Quarta, 31 de julho.

Hoje esta redação está mais para central das Olimpíadas do que qualquer coisa. É um olho no noticiário e outro na nossa gloriosa ginástica artística – apesar de eu não entender muita coisa dessa modalidade, gosto muito, acompanho e dou 10 pra 100% das nossas atletas. Qual é o esporte favorito de vocês?

📰 Nesta edição: criação de empregos formais crescendo, estelionato sentimental, turistas gastando no país, o que são phantom costs. Vamos nessa!

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CRIME DIGITAL

A ascensão do estelionato sentimental nas redes sociais

Você já ouviu falar de estelionato sentimental?

A Justiça estadual brasileira tem registrado um aumento significativo nos processos desse tipo de crime, onde a vítima é enganada para entregar bens ou dinheiro com a promessa de uma relação afetiva.

Em 2023, foram 78 decisões citando o termo, e até junho de 2024 já temos 51, segundo pesquisa do escritório Trench Rossi Watanabe.

Esse golpe ganhou notoriedade com a série da Netflix O golpista do Tinder, com a história real de vítimas de um homem que se passou por um magnata do ramo dos diamantes e conquistou mulheres pela internet usando identidade falsa.

O Trench Rossi prevê que até o fim do ano mais de 100 decisões serão registradas, representando um aumento de 28% em relação ao ano passado.

A advogada Fernanda Las Casas, do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), destaca que esses casos estão crescendo especialmente entre mulheres bem-sucedidas que usam redes sociais para buscar um relacionamento.

Ela reforça a importância de uma regulamentação mais rigorosa para evitar que esses crimes caiam na vala comum dos estelionatos.

Além disso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) implementou o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, que valoriza os depoimentos das vítimas e oferece maior proteção à vulnerabilidade sentimental.

Se você está buscando online um relacionamento, fique atento! Especialistas indicam desconfiar de quando alguém pede dinheiro emprestado, conversar com chamada de vídeo para ver se a pessoa é real e não compartilhar senhas, entre outras dicas.

Denunciar é possível, mas a prevenção é o melhor caminho.

300 MILHÕES DE USUÁRIOS ATIVOS

O app que é o queridinho da China

Aos 35 anos, Zhang, um gerente de nível médio no sul da China, utiliza o app Xiaohongshu para solucionar questões cotidianas, como encontrar bons restaurantes, obter dicas de viagem e se atualizar sobre os últimos eventos.

“Funciona muito melhor do que a combinação de Weibo, Baidu, Dianping e Mafengwo”, afirmou Zhang, referindo-se aos equivalentes chineses do X, Google, Yelp e Tripadvisor.

Lançado em 2013 por dois jovens empreendedores como um espaço para mulheres compartilharem dicas de compras, o Xiaohongshu cresceu e agora conta com grandes nomes da tecnologia e investimentos asiáticos como Tencent, Alibaba e Temasek Holdings.

O nome da empresa, que significa “pequeno livro vermelho”, reflete seu sucesso: são mais de 300 milhões de usuários ativos mensais, dos quais metade nasceu após 1995 e cerca de 70% são mulheres.

Diferente de Instagram, o Xiaohongshu vai além do compartilhamento de fotos e vídeos, funcionando como uma enciclopédia de estilo de vida e guia diário. Há até um ditado popular que diz: “Quando não souber o que fazer, consulte o Xiaohongshu.”

O grande trunfo do Xiaohongshu é seu algoritmo de recomendação, considerado mais eficaz do que o de seus concorrentes, como o Douyin. Ele personaliza a experiência para os usuários, identificando suas preferências com precisão.

No entanto, a popularidade não garante lucro. O Xiaohongshu ainda enfrenta desafios na monetização e luta para encontrar formas mais eficientes de comercialização. A empresa recebeu investimentos de grandes nomes e atingiu uma avaliação de $20 bilhões em 2021, mas o valor diminuiu recentemente.

Rumores sobre uma possível abertura de capital circulam, mas a empresa ainda não tem planos definidos para isso.

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OFERTAS TENTADORAS

Por que evitamos propostas generosas demais?

🧐 Pesquisadores descobriram que muitas vezes recusamos ofertas que parecem boas demais por medo dos chamados "phantom costs" (custos fantasmas). Trata-se de custos imaginários que pensamos que podem estar escondidos na oferta, como segundas intenções ou pegadinhas.

Em um experimento realizado por Andrew J. Vonasch, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, quase 40% das pessoas aceitaram um biscoito gratuito, mas apenas 20% aceitaram o biscoito quando acompanhado de $2. O motivo? Elas acharam que havia algo errado por trás.

No estudo, feito com mais de 4 mil participantes, ofertas como salários altos demais ou serviços muito baratos foram frequentemente rejeitadas. A pesquisa mostra que, além dos ganhos financeiros, pensamos nas transações como interações sociais e nos preocupamos com as intenções por trás delas.

Além disso, é comum ter receio de ficar em dívida com quem faz a oferta. Em um experimento com voos baratos, dizer que os assentos eram desconfortáveis fez as pessoas aceitarem mais o valor. "Explicar o motivo torna a oferta mais compreensível e aceitável," explicou Vonasch.

Compreender os “phantom costs” nos faz refletir sobre como lidamos com oportunidades. Ao sermos mais conscientes e questionarmos nossos medos, podemos encontrar o equilíbrio entre desconfiança e aproveitamento das boas ofertas.

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