Quarta, 30 de julho.

Criança fofa rende curtida… Mas e quando a infância vira conteúdo? De vídeos de dancinha a unboxings ensaiados, a exposição de crianças nas redes virou negócio. Por trás dos likes, surgem debates importantes: quem protege os pequenos? E como equilibrar memória afetiva e direito à privacidade num mundo onde tudo pode viralizar?

E mais: cresce o chemsex, prática que associa drogas e sexo e preocupa especialistas, a origem da gagueira ganha novas pistas, a estratégia de Harvard para aumentar sua influência em conversas do dia a dia. Vamos nessa!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min57s

SAÚDE PÚBLICA

Cresce o chemsex, prática que associa drogas e sexo e preocupa especialistas

O uso de drogas em contextos sexuais não é novidade, mas vem ganhando força sob um novo nome: chemsex, abreviação de chemical sex. A prática, que combina substâncias psicoativas com o sexo, preocupa profissionais da saúde por envolver prazer, riscos físicos e psíquicos, pouca informação e quase nenhuma estratégia de redução de danos.

Dados recentes ajudam a dimensionar o fenômeno. Uma metanálise internacional indica prevalência global de 12,66% do chemsex, e um estudo brasileiro aponta que 19,42% dos homens homoafetivos já vivenciaram a prática. Entre as substâncias mais usadas estão metanfetamina, GHB, poppers e ecstasy — drogas que, ao intensificar o prazer e reduzir a inibição, também aumentam a exposição a infecções sexualmente transmissíveis, overdose e danos mentais e físicos.

Além disso, o efeito “ressaca” pode incluir paranoia, depressão, ansiedade e insônia. O uso contínuo pode levar à dependência e ao chamado desequilíbrio hedônico: quando só a droga é capaz de provocar prazer.

Para os especialistas, o foco deve ser a redução de danos: acesso à informação, estratégias de prevenção e ajuda profissional qualificada. “Não se trata de julgamento moral, mas de garantir segurança, autonomia e saúde”, afirma Marina Del Rei, pesquisadora da USP.

OVERSHARENTING

Pais são criticados por expor filhos em busca de engajamento nas redes

Vídeos de crianças em crises de choro ou desafios desconfortáveis têm gerado debates sobre os limites da exposição infantil nas redes sociais. Em um dos casos mais polêmicos, uma mãe obrigou a filha a tomar litros de suco em frente às câmeras como forma de punição — o vídeo viralizou, mas também levantou acusações de abuso psicológico.

Essa prática tem nome: oversharenting — a superexposição digital de filhos, muitas vezes transformada em conteúdo monetizado. Especialistas alertam que isso pode afetar a saúde mental, autoestima e privacidade das crianças. Em casos com retorno financeiro, como campanhas publicitárias, há ainda implicações legais.

Influenciadoras como Virgínia Fonseca defendem a prática, dizendo que os filhos apenas seguirão sua rotina digital. Já outras, como Maya Eigenmann, decidiram ocultar totalmente a identidade dos filhos, por segurança.

Para especialistas, é possível retratar a infância online com responsabilidade, evitando conteúdos íntimos, comerciais ou vexatórios. Há projetos de lei em discussão e apelos por regulamentação mais rigorosa. Enquanto isso, redes sociais como TikTok e Instagram afirmam ter políticas para proteger crianças, mas muitos usuários questionam sua efetividade diante da crescente monetização da infância.

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Quer ser mais influente nas conversas? Harvard diz que 30 segundos bastam

Mesmo quando se trata de um bate-papo casual, vale a pena tirar meio minuto para se preparar mentalmente: pense no que quer dizer, no que deseja perguntar ou no objetivo da conversa. Segundo a professora de Harvard Alison Wood Brooks, essa rápida preparação aumenta sua presença, escuta e clareza — e te torna uma companhia mais marcante.

Seja no almoço com colegas ou numa ligação para a mãe, pensar antes de iniciar a interação pode melhorar a conexão e fazer a conversa fluir. Isso porque, uma vez que o papo começa, o cérebro já está ocupado interpretando, escutando e formulando respostas.

Brooks, que lançou o livro Talk: The Science of Conversation and the Art of Being Ourselves, afirma que boas conversas se constroem com prática. E um dos exercícios mais eficazes é se concentrar mais no outro do que em si mesmo.

Uma dica valiosa? Em vez de puxar o assunto para você, diga: “Me conte mais”. Essa simples frase demonstra atenção e abre espaço para o outro — e é assim que se cria conexão de verdade.

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