Quinta, 31 de julho.

Você percebe quantas horas passa no celular por dia? Qual foi a última vez que checou esse dado no seu aparelho? O número pode assustar – e o corpo sente. Mais do que um hábito, o uso prolongado do celular virou parte da rotina de milhões de pessoas e pode afetar olhos, postura, sono, atenção e até o humor. Confira nesta edição.

E mais: luxo de segunda mão vira nicho lucrativo, como as redes sociais estão impulsionando a “recessão sexual” da Geração Z, mais da metade dos brasileiros não consegue fazer pausas no trabalho. Vem com a gente!

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MODA E CONSUMO

Luxo de segunda mão vira nicho lucrativo e ganha força online

Plataformas de revenda de artigos de luxo estão conquistando uma nova geração de consumidoras — e movimentando um mercado bilionário. Sites como ReSee, Sellier e The Hosta apostam em curadoria, autenticidade e atendimento personalizado para oferecer uma experiência distinta dos grandes marketplaces como eBay e Vestiaire Collective.

“É como trocar um galpão por os bastidores de um desfile”, resume a diretora de arte Domi Perek, cliente assídua de peças vintage de grifes como Céline e Jil Sander.

Fundada por ex-editoras da Vogue e Self Service, a francesa ReSee autentica cada item internamente e oferece atendimento premium, com comissão de 40% sobre peças prêt-à-porter. A plataforma diz operar no azul desde o início.

Já a britânica Sellier, focada em bolsas de alto padrão, cobra até 50% de comissão e atrai clientes dispostas a pagar pelo serviço completo: coleta, curadoria e venda. Em 2024, a empresa cresceu 40%, com faturamento acima de £20 milhões.

O setor global de revenda de luxo cresceu dois dígitos por ano desde 2020, atingindo US$ 204,7 bilhões em 2024. Enquanto empresas maiores enfrentam desafios com falsificações e margens apertadas, plataformas menores ganham espaço com propostas focadas em experiência e fidelização.

Com a alta nos preços do varejo tradicional e queda na qualidade, o vintage se consolida não só como alternativa mais acessível, mas também mais desejável.

RELACIONAMENTOS

Como as redes sociais estão impulsionando a “recessão sexual” da Geração Z 

Em seu livro The Second Coming: Sex and the Next Generation's Fight Over Its Future, a jornalista americana Carter Sherman entrevistou mais de 100 jovens para entender por que a Geração Z está fazendo menos sexo do que gerações anteriores. Apesar de muitos estarem “muito excitados”, fatores como isolamento, ansiedade, baixa autoestima e medo dificultam os encontros íntimos.

Segundo pesquisas recentes, o número de adolescentes sexualmente ativos vem caindo consideravelmente na última década. Redes sociais e smartphones contribuem para essa mudança ao aumentar a comparação com os outros, gerando insegurança corporal. A virtualização das relações também acelerou essa tendência, além do ambiente político, que, com debates intensos sobre inúmeras questões, adiciona mais pressão e confusão.

COMBINAÇÃO PERIGOSA

Ouvir mal e sentir-se só pode acelerar o declínio cognitivo

Um estudo recente, publicado no Communications Psychology, analisou dados de 33 mil pessoas com mais de 50 anos em 12 países europeus e concluiu: quem ouve mal e se sente sozinho tem maior risco de declínio cognitivo.

Ouvir estimula o cérebro constantemente. Quando esse estímulo diminui, o cérebro entra em sobrecarga para interpretar sons e perde capacidade de atenção e memória. “Ouvir mal dificulta a comunicação, o que pode levar ao isolamento, um dos grandes vilões da saúde cerebral”, explica a geriatra Mariana Jancis Unelo Rigolo.

A solidão subjetiva — o sentimento de estar só, mesmo cercado de gente — mostrou impacto ainda mais negativo que o isolamento real. “Falta de estímulo social e aumento do estresse prejudicam áreas cruciais da cognição”, alerta o geriatra Natan Chehter.

A boa notícia: corrigir a audição ajuda. O uso precoce de aparelhos auditivos reduz o risco de demência e melhora a qualidade de vida. Avaliações auditivas regulares e conexões sociais ativas são passos simples, mas poderosos, para manter a mente afiada.

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EQUILÍBRIO

O que acontece com seu corpo ao passar 8 horas no celular por dia

Segundo especialistas, longas jornadas com o smartphone podem causar cansaço visual, dor de cabeça, ansiedade, distúrbios do sono e má postura. O uso contínuo sobrecarrega os olhos — levando à chamada fadiga ocular digital — e compromete a produção de melatonina, prejudicando o sono. Já o tempo prolongado com a cabeça inclinada tensiona pescoço e ombros, podendo causar dor crônica e problemas de coluna.

Além disso, o hábito favorece o sedentarismo e pode provocar desde inchaço nas pernas até risco de trombose em casos mais graves. A saúde mental também sente: a exposição constante aos múltiplos estímulos digitais fragmenta o foco, eleva o estresse e dificulta o descanso. Mesmo parado, se você está usando o celular, não está em momento de pausa.

Porém, é possível reduzir os impactos sem abandonar o celular: fazer pausas frequentes, ajustar o brilho da tela e alternar posições ajudam a preservar o corpo e a mente no dia a dia conectado.

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