Quinta, 30 de janeiro.

Análises recentes mostram que os medicamentos análogos do GLP-1, grupo que inclui o famoso Ozempic, além de controlarem diabetes e obesidade, têm impactos inesperados no cérebro e podem até reduzir o risco de doenças como Alzheimer e vícios. Confira nesta edição.

E mais: 38 mil brasileiros estão sob ordem de deportação nos EUA, internações psiquiátricas forçadas silenciam críticos do governo chinês, OpenAI acusa DeepSeek de usar ilegalmente dados do ChatGPT. Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min52s

IMIGRANTES NOS EUA

Quase 1,5 milhão estão sob ordem de deportação nos EUA

Nos Estados Unidos, cerca de 1,5 milhão de imigrantes têm uma sentença de deportação, e pelo menos 38 mil são brasileiros. Esses números, de novembro de 2024, foram revelados por um documento do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas). O levantamento abrange imigrantes que não estão presos e cujos casos já foram analisados pela Justiça americana.

Esses imigrantes violaram as leis de imigração dos EUA e têm uma ordem formal de deportação, embora ainda possam recorrer a opções como a solicitação de asilo ou proteção pela Convenção Contra a Tortura, o que pode impedir sua expulsão imediata.

De acordo com dados do Pew Research Center, o número de imigrantes em situação irregular nos EUA é de cerca de 11 milhões, com uma crescente migração de brasileiros. O Itamaraty estima que existam 2 milhões de brasileiros no país, mas sem especificar o status legal.

No ano passado, 1.859 brasileiros foram deportados, mas muitos ainda têm a possibilidade de retorno. A situação ficou em evidência recentemente, quando 88 brasileiros deportados chegaram a Manaus, e relatos de maus-tratos durante a deportação geraram discussões sobre a necessidade de ajustes nos acordos de deportação entre os países.

Além disso, o ICE enfrenta dificuldades operacionais e falta de cooperação de alguns países para realizar as deportações em larga escala, algo que, segundo especialistas, teria grandes custos econômicos.

DIAGNÓSTICOS QUESTIONÁVEIS

Internações psiquiátricas forçadas silenciam críticos do governo na China

Na China, hospitais psiquiátricos têm sido usados como ferramenta para silenciar críticos do governo. Zhang Junjie, aos 17 anos, foi internado após protestar contra regras governamentais na universidade onde estuda. Ele é um dos 59 casos confirmados pela BBC de dissidentes hospitalizados involuntariamente.

Junjie relata agressões, contenções e a administração forçada de medicamentos. Sua história começou em 2022, durante protestos contra lockdowns da COVID-19, e inclui internações subsequentes após atos simbólicos, como soltar fogos de artifício no Ano Novo Chinês. Sob vigilância policial constante, ele fugiu para a Nova Zelândia.

A Lei de Saúde Mental da China, de 2013, buscava impedir abusos, mas ativistas afirmam que a prática persiste. Internações são frequentemente justificadas com diagnósticos questionáveis e associadas a tratamentos como eletroconvulsoterapia, muitas vezes realizados sem anestesia ou consentimento.

Para Thomas G. Schulze, da Associação Mundial de Psiquiatria, esses casos refletem "abuso político". Tentativas de buscar justiça são raras, devido à repressão estatal. 

PRÓS E CONTRAS

Estudo revela benefícios e riscos do Ozempic e similares

Pesquisa publicada na Nature Medicine se baseou em dados de mais de 2 milhões de pacientes para criar o mais extenso levantamento sobre os efeitos dos análogos do GLP-1, classe de medicamentos como o famoso Ozempic.

Os resultados apontaram que essas medicações reduzem o risco de 42 condições médicas e aumentam o risco de 19. Entre os benefícios, além da proteção cardiovascular já conhecida, o estudo destacou impactos positivos no cérebro, como menor risco de Alzheimer, redução do uso problemático de substâncias e até uma possível proteção contra ideação suicida.

Por outro lado, os pesquisadores identificaram um aumento no risco de pancreatite aguda e problemas nas articulações. Eles ressaltam que, apesar dos benefícios, o acompanhamento médico é essencial para avaliar riscos individuais.

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Rastrear filho: cuidado ou invasão?

Recentemente, o caso de uma mãe que colocou um rastreador de mala no cabelo da filha durante um passeio escolar reacendeu debates sobre segurança e controle na criação de crianças.

No Brasil, onde 80% dos pais consideram essencial saber o paradeiro dos filhos, iniciativas como roupas com QR Codes ajudam a localizar crianças em caso de perda. Contudo, especialistas alertam: o excesso de vigilância pode prejudicar o desenvolvimento emocional e a autonomia dos pequenos, impactando a autoestima e gerando ansiedade.

O desafio dos pais é equilibrar proteção e liberdade. No fim, o rastreador pode revelar mais sobre o medo dos adultos do que sobre as crianças. A chave é transformar essa ansiedade em diálogo de qualidade e confiança, permitindo que os filhos explorem o mundo com segurança e liberdade.

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