociais e em encontros presenciais com fãs de reborns, consolidando a tendência. Em lojas como a Minha Infância (Belo Horizonte) e Alana Babys (Campinas), o conceito vai além da venda: encenações de partos e maternidades cenográficas agradam clientes.

Não faltam aqueles que torcem o nariz para a comunidade reborn. A psicóloga Magda Tartarotti compara a relação com os bebês reborn à do personagem de Tom Hanks com a bola Wilson no filme Náufrago: ambos funcionam como recursos emocionais contra a solidão. Ela alerta que só há problema se o colecionador perde a noção da realidade, usando o brinquedo para fugir das emoções e dos desafios da vida real.

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Como líderes podem descobrir o "feedback oculto" da equipe

Dar um feedback direto a um chefe nem sempre é fácil. Por isso, líderes atentos precisam aprender a reconhecer sinais de alerta sutis para identificar problemas antes que se agravem.

O "feedback oculto" pode aparecer em perguntas repetitivas sobre detalhes pequenos, aumento incomum do envolvimento em decisões táticas ou até quedas inesperadas na participação da equipe. Esses padrões sinalizam preocupações não verbalizadas que, se ignoradas, podem explodir mais adiante.

Para acessar essas percepções, líderes devem tornar seguro para os outros falarem a verdade. Normalizar o pedido de feedback como parte do desenvolvimento pessoal, fazer perguntas abertas e, se necessário, reformular o pedido como um pedido de orientação estratégica pode ajudar.

Dar espaço para a pessoa se expressar, puxar o fio de conversas iniciais e confirmar a compreensão antes de reagir. E, depois de receber o feedback, é fundamental reconhecer o esforço de quem compartilhou — reforçando um ambiente de confiança para novos diálogos.

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