Segunda, 30 de dezembro.

O Brasil lidera a América Latina em carga tributária: 33,3% do PIB, bem acima da média regional de 21,5%. Apesar de reduzir desigualdades mais que outros países latinos, nosso retorno social ainda deixa a desejar, com IDH abaixo da média dos 30 países com maior carga. Confira nesta edição.

E mais: excesso de visitantes provoca restrições em destinos turísticos, remover carbono do ar é a nova corrida do ouro climático, quatro passos para se destacar ao procurar o emprego que você quer. Vem conferir a última segunda de 2024 com o Zat!

🕑 Tempo de leitura da edição: 5min57s

CARGA TRIBUTÁRIA

Brasil lidera ranking de impostos na América Latina, mas falha em benefícios sociais

O Brasil mantém a maior carga tributária da América Latina, alcançando 33,3% do PIB (Produto Interno Bruto), revela estudo recente de organismos multilaterais. O percentual não apenas supera consideravelmente a média regional de 21,5%, como também se aproxima dos 34% registrados na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), clube das nações desenvolvidas.

A pesquisa indica que o país apresenta índices superiores à média latino-americana em todas as bases tributárias, com destaque para a taxação de bens e serviços, que representa 13,7% do PIB, enquanto as médias regional e da OCDE ficam entre 10% e 11%.

De acordo com o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o Brasil ocupa a última posição no índice de retorno de bem-estar social entre os 30 países com maior carga tributária. Pedro Paulo Bastos, professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ressalta que o sistema tributário brasileiro reduz a desigualdade em 16,4%, percentual inferior aos 23% observados nos países da OCDE.

Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela ainda uma disparidade significativa: cerca de 15 mil pessoas entre os 0,01% mais ricos pagam a mesma alíquota efetiva de imposto (13%) que um assalariado com renda mensal de R$ 6.000.

TURISMO GLOBAL

Excesso de visitantes provoca restrições em destinos turísticos

O turismo internacional se aproxima do recorde pré-pandemia de 1,465 bilhão de chegadas, com movimento de US$ 3,4 trilhões em 2024, equivalente a 3% do PIB global, segundo a UN Tourism (órgão da ONU para turismo).

O crescimento, porém, enfrenta resistência pelo overtourism (excesso de turistas). Veneza, que recebeu 12,6 milhões de visitantes em 2023 - mais que o dobro do Brasil - implementará taxa de 10 euros por dia em 2025.

Outras cidades adotam medidas similares: Nova York, Barcelona e Amsterdã restringem locações via Airbnb; Roma limitará acesso à Fontana de Trevi a 400 pessoas; Seul restringiu horários de visitação ao distrito histórico de Bukchon.

O diretor da UN Tourism, Zurab Pololikashvili, destaca o impacto positivo na economia, mas crescem protestos contra superlotação e alta no custo de vida local.

DESAFIO DE BILHÕES

Remover carbono do ar: a nova corrida do ouro climático

Grandes investidores, como Bill Gates e Jeff Bezos, estão apostando em empresas que prometem remover dióxido de carbono do ar, em busca de lucro e um impacto ambiental positivo.

Desde 2018, mais de US$ 5 bilhões foram investidos em startups do setor, atraindo nomes como Microsoft e Google. Apesar do otimismo, a tecnologia ainda é cara e limitada: custa até US$ 1.000 por tonelada e, atualmente, atende apenas 4% da demanda.

A remoção de carbono, parte do campo emergente da geoengenharia, é vista como uma solução promissora para mitigar as mudanças climáticas. No entanto, especialistas, como o ex-vice-presidente Al Gore, alertam que confiar nessa tecnologia pode desviar o foco da prioridade essencial: reduzir o uso de combustíveis fósseis. Um painel da ONU também destacou que os riscos ambientais e sociais dessa abordagem ainda são desconhecidos.

Enquanto isso, governos, incluindo o dos EUA, incentivam o setor com créditos fiscais e subsídios. Mesmo com os desafios, investidores acreditam no crescimento da indústria, estimado em até US$ 1,2 trilhão até 2050. Para muitos, é uma oportunidade única de moldar o futuro — e colher grandes lucros.

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ESTRATÉGIAS CERTEIRAS

Quatro passos para conquistar o emprego que você quer

Cansado de vagas de emprego que não dão retorno? Estudos mostram que candidatos recomendados têm 15 vezes mais chances de serem contratados do que aqueles que aplicam via sites de vagas. Se conseguir o emprego dos seus sonhos está na sua lista de resoluções, confira quatro passos para se destacar:

1. Esteja sempre preparado. Mantenha currículo e LinkedIn atualizados, mesmo sem planos imediatos de mudar de emprego. Personalize sua candidatura mostrando como pode ajudar a empresa a alcançar suas metas, em vez de focar apenas no que você deseja. Use números concretos para destacar seus resultados.

2. Faça conexões estratégicas. Pesquise empresas-alvo e entre em contato com profissionais que compartilhem algo em comum com você, como mesma universidade ou interesses. Convide-os para um café e pergunte sobre a cultura da empresa. Relações genuínas podem abrir portas inesperadas.

3. Priorize relacionamentos, não networking superficial. Cultive sua rede continuamente. Mostre interesse pelas metas e desafios das pessoas e ofereça ajuda. Conexões autênticas geram oportunidades, mesmo que venham por meio de contatos indiretos, como amigos de amigos, e mesmo que não surjam imediatamente.

4. Explore vagas “ocultas”. Nem todas as oportunidades são divulgadas. Se quer uma abordagem direta, envie cartas de apresentação focadas em soluções para problemas específicos da empresa. Prove seu valor com ideias concretas e resultados mensuráveis.

Com dedicação e estratégia, o emprego dos seus sonhos pode estar mais perto do que você imagina!

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