Terça, 29 de abril.

O Brasil avançou ao universalizar o acesso à escola, mas enfrenta o grande desafio de melhorar a qualidade do ensino. O aumento da escolaridade contribuiu para reduzir a informalidade e elevar a renda média, mas o desempenho dos estudantes brasileiros ainda é baixo em avaliações internacionais. Confira nesta edição.

E mais: máfias recrutam no TikTok e se aliam ao PCC para expandir o tráfico de drogas, a explosão de cirurgias plásticas na China, 8 estratégias para manter o foco. Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min53s

ENSINO E RENDA

Como a educação impacta o desafio da renda média no Brasil

O Brasil avançou no acesso à escola, mas ainda tropeça na qualidade da educação. Apesar do aumento da escolaridade — com 21,9% dos trabalhadores tendo concluído o ensino superior em 2024 — o aprendizado segue muito abaixo do esperado. Segundo um estudo da FGV, se o País conseguir elevar o nível de habilidades dos estudantes, o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer até 28%.

O atraso brasileiro fica evidente ao comparar trajetórias internacionais. Na década de 1950, Coreia do Sul focou no ensino primário e, em apenas dez anos, saltou de 40% para 90% de crianças matriculadas, abrindo caminho para seu crescimento econômico. Já o Brasil universalizou o ensino apenas no fim do século 20, e enfrenta hoje a necessidade de acelerar o ritmo para não ficar preso na chamada "segunda liga" das nações.

Além de garantir o acesso à escola, o desafio agora é assegurar que os alunos realmente aprendam. O Pisa 2022 — avaliação internacional que mede o desempenho de estudantes de 15 anos em leitura, matemática e ciências — mostrou que o Brasil ficou em 52º lugar em leitura, 65º em matemática e 61º em ciências, entre 81 países.

Para mudar esse cenário, especialistas defendem reforçar a formação de professores, expandir o ensino em tempo integral e atualizar o currículo escolar. A proposta é alinhar a educação às exigências da nova economia, desenvolvendo competências analíticas, capacidade de resolver problemas e incentivando projetos de vida, que ajudam o jovem a planejar seu futuro pessoal e profissional.

Sem essa virada, o país corre o risco de continuar com alta informalidade e baixa produtividade. Melhorar a educação, afirmam os pesquisadores, é o único caminho seguro para o crescimento sustentável e a verdadeira inclusão social.

CRIME ORGANIZADO

Máfias recrutam no TikTok e se aliam ao PCC para expandir o tráfico de drogas

O general Michele Carbone, chefe da Direção de Investigação Antimáfia (DIA) da Itália, alertou para a crescente ameaça do crime organizado no cenário digital. Em entrevista ao Estadão, ele revelou como grupos mafiosos, como a 'Ndrangheta, têm utilizado plataformas como o TikTok para recrutar jovens, criando novas oportunidades para expandir suas operações ilícitas.

A digitalização financeira, especialmente com o uso de criptomoedas e sistemas descentralizados, tem sido uma ferramenta poderosa para a lavagem de dinheiro, dificultando o trabalho das autoridades. A 'Ndrangheta, em aliança com o PCC (Primeiro Comando da Capital), intensificou o tráfico transatlântico de drogas, principalmente da América Latina para a Europa, através de canais digitais, como plataformas de blockchain.

Carbone ressaltou a importância de uma resposta internacional coordenada para enfrentar essa ameaça crescente. Ele também destacou a necessidade de vigilância das gerações mais jovens, com foco na prevenção e conscientização.

ESTÉTICA

A explosão de cirurgias plásticas na China

Abby Wu, uma influenciadora e pioneira na cirurgia plástica na China, passou por mais de 100 operações desde os 14 anos, quando se submeteu à sua primeira lipoaspiração.

Aos 35 anos, ela não se arrepende das mudanças, que custaram cerca de 2,9 milhões de reais. Abby se tornou uma das figuras mais conhecidas na explosão de cirurgias estéticas no país, que, nas últimas duas décadas, teve um crescimento impulsionado por redes sociais e padrões de beleza elevados.

Atualmente, mais de 20 milhões de chineses se submetem a procedimentos estéticos anualmente, com mulheres jovens sendo as maiores consumidoras. A busca por um rosto perfeito, inspirado em padrões ocidentais, K-pop e até anime, leva muitos a se submeterem a cirurgias complexas, como a redução do maxilar e modificações nos olhos.

Clínicas de estética estão se expandindo no país para atender à crescente demanda, mas há uma escassez de profissionais qualificados e muitas operam sem licença. Como resultado, crescem os casos de pessoas buscando reparos para cirurgias malsucedidas.

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BEM ESTAR

Dificuldade de concentração: 8 estratégias para manter o foco

Embora possa surgir em diferentes idades, a falta de concentração pode se tornar mais desafiadora a partir dos 50 anos ou na perimenopausa feminina. Para lidar melhor com essa dificuldade, especialistas recomendam:

• Prepare o ambiente. Trabalhe em locais organizados, silenciosos e bem iluminados para evitar distrações.

• Elimine distrações. Silencie celulares, desligue a TV e use sons neutros para manter a mente focada.

• Evite multitarefas. Concentre-se em uma atividade por vez, estabelecendo pequenas metas para reduzir o estresse.

• Faça pausas programadas. Breves intervalos ajudam a recarregar a energia mental sem gerar esgotamento.

• Movimente-se. Atividades físicas simples, como subir escadas, melhoram a circulação e o foco.

• Treine sua mente. Práticas como meditação e novos aprendizados mantêm o cérebro ativo.

• Alimente-se bem. Dietas ricas em vegetais beneficiam a saúde cerebral e a concentração.

• Recompense suas conquistas. Celebrar pequenas vitórias motiva o cérebro e reforça o hábito de foco.

Cuidar da concentração é um investimento diário. Pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer toda a diferença em qualquer fase da vida.

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