Quinta, 28 de agosto.

Um ranking inusitado da The Economist mede o poder de compra global em Big Macs. Segundo o McWages Index, um trabalhador médio nos EUA pode adquirir 13.601 sanduíches por ano; já por hora, a Dinamarca lidera, com 8,5. Confira nesta edição.

E mais: PF foca em associados e mira estrutura paralela do PCC, como mensagens e áudios podem ser recuperados pela polícia, conversa sobre fantasias sexuais pode transformar a intimidade do casal. Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min51s

PODER DE COMPRA

Quanto vale um salário? O índice que mede renda em Big Macs expõe desigualdades globais

Um ranking elaborado pela The Economist mostra, de forma inusitada, como o poder de compra varia entre países ricos: ele mede quantos Big Macs um trabalhador médio pode comprar com seu salário anual ou por hora trabalhada. Batizado de McWages Index, o indicador usa o hambúrguer mais famoso do mundo como régua para comparar renda, custo de vida e jornada de trabalho.

Nos dados de 2024, os Estados Unidos lideram em termos anuais: um trabalhador americano pode comprar 13.601 Big Macs com sua remuneração antes de impostos. Em seguida vêm Suíça (11.826) e Dinamarca (11.492). No entanto, considerando o rendimento por hora trabalhada, a Dinamarca assume o topo, com 8,5 Big Macs/hora, seguida por Suíça (7,7) e EUA (7,6).

O índice, que considera dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), também revela que o aumento do preço do Big Mac superou o crescimento dos salários em países como Alemanha, Irlanda e Reino Unido, provocando perda relativa de poder de compra.

Outro destaque foi o recorte de gênero: homens conseguem, em média, meio Big Mac a mais por hora do que mulheres nos países analisados. A maior disparidade proporcional ocorre na Coreia do Sul (25% a mais). A Bélgica foi a única onde mulheres superam homens no índice, com vantagem de 0,27 Big Macs/hora.

O McWages não mede riqueza total, mas ilustra, em termos simples, o alcance real dos salários ao redor do mundo.

FINANÇAS CRIMINAIS

PF foca em associados e mira estrutura paralela do PCC

A Polícia Federal e o Ministério Público intensificaram investigações contra os chamados "associados do PCC" – grupo de profissionais como advogados, contadores, empresários e operadores financeiros, sem vínculo formal com o Primeiro Comando da Capital, mas fundamentais para o funcionamento da facção.

Segundo a PF, esses colaboradores ajudam na lavagem de dinheiro, compra de imóveis, uso de criptomoedas, e operam empresas de fachada, além de oferecer apoio logístico ao tráfico internacional de drogas, principalmente para a Europa e África. A movimentação mensal da facção chega a uma tonelada de cocaína.

Operações como Hydra, Fim da Linha, Mafiusi e Narco Vela resultaram na prisão de dezenas de suspeitos e no sequestro de bens. Investigadores apontam que, para conter o avanço do grupo, é preciso sufocar sua rede financeira sofisticada, que hoje depende da expertise de profissionais fora da estrutura tradicional do crime.

DADOS ACESSADOS

Como mensagens e áudios podem ser recuperados pela polícia?

A apreensão do celular de Jair Bolsonaro revelou mensagens e áudios trocados com o filho Eduardo e o pastor Silas Malafaia. Isso levantou dúvidas: se o WhatsApp tem criptografia de ponta a ponta, como esse conteúdo foi acessado?

A resposta está na diferença entre a criptografia durante a transmissão e o armazenamento local. De fato, enquanto uma mensagem trafega pela internet, ninguém pode acessá-la — nem a Meta, dona do WhatsApp. Porém, uma vez recebida, a mensagem fica armazenada no aparelho, e nem sempre esse armazenamento é criptografado de forma robusta.

No caso de conversas e arquivos apagados, ainda é possível recuperá-los, pois nem sempre esses dados sempre desaparecem de imediato do aparelho. Muitas vezes, ficam na “lixeira” do sistema por até 30 dias, e podem ser restaurados. Além disso, softwares de perícia conseguem reconstruir dados apagados ao identificar fragmentos ainda presentes na memória do celular, como se colassem partes de um papel rasgado.

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VIDA A DOIS

Conversa sobre fantasias sexuais pode transformar a intimidade do casal

Um leitor do The Washington Post relatou ter ficado abalado após sua esposa revelar uma fantasia sexual envolvendo vários homens ao mesmo tempo. A resposta do terapeuta Joshua Coleman aponta que esse tipo de revelação, em vez de ser motivo de afastamento, pode abrir caminho para mais intimidade do casal.

Segundo Coleman, as fantasias sexuais não devem ser interpretadas como planos de ação. Elas funcionam como um espaço da imaginação onde desejos, medos e inseguranças se misturam. Muitas vezes, não significam insatisfação com o parceiro, mas sim uma forma de lidar com questões internas, como autoestima, desejo de ser desejado ou necessidade de abrir mão do controle.

Pesquisas citadas pelo terapeuta mostram que fantasias femininas frequentemente envolvem temas como poder, romance, tabu e curiosidade. “Sexo raramente é sobre sexo”, lembra o psicanalista Michael Bader, “e sim sobre transformações emocionais mais profundas”.

Para Coleman, ouvir fantasias do parceiro pode ser encarado como um sinal de confiança. Mesmo que não se queira realizá-las, falar sobre elas fortalece a conexão e abre espaço para novas formas de intimidade, seja por meio de conversas, imaginação compartilhada ou pequenas explorações consensuais.

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